Rita Lee narra seus dois anos finais em “Outra autobiografia”

No livro, que acaba de chegar às livrarias, cantora escreveu sobre o padecimento que sucedeu o diagnóstico de câncer no pulmão.


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Ainda cercada de segredo, a Outra autobiografia de Rita Lee chega às livrarias nesta segunda-feira (22.05), dia escolhido pela cantora e compositora para marcar seu próprio aniversário. Nascida em 31 de dezembro de 1947, Rita afirmou em entrevista ao programa Fantástico, três anos atrás, que decidira trocar a data inconveniente e passaria a comemorar seu nascimento no dia de Santa Rita de Cássia. Sem saber que não estaria aqui em 22 de maio de 2023, estipulou que esse seria também o dia do lançamento de sua segunda autobiografia (Uma autobiografia saiu em 2016, também pela Globo Livros), agora centrada no tempo de padecimento que sucedeu o diagnóstico de câncer no pulmão, em março de 2021 (Rita faleceu em 8 de maio).

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“Cada parágrafo é parte de uma carta de despedida de 175 páginas, escrita com intensidade e sinceridade extremas, com a razão e a emoção em equilíbrio e conflito, contando, entre lágrimas e gargalhadas, seus últimos dias”, definiu o jornalista Nelson Motta, amigo de Rita, que escreveu uma apresentação do livro para o jornal  O Globo. “Quando foi diagnosticada com o tumor estava com 37 quilos, ‘pelada debaixo do chuveiro, parecia uma franguinha’.” Segundo ele, Rita visitou já debilitada e em cadeira de rodas a exposição em sua homenagem que o Museu da Imagem e do Som de São Paulo inaugurou em setembro de 2021.

O mesmo O Globo divulgou alguns trechos de Outra autobiografia, no último dia 10 de maio. Rita descreve, por exemplo, os primeiros ciclos de quimioterapia: “Para fugir daquela cena manjada de passar a mão na cabeça e tirar tufos inteiros de cabelo além de entupir o ralo , resolvi não dar esse gostinho para o previsível e passei máquina zero, enfrentando a feiura de parecer uma vampira. Com cabelo eu parecia minha mãe, careca fiquei a cara do meu pai”.

Um dos filhos de Rita, João Lee, diz que a família pretende ampliar a exposição de 2021 e que a artista deixou centenas de letras inéditas, entre prontas e inacabadas, e um caderno de 400 páginas de tuítes inéditos. “Nunca foram publicados. E são todos escritos à mão”, afirmou ao O Globo no último dia 15.

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