Ama coxinha? confira 10 lugares para comer esse quitute que é a cara do Brasil

Da tradicional de frango a versões com recheio de rabada e até polvo, veja onde encontrar o salgado mais amado do país.


coxinha pipo
Coxinha do Pipo. Foto: Nani Rodrigues



Massa leve recheada com carne desfiada, moldada em forma de uma coxa de galinha, empanada e frita, e casquinha crocante: a coxinha é um dos petiscos prediletos do Brasil. O aperitivo é tão querido que ganhou um dia só para ele: em 18 de maio comemoramos o Dia Nacional da Coxinha.  

Ainda que a iguaria não tenha surgido aqui (a primeira referência é do livro Cozinheiro moderno ou nova arte de cozinha, de 1780, do francês Lucas Rigaud, cozinheiro de d. Maria I, trisavó da princesa Isabel, com uma receita de “coxas de frangas ou galinhas novas” empanadas e fritas), dá para entender o apelo nacional: sem muitas firulas na receita, mas com diversas possibilidades de recheios, o petisco garante sabores sem monotonia. O clássico é de galinha, mas ainda há espaço para ousadias como rabada, unha de caranguejo e à parmegiana.

Muito antes de se tornar essa sensação, a coxinha andava reclusa nas bandejas das festas grã-finas de São Paulo, até romper a bolha e se espalhar não só por vitrines de padarias e botecos, mas também de menus de restaurantes e bufês sofisticados. Quer uma provinha? Cerca de 13 mil unidades com catupiry foram servidas nos camarotes vips do show de encerramento da turnê mundial The Celebration Tour, em comemoração aos 40 anos de carreira de Madonna, na praia de Copacabana. 

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Outra comprovação é que o quitute está no dia a dia de muita gente. Na rotina do chef José Guerra, do Dalva e Dito, de Alex Atala, ele é um item essencial: “Eu sou suspeito para falar de coxinha, pois como quase todos os dias e estou sempre procurando onde tem uma boa. É um hit nacional, porque é um salgado democrático, saboroso e com ingredientes baratos. Encontramos em estabelecimentos dos mais chiques aos mais humildes, em bairros nobres e em quebradas”, afirma.

De tão popular, há centenas de vídeos no TikTok que debatem por onde começar a comer a coxinha: pela ponta ou pela base? Preferências à parte, o importante é não deixar de devorá-las. Confira onde comer algumas das melhores coxinhas do de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Onde comer coxinha em São Paulo

Bella Paulista 

A concorrida padaria 24h oferece um cardápio extenso, que abriga desde pratos elaborados até os clássicos de padoca. Entre as guloseimas, destaque para a coxa creme (R$ 19), coxa de frango empanada e frita, com o osso exposto para fora do empanado, que é tradição nas padarias de São Paulo, e a coxinha com catupiry (R$ 15). 

Bella Paulista: Rua Haddock Lobo, 354, Cerqueira César, tel. (11) 3129-8340 e (11) 3214-3347. 

Mercadinho Dalva e Dito

coxinha do dalva e dito

Coxinha com a grife de Alex Atala. Foto: Ricardo D'Ângelo

No café e rotisseria anexo ao restaurante Dalva e Dito, do chef Alex Atala, a coxinha brilha ao lado de alguns produtos de mercearia de interior. De frango (R$ 11), ela é feita artesanalmente pelos cozinheiros e surpreende com massa cremosa, recheio bem temperado e casquinha crocante. 

Mercadinho Dalva e Dito: Rua Padre João Manuel, 1.115, Cerqueira César, tel. (11) 3068-4444.

Padaria Real

Inaugurada em 1957, em Sorocaba, a Padaria Real abriu uma filial em São Paulo, em 2019, e já ganhou fama de melhor coxinha da cidade entre muita gente – a redação da ELLE é freguesa. É possível pedir o salgadinha via iFood ou retirar na loja de Pinheiros. A coxinha unitária custa R$ 14,20 com catupiry ou R$ 13,20 pelo aplicativo. As versões míni e pipoca (bem pequenina) são uma perdição. 

Padaria Real: Rua Mateus Grou, 282, Pinheiros, tel. (15) 98102-0706.

Pipo 

O Pipo é um dos restaurantes paulistanos que preparam boas coxinhas. O quitute de galinha caipira acompanhado de espuma de requeijão de corte defumado (R$ 38, 4 unidades), faz parte das entradas da casa do chef carioca Felipe Bronze, que tem Giovanna Perrone à frente da cozinha.  

“Ter a coxinha no cardápio é uma tradição do Pipo desde a abertura, pois traz uma leitura despojada e descontraída do carioca. É um petisco para compartilhar e beber junto, e traduz muito o espírito de como queremos que comecem as refeições no restaurante”, afirma Giovanna. 

Pipo: Avenida Europa, 158, Jardim Europa, tel. (11) 3530-1760.

Veloso Bar 

coxinha do veloso

Veloso e Armazem Veloso – Fotos Leo Feltran

Coxinha do Veloso: premiada. Foto: Leo Feltran.

Essa é premiada. O imóvel de esquina na Vila Mariana, em uma rua de paralelepípedos em formato de “U”, onde antes funcionava um açougue, serve coxinhas bem cremosas de peito de frango desfiado misturado com Catupiry, que chegam à mesa em porção de seis (R$ 45) com molhinho de pimenta também feito na casa, ou solitária (R$ 7,50). 

O item é fabricado em linha de produção, tamanha a demanda, mas segue a receita original, desenvolvida no próprio bar. O item entrou no cardápio logo no início, em 2005, e nunca mais saiu. É feita da mesma maneira nestes quase 20 anos, nunca é congelada vai para a fritura apenas na hora do pedido.

Para acompanhar, outro ícone da gastronomia brasileira que faz sucesso no bar: as caipirinhas. A de três limões também já rendeu premiações à casa. 

Uma curiosidade: o nome “Veloso” é uma homenagem ao botequim carioca em que Vinicius de Morais e Tom Jobim viram Helô Pinheiro a caminho da praia, em Ipanema, e criaram Garota de Ipanema. Por uma coincidência, a rua do bar paulistano também tem Veloso no nome. 

Veloso Bar: Rua Conceição Veloso, 54, Vila Mariana.

Onde comer coxinha no Rio de Janeiro

Momo 

coxinha de rabada do momo

Coxinha de rabada do Momo. Foto: Divulgação

A botecagem acontece na calçada, apinhada em todos os dias de funcionamento. O Momo é tradicional no Rio, e o mérito é em parte do carisma de seu dono, Toninho, e em parte do cardápio suculento, que inclui, entre os petiscos, coxinha de rabada bem úmida com casquinha crocante (R$ 35).

A receita original era do Greigor, dono do Guarita Bar, e antes do Twelve Bistrô, que mudou o nome para 12 Burger & Bistro, ambos em Pinheiros. Foi uma ação colaborativa. Toninho enviou a receita do bolinho de arroz para Greg fazer em São Paulo e o mesmo enviou para o Rio a receita da coxinha de rabada. Um intercâmbio de sabores entre Rio e São Paulo. Com o passar do tempo, o Momo foi adaptando a coxinha mais para a cara do bar.

A rabada é preparada na cerveja preta e a massa, bem levinha, leva farinha de trigo, leite e margarina. O empanamento é feito na farinha panko. Cada coxinha tem 30 g de massa e 15 g de recheio.

Momo: Espírito Santo Cardoso, 50, Tijuca, telefone: (21) 99872-2636.

Brewteco 

“Muita massa e pouco recheio” não é o tipo de reclamação que cabe nas coxinhas dos bares do Brewteco. Com a alcunha sugestiva de “coxinhas saradas”, o salgado de frango não leva massa, ele é apenas envolto com farinha panko (R$ 34, 4 unidades), moldado em forma de coxa, e acompanhado por molho aioli. Guilherme Saavedra, o chef executivo das casas, explica que a ideia da releitura partiu de reclamações de amigos que se decepcionavam com a qualidade irregular de coxinhas por aí, e assim quis surpreender com recheio em todas as mordidas no quitute. 

Brewteco: Rua Dias Ferreira, 420, Leblon, telefone. (21) 3217-8280. Também tem endereços na Lapa, Gávea, Tijuca, Barra da Tijuca, no Morro da Urca e no Botafogo.

Polvo Bar 

Localizado no novo reduto chamado de “Baixo Botafogo”, o bar da chef Monique Gabiatti celebra o molusco que dá nome à casa. Além de uma decoração que remete ao mar em cada detalhe, desde a rede no teto até as ondas na parede, o menu é pautado no litoral e traz como um dos destaques a coxinha de polvo, servida às quartas-feiras (R$ 38). 

Polvo Bar: Rua General Polidoro, 156, Botafogo.

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Pescados na Brasa 

coxinha unha de caranguejo

Unha de caranguejo: versão paraense Foto: Berg Silva

Em Belém, a unha de caranguejo é um quitute tradicional, vendido por ambulantes em bicicleta, lanchonetes e também por restaurantes requintados. Trata-se de uma coxinha recheada de caranguejo e estilizada com uma garra do crustáceo no topo, para diferenciar o salgado da coxinha de frango. Lá, a brincadeira de “começar a comer a coxinha pela base ou pelo topo” não pega. 

Se no Pará o costume é degustar a unha de caranguejo com caldo de cana ou guaraná, no Rio ela cai muito bem com cerveja gelada no Pescados na Brasa, bar e restaurante de comida paraense, que movimenta o bairro do Riachuelo com o ritmo do carimbó todo segundo domingo do mês. A chef Adriana Veloso, orgulhosamente paraense, expressa suas origens no Trio Pescados: unhas de caranguejo envoltas por massa artesanal especialmente feita por ela (R$ 45,90, 3 unidades).

Pescados na Brasa: Rua Vitor Meireles, 92, Riachuelo, tels. 21) 2239-9540 e (21) 99359-4753.

Cine Botequim 2 

coxinha do cine botequim

Cine Botequim 2: 20 sabores de coxinha. Foto: Fabio Rossi

Com temática toda inspirada na sétima arte, o boteco cultivou a fama de produzir uma das melhores coxinhas do Rio. Um dos destaques é o menu batizado de “A Liga das Coxinhas”, servido na casa recém-inaugurada no Maracanã. São 20 sabores do salgado em cartaz, que vão da tradicional de galinha até o recheio de bacalhau (a partir de R$ 10,90), passando pela à parmegiana (R$ 16,90), com opções veganas com massa de aipim, recheio de berinjela com abobrinha e tomate seco ou cogumelos com shoyu e cebolinha (R$ 13,90) e doce, composta por doce de leite empanado com açúcar e canela (R$ 10,90). O sucesso de público e crítica é a de costela com queijo (R$ 12,90). As receitas são uma coprodução entre a chef Fabiana Cândido e Felipe Trotta, sócio do bar. 

Cine Botequim 2: Rua Dona Zulmira, 111, Maracanã.

Preços pesquisados no mês de maio e sujeitos a alteração. 

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