Chanel, cruise 2025
Chanel celebra efervescência artística de Marselha com coleção cruise 2025.
A Chanel apresentou a sua coleção cruise 2025 nesta quinta-feira, 2.5, em Marselha, na França. Espécie de entressafra do inverno e verão, a tradição da casa é mergulhar em um destino resort e apresentar toda uma experiência com a coleção.
A começar pelo destino: Marselha. Localizada no sul da França, a região é a mais antiga e a segunda maior do país e tem como uma das principais características o fato de ser multicultural, com influências da imigração de italianos, espanhóis e norte-africanos.
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A cidade é conhecida pelo dinamismo e contraste, um lugar onde o velho se encontra constantemente com o novo. Na arquitetura, prédios contemporâneos dividem espaço com edifícios centenários e construções medievais. Essa é a terra do mais famoso baralho de tarô, do jogo popular petanque, e, hoje, também de um eixo criativo efervescente.
Principalmente depois da pandemia, o centro da Provence começou a receber uma leva de chefs de restaurantes, artistas plásticos e novos empreendedores. O sol constante em boa parte do ano, além da proximidade com o mar, tornou o lugar bastante atrativo para recomeços.
A efervescência chega até mesmo a dividir a opinião dos franceses. Alguns dizem que a cidade portuária é onde a França é menos França e, outros, pelo contrário, preferem justamente o nariz menos empinado da região, bem como a sua diversidade.
Para Virginie Viard, Marselha lhe dá uma sensação de liberdade. E o seu grande interesse aqui é a pulsão artística local. Neste sentido, a diretora criativa da Maison não só se inspirou nos artistas da região como propôs encontros e colaborações.
A Chanel agitou, por exemplo, uma parceria entre a poetisa Laura Vazquez e o fotógrafo Jamie Hawkesworth, para mostrar a beleza de moradores da região que são de origens e idades diferentes. Um vídeo teaser da apresentação cruise colocou os dançarinos do Balé Nacional de Marselha em foco. E, ao longo do dia do desfile, a marca sintonizou a Rádio Chanel nas redes com conversas ao vivo entre artistas e personalidades locais.
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No desfile em si, a arquitetura, uma das grandes joias da cidade, teve destaque. A escolha de locação para a apresentação é considerada um dos maiores feitos arquitetônicos modernos. Trata-se da Unidade de Habitação de Marselha, projeto do famoso Le Corbusier, construído no final da década de 1940.
O edifício se destaca pela fachada de concreto armado e uma série de quebra-sol coloridos. Com mais de 330 apartamentos, todo o complexo ficou conhecido como Cité Radieuse e representa uma forma moderna de morar, como uma vila vertical e coletiva.
Em 2013, a parte de cima do edifício ganhou o MAMO, o Marseille Modulor, que funciona como espaço expositivo e virou passarela nesta manhã.
Nas roupas, a ideia de beachwear ganha soluções para além do esperado. Ela aparece no comprimento, em geral mais curto, como os micro shorts usados com sapatilhas que deixam as pernas de fora. A roupa de banho tem figuras de peixes, caranguejos e estrelas do mar, e algumas peças recebem elementos do athleisure e inspirações do universo do mergulho. Zoom ainda no curioso chinelo, que, na Chanel, é de tecido atoalhado.
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Outro ponto importante da coleção é a reunião de mundos aparentemente distintos em um único look. Vê-se um tailleur com hoodie, uma camisa com body, além de vestidos curtos e pequenos conjuntinhos preppy andando ao lado de parkas e macacões jeans, por sua vez mais urbanos. Na parte de baixo, as bermudas são variadas: curtas, coladas como capri ou soltinha nas pernas.
Alguns looks fazem alusão à arquitetura local, como os vestidos minimalistas que têm estampas e bordados, lembrando as fachadas dos edifícios de Corbusier. As modelagens amplas e geométricas ganham recortes e um styling que performam uma garota cerebral, artsy e super despojada.
Afinal, o vento e o mar traçam as direções dessa coleção que, mais uma vez nas mãos de Virginie Viard, refresca e rejuvenesce a Maison. O grande balanço está no trabalho artesanal, como o crochê e o tricô em boleros e cardigans. As manualidades trazem leveza e romantismo para a história toda e funcionam como uma sutil homenagem às influências mediterrâneas em Marselha.
A série final de brancos é onde isso acontece, com combinações de rendas, aplicações de flores e babados. Se Marselha é um exemplo de abertura para o diferente, a coleção da Chanel mostra que a diversidade e a mistura desses encontros são impressionantes.
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