O polêmico comeback das sobrancelhas finas

O estilo arqueado e com pouquíssimos pelos, que foi tendência nos anos 2000, ressurge dividindo opiniões. Reunimos aqui dicas essenciais para quem está pensando em adotar. Vem ver!


Bella Hadid com sobrancelha fina em desfile
Foto: Getty Images



A onda Y2K – reforçada principalmente pelo TikTok – fez ressurgir uma das mais polêmicas tendências do universo de beleza: as sobrancelhas finas. Sinônimo de elegância nos anos 1920 e de muito estilo nos anos 1960, o design arqueado e com pouquíssimos pelos voltou de vez. Bella Hadid, Rihanna e a atriz Blake Lively são algumas das celebridades adeptas do formato, que também apareceu em desfiles de verão 2022 de grandes grifes como Versace, Blumarine e Chanel.

Bella Hadid com sobrancelha fina e cabelo bicolor

Foto: @bellahadid

A trend reaparece após algumas décadas de sobrancelhas marcadas – e depois de conquistarmos um verdadeiro arsenal com acessórios e ferramentas de make de todos os tipos para preencher, pentear, definir e alinhar os fios.

É preciso lembrar, porém, que o estilo não é simplesmente adotado como uma tendência de make ou de moda – que você pode tirar, por, trocar, a hora que quiser. Trata-se de uma escolha que pode ter consequências (como não lembrar das mulheres que antigamente depilavam a área excessivamente e, anos depois, sofreram com técnicas e inúmeras tentativas de ver os pelinhos nascerem de novo?). “Antes de sair afinando as sobrancelhas é importante lembrar que alguns pelos podem não crescer mais”, avisa o maquiador Wagnê Carvalho, de São Paulo.

Assim como o cabelo, as sobrancelhas seguem um ciclo de vida. “Os pelos têm uma fase de crescimento, outra de latência e um período de queda. Isso varia e acontece entre 4 e 6 meses. Na medida em que os fios são retirados esse ciclo vai ficando mais curto e o crescimento mais lento, podendo até atrofiar a raiz do pelo” diz a dermatologista Célia Kalil, de Porto Alegre.

Claro que depilar uma ou duas vezes não vai te deixar sem pelos para o resto da vida. “O trauma no bulbo ocorre pelo excesso de remoção”, afirma a especialista. Há, ainda, a questão da harmonização.

Vivemos uma era livre de regras, em que podemos ter e usar o que quisermos (ainda bem!). Mas vale consultar um especialista (pode ser um maquiador-visagista ou um designer de sobrancelhas), para saber se o estilo que você está pensando em adotar valoriza os seus traços.

“Minha recomendação é que você assuma esse formato somente se suas sobrancelhas já forem naturalmente mais finas. Tanto pela questão de harmonização quanto para evitar os possíveis traumas no ciclo de crescimento”, indica a visagista Kelen Padilha, proprietária do Studio by Kel, em São Paulo.

Como deixa a sobrancelha mais fina com maquiagem

Não podemos criar um efeito mais fino e sem pelos só com truques de make. Mas adotar uma tendência não significa levar o estilo ao pé da letra. A ideia é brincar com as possibilidades que os produtos específicos para essa região oferecem e usar a trend do desenho ultrafino somente como inspiração.

Modelo com sobrancelha fina

Foto: @vittoria

Preencha toda a sobrancelha com um lápis do mesmo tom e de ponta fina, de forma que os fios fiquem bem desenhados. Então, penteie todos os fios para o mesmo lado com um gel incolor, deixando-os totalmente alinhados”, ensina o maquiador Wagnê Carvalho. “Outra dica, que está em alta, é apagar um pouco o tom das sobrancelhas usando corretivo no contorno, o que também ajuda a dar acabamento no estilo criado”, completa o especialista.

Me arrependi, e agora?

Quem já adotou a trend e logo se arrependeu de ter removido os pelos excessivamente, pode lançar mão de alguns caminhos para reverter a situação. Truques de make com produtos específicos para as sobrancelhas ajudam a dar sensação de volume enquanto eles não crescem.

“Há também alguns medicamentos que podem ser aplicados para estimular o crescimento dos mesmos através do estímulo do bulbo. Tratamentos a laser feitos no consultório também auxiliam o crescimento dos pelos, mas todas essas alternativas devem ser avaliadas e indicadas por um profissional”, diz Célia Kalil.

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