Dica de vinho branco? Temos mais de 50!
Da uva-hit Chardonnay à delicada Viognier, confira as características de cada cepa, os rótulos imperdíveis e os achados de bom custo-benefício neste superguia do vinho branco.
Houve um tempo, felizmente guardado no passado, em que se ouvia o choramingo, acompanhado de bufadas: “Vinho branco não é vinho”. Por longas décadas prevaleceu a noção de que vinho, para ser bom, precisava ser vermelhão, intenso, amadeirado, com bastante sensação de taninos amarrando a língua.
Aqui ninguém é bobo de dizer que vinho tinto encorpadão é um estilo derrotado. Cada tipo tem sua hora e sua vez. E a verdade é que, globalmente, o interesse por vinhos mais leves – brancos e rosés – tem crescido. Hoje os brancos representam 43% do consumo mundial. Brancos e rosés subiram 10% e 17% respectivamente desde 2000. Tintos caíram 15% de lá para cá. Os dados são da International Organisation of Vine and Wine (OIV).
O Brasil ainda não repete exatamente essa tendência, mas caminha rumo à leveza. “Brancos e rosés, durante um bom tempo, foram vistos como subprodutos, mas essa percepção já mudou bastante por aqui. Há muito interesse do setor em fazê-los crescer e consumidores mais abertos a conhecê-los”, diz a sommelière Keli Bergamo.
Vinho branco para o ano todo
Parece óbvio: brancos combinam com nosso clima, são mais leves, mais frescos e menos alcoólicos. Em tempos de aquecimento global e ondas avassaladoras de calor, nem se fala. O que você vai pedir debaixo dos 40 graus? Um tinto parrudo de Rioja, de Bordeaux ou da Toscana ou um vinho verde português geladinho e refrescante?
O que pode não parecer óbvio, mas faz todo o sentido, é que brancos são mais versáteis. “Eles têm a seu favor a acidez, que é sinônimo de harmonização. Erramos menos ao casar os brancos com a comida, mesmo no inverno. São vinhos para o ano todo, ao contrário do que diz o senso comum”, explica Keli.
Anote a dica: quando o friozão chegar (se ele um dia resolver voltar), em vez de investir num tinto potente, harmonize o próximo fondue com um Riesling de acidez solar ou um Gewürztraminer cheio de aromas e você vai entender a parada no ato.
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Outra palhaçada é dizer que branco é tudo igual. Há estilos variadíssimos, com pegadas bem distintas. Uns com aromas de flor, outros bastante frutados, rola até cheirinho de plástico e de xixi em alguns (e isso não é um defeito). Fora a maneira como as características de cada lugar, até de um pedacinho micro de terra, interfere no perfil dos vinhos. Sem falar nos métodos com que cada produtor decide tratar as uvas e o vinho ao elaborar seus rótulos.
O bacana disso tudo é que de tédio ninguém morre: há brancos para todos os gostos, bolsos e ocasiões, nos terroirs mais privilegiados da Europa (o Velho Mundo) e ao redor do planeta (o Novo Mundo). Keli Bergamo e a reportagem da ELLE selecionaram vinhos de uvas bem conhecidas, outras menos famosas, com preços que vão das 65 às 1.500 pratas.
Chardonnay
Chardonnay é a uva branca vitivinífera mais cultivada no planeta. Na Borgonha, especificamente na sub-região francesa de Chablis (pertinho de Champagne), ela se dá melhor. Os vinhos do lugar têm a tal mineralidade de que se gabam, sem motivo, muitos produtores pelo mundo. Em Chablis, essa sensação mineral (parecida à de lamber uma pedra recém-molhada pela chuva) é verdadeira e chega junto com as fantásticas acidez, salinidade elegância e leveza de seus vinhos. É de pirar.
Ainda na Borgonha, há outro estilo de Chardonnay bastante valorizado e amado, o de Meursault. Enquanto Chablis se caracteriza pelo frescor (seus vinhos raramente passam por madeira), os de Mersault são amadurecidos em carvalho e têm mais corpo, sensação amanteigada na boca, notas de amêndoas, mel e frutas de caroço maduras (taí um bom branco de inverno). Chablis e Mersault são dois estilos distintos de Chardonnay e guiam as escolhas de produtores que trabalham com a uva pelo mundo.
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A região de Chablis é dividida em quatro níveis de qualidade e Petit Chablis é o mais básico. Albert Bichot Petit Chablis (R$ 173,95, na Casa da Bebida) é um bom representante da faixa. Quase chegando ao topo, Keli Bergamo indica Louis Latour Chablis Premier Cru (R$ 473,27, na Casa da Bebida). Se tiver a chance de provar um grand cru, vindo de algum dos melhores vinhedos do pedaço, a categoria mais alta da denominação, Simonnet-Febvre Grand Cru Les Clos 2021 (R$ 1.499,90, preço sugerido pela importadora Berkmann) é uma excelente escolha.
De Meursault, um bom exemplar é Champy Mersault 2019 (R$ 1.020, na World Wine). Ou Château de Puligny-Montrachet Mersault 2015 (R$ 1.077,83, na Mistral).
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Amitié Chardonnay Oak Barrel Foto: Divulgação
Keli indica um Chardonnay brasileiro bastante interessante, que passa um ano em contato com as cascas e é robusto na boca. Dall’Agnol Chardonnay 365 Dias 2020 (R$ 95, na Estrelas do Brasil) vem com muita fruta seca, tipo damasco, um toque amanteigado (apesar de não passar por madeira) e boa acidez. Por aqui também temos um Chardonnay barricado bem elaborado, Amitié Chardonnay Oak Barrel (R$ 149, na Empório Frei Caneca), que vale a prova.
Chardonnay com muito frescor e acidez nas alturas, na América do Sul, a gente encontra na região chilena do Vale de Limarí. Prove os exemplares bons de boca e de preço Undurraga T.H. Chardonnay (R$ 149,90, na Vinhos BR) e Maycas Chardonnay (R$ 119, na World Wine).
Sauvignon Blanc
Sauvignon Blanc é a segunda mais querida mundialmente. Encantam seus aromas de frutas como melão, pêssego e maracujá, aliados a perfumes herbais como grama cortada e pimentão verde. Xixi de gato é outro cheirinho que costuma aparecer nesses vinhos, mas não se espante. Provar um Sauvignon Blanc de Sancerre ou de Pouilly-Fumé, duas das melhores microrregiões do Vale do Loire para a casta, é sempre um elogio aos sentidos, mesmo que um bichano pareça ter feito pipi na sua taça.
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Keli sugere um rótulo de Sancerre para quem quer entender o que é um Sauvignon Blanc clássico: Domaine Guy Saget Sancerre 2020 (R$ 472,59, na Mistral). Do mesmo pedaço, Sancerre Blanc Mont Damnés 2020 (R$ 545, na Cellar Vinhos) é outro bom exemplo. De Pouilly-Fumé, o Domaine Chatelain Les Vignes de Saint-Laurent l’Abbaye Pouilly-Fumé 2021 (R$ 279, na Chez France).
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Marlborough Sun Sauvignon Blanc. Foto: Divulgação
A Sauvignon Blanc encontrou bom terroir na Nova Zelândia e o Marlborough Sun Sauvignon Blanc 2020 (R$ 222, na Soul Wines) dá uma boa ideia do poder da uva por lá. O Chile também trabalha bem com a uva – o Larkun Sauvignon Blanc 2021 (R$ 195, na Cellar Vinhos) foi elogiado pela crítica inglesa superstar Jancis Robinson. O Uruguai tem feito vinhos interessantes com a uva e uma boa pedida é o Garzón Single Vineyard Sauvignon Blanc (R$ 249, na Banca 43).
Riesling
Riesling é um caso sério. Quem bebe um dos autênticos facilmente se apaixona e tem um romance duradouro com ele, até que a morte os separe – ninguém quer largar. O do bom traz notas de frutas tropicais ou de polpa branca, dependendo do nível de maturação em que a uva é colhida. O aroma costuma vir com um inconfundível cheirinho de plástico, que os especialistas chamam de petrolato, além das frutas evidentes. É esquisito, mas lindo para quem ama Riesling. Sua acidez é fenomenal e sua elegância, extrema. A Alemanha (Mosel, Pfalz e Rheinhessen) e a francesa Alsácia são seus melhores berços.
Atenção: se você gosta de vinhos mais secos, procure a palavra “trocken” no rótulo. Riesling não é, necessariamente, sinônimo de dulçor, embora haja exemplares francamente doces. Há Rieslings de sobremesa feitos com uvas atacadas pela podridão nobre. Pode parecer outra esquisitice, mas são vinhos raros, caríssimos e absurdamente divinos. Não os deixe escapar, se tiver a oportunidade de prová-los.
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Schloss Johannisberg Riesling Yellow Seal. Foto: Divulgação
Keli sugere Schloss Johannisberg Riesling Yellow Seal 2020 (R$ 237,80, na Freixenet Brasil) para começar. Ou Erbacher Steinmorgen Riesling Erste Lage 2015 (R$ 390 na Cave Prime). A importadora Weinkeller, especializada em vinhos alemães, tem rótulos finíssimos, como o Wittmann Morstein Riesling Grand Cru 2018 (R$ 1.278) ou opções que cabem no bolso da maioria e são perfeitas para quem quer dar os primeiros passos no estilo. Pfaffmann Riesling Trocken vem na garrafa de um litro (oba!) e custa R$ 159 (oba outra vez!). O Domaine Jean Marie Haag Riesling 2020 (R$ 167,40, na Chez France) é uma boa pedida da Alsácia.
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O Chile tem feito Rieslings bacanas, alguns próximos às características dos europeus. O fino Montgras Hadcrafted Rare Riesling (R$ 277,67, na Vinhos BR) é um deles. Cousiño Macul Isidora Riesling (R$ 79,90, na Família Scopel) é a boa indicada por Keli. Adobe Reserva Riesling (R$ 71,40, na La Pastina), do extremo sul do Chile, vem com bastante fruta, acidez e preço bom.
Gewürztraminer
A uva alemã Gewürztraminer faz parte da família das aromáticas, perfil bastante apreciado no Brasil. Espere encontrar notas de lichia, grapefruit, gengibre, rosas e outros florais – tudo com muita intensidade. Para completar, os Gewürz costumam vir com algum (ou muito) dulçor, agradando a quem tem bico doce. Seus melhores terroirs estão na Alsácia (França) e em Pfalz (Alemanha).
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De Pfalz, Anselmann Spätlese Gewürztraminer 2020 (R$ 259,90, na Sonoma) é uma boa experiência para quem é da doçura. O termo “spätlese” quer dizer que as uvas foram colhidas pelo menos sete depois da plena maturação. A colheita tardia faz com que as frutas concentrem mais açúcar. Mas há Gerwürz secos, como Pfaffmann Silberberg Gewürztraminer Trocken 2020 (R$ 183, na Weinkeller), também de Pfalz. Domaine Rominger Gewürztraminer 2020 (R$ 338, na Belle Cave) é indicado a quem quer sentir o sabor da Alsácia.
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Terroir Exclusivo Gewürztraminer, da Casa Valduga. Foto: Divulgação
Da América do Sul, Keli aposta no Morandé Terrarum Estate Gewürztraminer 2022 (R$ 119,90, na Set Wines), cheio de florais, lichia, limão e bom balanço entre dulçor e acidez. No Brasil, a Casa Valduga foi uma das pioneiras na popularização da uva e seu Terroir Exclusivo Gewürztraminer (R$ 149, na Famiglia Valduga) também vem com muita flor e toques de especiarias.
Moscato
Também aromáticas e docinhas, as uvas da família Moscato são megapopulares no Brasil e rendem bons vinhos espumantes e tranquilos (sem borbulhas). Você pode chamá-las de Moscato, Moscatel ou Muscat, como os franceses. São bastante difundidas pelo mundo e um dos estilos mais apreciados é o Moscato d’Asti, do Piemonte italiano. Ainda originam vinhos de sobremesa espetaculares, como os do estilo Moscatel de Setúbal, feito com a variedade Moscatel Roxo.
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Nossa sommelière aponta Luca Bosio Moscato d’Asti DOCG 2022 (R$ 119,90, na Evino) como boa pedida custo-benefício. Vem com um leve frisante e muita fruta: abacaxi, maçã-verde, pera e dulçor bem equilibrado com a acidez. Bastante indicado para harmonizar com pratos picantes à base de carne de porco. Na Sícilia, região muito peculiar, a uva ganha o nome de Zibibbo. De lá vem o Barone Montalto Collezione di Famiglia Zibibbo (R$ 129,90, na Grand Cru), elaborado com Moscatel de Alexandria, leve e fácil de beber.
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Casa Tertúlia Moscato de Alexandria Sur Lie. Foto: Divulgação
Casa Tertúlia Moscato de Alexandria Sur Lie (R$ 85, na Casa Tertúlia) é um Moscato brasileiro diferente, mais seco, apesar das notas evidentes de mel e damasco. A técnica de maturação sobre as borras (os restos das leveduras mortas) torna-o cremoso na boca e muito interessante.
Torrontés
Há controvérsia sobre a origem da Torrontés. Há quem diga que é uma casta espanhola, mas a hipótese mais aceita é a de que tenha nascido em terras argentinas. Seria uma cruza das uvas Criolla Chica e Moscato de Alexandria, levadas para lá pelos jesuítas. Seja qual for sua história, os vinhos de Torrontés fazem enorme sucesso no Brasil, por suas características aromáticas exuberantes, que trazem muita flor, ervas, frutas cítricas e de polpa branca, como pêssego e lichia. Na boca é leve, tem acidez tímida e costuma trazer algum dulçor. Há pouca Torrontés plantada em outros países, a boa vem da Argentina mesmo. Se o rótulo identificar que o vinho foi feito com Torrontés Riojano, há chances de que seja de maior qualidade. Torrontés Sanjuanino e Torrontés Mendocino são as outras duas variedades, em ordem de importância.
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Crios Torrontés, de Susana Balbo. Foto: Divulgação
Gostar de Torrontés faz bem ao bolso, pois a oferta é generosa e há muitos rótulos abaixo da linha dos R$ 100. Keli indica Alta Yarí Torrontés 2021 (R$ 81,81, na Decanter). A produtora superstar Susana Balbo é reconhecida pelo trabalho com a variedade e tem linhas variadas. Seu rótulo mais básico é Crios Torrontés (R$ 64,90, na Vivavinho). Susana Balbo Siganture Torrontés (R$ 166,55, na Vinho BR) é fermentado em barricas e passa por descanso na madeira. Ganha mais corpo e cremosidade, sem perder a pegada aromática da uva.
Alvarinho/Albariño
A Alvarinho tem sua melhor performance em Monção e Melgaço, norte da região portuguesa dos Vinhos Verdes, e na vizinha área espanhola de Rías Baixas, Galícia, onde ganha o nome de Albariño. Ela é bem frutada, tem um sabor “gordinho”, em que se destacam o melão e os cítricos. Nos seus melhores exemplares, a fruta intensa é bem balanceada com uma deliciosa acidez. Muito lembrada na hora da harmonia com pratos do mar untuosos, como o bacalhau transbordando de azeite de oliva. É a uva branca mais famosa de Portugal (e olha que o país tem vinhos brancos de babar) e viajou bem para a América do Sul: Brasil e Uruguai têm feito Alvarinhos e Albariños bem bacanas.
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Anselmo Mendes Alvarinho Curtimenta. Foto: Divulgação
O produtor Anselmo Mendes, de Monção e Melgaço, é um dos mestres na elaboração de Alvarinho. Seus vinhos trazem toda a tipicidade da uva e você pode começar pelo básico, Anselmo Mendes Alvarinho Contacto (R$ 179,36, na Top Wines), até chegar ao rótulo de luxo Anselmo Mendes Alvarinho Curtimenta (R$ 481,52, na Decanter), que estagia por nove meses em carvalho. A Soalheiro, outra vinícola da região, faz diversos estilos de vinhos com Alvarinho. No Brasil, importados pela Mistral, temos o clássico Alvarinho Soalheiro 2021 (R$ 275,81) e o Soalheiro Granit 2021 (R$ 295,72), feito com uma parcela especial de uvas colhidas em solo granítico, cheias da tal mineralidade. Da Galícia, a Freixenet Brasil importa o levíssimo You and Me Albariño (R$ 119,90) e o mais polpudo e gastronômico Vionta Albariño (R$ 126,80).
Do Novo Mundo
Garzón Single Vineyard Alabariño. Foto: Divulgação
Entre os Alvarinhos brasileiros, Keli indica Alvarinho Contos Galegos Audace (R$ 93,01, na Audace) e a redação de Elle vai de Hermann Alvarinho Jovem 2022 (R$ 119,90, na Hermann), de grande frescor. A uruguaia Bodega Garzón tem finos rótulos selecionados a partir de vinhedos e parcelas específicas, como Garzón Single Vineyard Alabariño (R$ 318, na DiVinho). (Leia mais sobre Loureiro e Avesso, outras brancas portuguesas incríveis, na matéria que fizemos sobre a região dos Vinhos Verdes.)
Viognier
A Viognier é cheia de aromas florais e frutados e pode render vinhos secos, delicados e refrescantes, quando bem trabalhada. Seu berço é a região francesa do Rhône, mas ela costuma se dar bem em outros terroirs franceses e tem feito sucesso no hit parade da América do Sul. Cada vez mais aparecem rótulos brasileiros de Viognier e, no Uruguai, ele tem se dado bem faz algum tempo.
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M. Chapoutier Alchimie Combe Viognier (R$ 168, na World Wine) é um típico exemplar do Rhône, com bastante citricidade misturada a frutas de caroço, como pêssego e damasco. Da vizinha Languedoc-Roussillon, Keli sugere Paul Mas Estate Viognier (R$ 138,51, na Decanter), com lindo floral e um toque de baunilha vinda da passagem de 15% do vinho por carvalho.
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Amitié Viognier. Foto: Divulgação
Amitié Viognier (R$ 99,80, na Amitié) é um bom representante de como a uva tem se adaptado ao Brasil. Passa quatro meses em carvalho e vem mais gorducho e amanteigado. Outra boa pedida brazuca é Otto Viognier (R$ 149,51, no Magazine Luiza), que vem com o floral e as frutas de caroço no aroma. Overground Viognier 2022 (R$ 187,38, na Vinci) é um rótulo de respeito do Uruguai, produzido pela Viña Progreso. O leve Garzón Estate Viognier de Corte (R$ 118, na World Wine) é perfeito para as tardes de verão de papo e comidinhas frescas.
Encruzado
Você já bebeu a delicadeza? É a sensação que se tem ao colocar na boca o primeiro gole de Encruzado, branca portuguesa que se dá especialmente bem na região do Dão. Dizem os especialistas que não é uma uva fácil. Melindrosa, se não for bem cuidada na adega, oxida facilmente. Mas aguenta bem o envelhecimento em barricas e, apesar desse estágio, continua fresca e elegante, pois sua acidez é danada de boa. A região de Lisboa também faz Encruzados interessantes, mas é raro encontrá-los no Brasil.
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Quinta da Falorca Encruzado. Foto: Divulgação
Casa de Mouraz Encruzado Dão 2020 (R$ 359, na Belle Cave) é um dos mais típicos que podemos encontrar por aqui, trabalhado por meses com processo de bâtonnage das borras: uma mexida que o vinhateiro dá de tempos em tempos para que o vinho ganhe cremosidade. O Casa de Santar Vinha dos Amores Encruzado (R$ 315,40, na Adega CB) passa um ano em madeira, parte desse tempo também recebendo a bâtonnage. É o tal do vinho “madurão”, que mantém a finesse. O Quinta da Falorca Encruzado 2020 (R$ 179,10, na Com Néctar) é o mais fresquitcho da turma, sem madeira ou borras. Revela todo o frescor dessa uva tão mimosa, promete o produtor.
Preços pesquisados em janeiro de 2024 e sujeitos a alteração.
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