Deserto de sal e além: as paisagens surreais da Bolívia

O Salar de Uyuni é o maior deserto de sal do mundo, mas a região tem outras atrações igualmente surpreendentes. Saiba quais são.


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Passeio de bicicleta no deserto de sal, na Bolívia. Acervo pessoal



O Salar de Uyuni, na Bolívia, é o tipo de lugar que todo mundo sonha conhecer. Considerado o maior e mais alto deserto de sal do planeta, com altitude próxima a 3.700 metros acima do nível do mar e com mais de 10.500 km2 de superfície, ele impressiona pelo tamanho e pelo solo branquíssimo que parece não ter fim.

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Imensidão branca no deserto de sal. Acervo pessoal


Esse enorme salar abriga vários tesouros, entre eles a Isla Incahuasi e seus cactos gigantes, o vulcão Tunupa, os famosos espelhos d’agua que causam inveja nas redes sociais e até esculturas de sal feitas por artesãos locais. Não à toa, é o principal destino da Bolívia.

Mas não é somente do deserto de sal que vive o turismo boliviano. Existem outras atrações igualmente surreais próximas a Uyuni, como Mallcu, as lagoas coloridas, gêiseres e águas termais. A convite da Hidalgo Tours, fomos conhecer algumas delas e selecionamos nossas favoritas:

Lagoas coloridas

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Detalhe da Lagoa Colorada Acervo pessoal


A pequena cidade de Uyuni está numa rota chamada “circuito dos desertos brancos e lagoas coloridas”. De lá, é possível ir até a Laguna Colorada, famosa pela pigmentação avermelhada e pela comunidade de flamingos que reside ali – em dezembro, há quem consiga observar até 10 mil deles.

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A hospedaria Jardines de Mallku Cueva. Acervo pessoal


Como se trata de uma estrada sem asfalto e mal sinalizada, a dica é passar uma noite em uma das hospedarias do povoado de Mallcu, ponto mais próximo das lagoas. Uma das melhores é a Jardines de Mallku Cueva, gerenciada pela Hidalgo Tours e construída praticamente dentro de uma rocha. São apenas 12 quartos e uma vibe de luxo rústico.

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Vista para a Laguna Blanca. Divulgação


O roteiro inclui uma visita às Águas Termales de Polque – com uma piscina de agua quente gostosa e vista linda, mas pouca estrutura –; e o deserto Salvador Dalí, conhecido pelas formações rochosas nas areias que lembram obras do pintor espanhol.

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As Águas Termales de Polque. Acervo pessoal


Viajantes interessados devem se preparar para passar o dia no passeio e tomar cuidado com o mal de altitude. Dores de cabeça e náusea são sintomas comuns, mas há quem sinta mais a pressão e precise de atendimento médico. Por isso, é bom se certificar se os guias responsáveis possuem cilindro de oxigênio, um oxímetro e outros itens de primeiros socorros antes de sair.

Itália Perdida

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As formações rochosas da Itália Perdida. Acervo pessoal


Cerca de 20 minutos de carro de Mallcu fica a Itália Perdida, uma formação geológica que remete ao cenário de Os Flintstones e parada imperdível de quem passa pela região. O nome peculiar foi dado em homenagem a um turista italiano que foi explorar a área por conta própria e acabou se perdendo no labirinto de enormes pedras avermelhadas.

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Vale dedicar pelo menos uma hora para explorar o local com calma e, quem sabe, encontrar alguns Viscachas, roedores que lembram coelhos, mas estão mais relacionados com as chinchilas. Outra dica é chegar cedinho, para pegar o local vazio e silencioso.

Colchani

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Souvenirs de Colchani. Acervo pessoal


Fora do Salar de Uyuni há o vilarejo de processamento de sal de Colchani. É lá que está a fábrica do senhor Juanito, por exemplo. No melhor dia, com oito funcionários, ele fabrica cinco toneladas de sal, entre natural e iodado – turistas podem comprar os pacotes diretamente dele.

Ali também estão as barracas de artesanato, repletas de itens coloridos, lembranças do deserto de sal, ponchos, xales e outros agasalhos feitos de lã de lhama que costumam enlouquecer fashionistas. Alguns até aceitam cartão de crédito, mas sem desconto. Quem gosta de barganhar deve levar uma quantia de bolivianos, a moeda local, em espécie na carteira.

Palacio de Sal

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O lobby do Palacio de Sal. Divulgação


A cinco minutos do deserto de sal encontra-se o hotel Palacio de Sal. Como o nome já diz, a construção foi feita com 20 milhões de blocos de sal, cerca de 80% da edificação. “A parte de fora é revestida com outros materiais, como PVC e fibras de vidro, para evitar o derretimento do sal”, explica Juan Gabriel Quesada, filho de Don Juan Quesada Valda, idealizador do hotel.

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Detalhe da Hanan Suite. Divulgação


O local é cheio de história, começando pela do próprio fundador, que decidiu construir o hotel após quase morrer no deserto. “Meu pai foi o primeiro a ver o potencial de Uyuni e passou a fazer tours de bicicleta pelo Salar”, conta Juan. Numa dessas travessias, o tempo ruim o deixou preso no deserto de sal durante um dia e meio, até um camponês encontrá-lo e salvar a sua vida.

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Ancestralidade e vibração energética nas esculturas de sal do hotel. Divulgação


Don Juan chegou a construir um pequeno hotel no exato local do resgate, mas precisou mudar de posição alguns anos depois, devido a falta de estrutura e acesso para aperfeiçoar as instalações – o espaço foi preservado e se tornou um museu/ponto de apoio para mochileiros.

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O spa do hotel. Divulgação


Hoje, o Palacio de Sal está na porta do Salar e é uma atração a parte. Com 30 quartos, entre iglus e suítes com vista privilegiada para o deserto de sal, o hotel de quatro estrelas tem wi-fi (algo raro na região), restaurante, pub e um spa com piscina aquecida.

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Almoço no deserto de sal. Divulgação


Há ainda uma vibe mística no Palacio. “O sal chupa a energia negativa, então nos destacamos por oferecer um espaço de bem-estar e regeneração”, diz Juan. Segundo ele, os turistas japoneses estão entre os que mais buscam as experiências wellness do hotel, entre elas uma imersão corporal no sal. Atualmente a diária está em torno de 400 dólares, cerca de 1,9 mil reais.

Salar de Uyuni

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Espelho d'água no deserto de sal. Divulgação


O deserto de sal já foi o fundo de um lago gigante formado há milhões de anos e que secou há cerca de 40 mil anos. Além da imensidão branca, há 33 pontos rochosos que costumavam ser ilhas, como a Incahuasi, coberta por cactos enormes e uma das paradas obrigatórias nos passeios.

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Vista para o vulcão Tunupa da ilha Incahauasi. Divulgação


A melhor época para visitar o Salar é em março, logo após o período mais chuvoso e momento ideal para encontrar os famosos espelhos d’agua e os bandos de flamingos cor-de-rosa, que param ali para se alimentar.

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Pirâmide de sal entre as atrações do Salar. Divulgação


Com a Hidalgo Tours, também é possível programar um almoço ou fim de tarde com drinques e comidinhas em pleno deserto, assim como passeios noturnos para ver as constelações. Tudo com a opção de levar um fotógrafo profissional e garantir belas postagens nas redes sociais.

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Clique noturno com luzes especiais no deserto de sal. Divulgação

Como chegar:

A principal base de acesso ao deserto de sal é Uyuni. Há voos diretos tanto de La Paz quanto de Santa Cruz de la Sierra, mas mochileiros costumam encarar as mais de oito horas de ônibus. Outro ponto de acesso conhecido é San Pedro de Atacama, no Chile. De lá também saem passeios que incluem o deserto de sal boliviano. Os tours contratados do lado chileno costumam ser mais caros.

Você até pode conduzir seu próprio automóvel pelo deserto de sal, mas isso não é recomendável, já que é fácil se perder ali, ou ter problemas mecânicos no meio do nada. Por isso, o ideal é contratar passeios nas agências locais, como a Hidalgo Tours.

Preços pesquisados no mês de janeiro e sujeitos a alteração. 

Chantal Sordi viajou à Bolívia a convite da Hidalgo Tours.

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