Será que sou uma investidora?

A reserva de emergência não é só o ponto de partida para quem quer poupar dinheiro, mas também marca o início oficial da trajetória de investimentos.


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CONTEÚDO APRESENTADO POR BTG PACTUAL DIGITAL

Colchão de segurança, reserva de oportunidades ou de emergência. Algum desses nomes você já deve ter ouvido falar e até chegamos a comentar sobre esse assunto anteriormente. Mas hoje é ela a grande protagonista da coluna: a reserva de emergência – por onde todas deveríamos começar – que consiste naquele montante de dinheiro investido que te dá segurança pra se virar sozinha caso algo inesperado aconteça.

A primeira pergunta que vem à cabeça é qual deveria ser o tamanho dela. Normalmente, o cálculo é feito com base nos nossos gastos ou renda mensais. Uma reserva que cubra um semestre de despesas do mês é um bom ponto de partida. Neste caso, se gasto 3 mil mensais para me manter, estamos falando em 18 mil reais, por exemplo. Importante reforçar, porém, que essa é só uma sugestão para começar, mas o ideal é pensar em um valor que traga conforto e tranquilidade. Para vocês terem uma base de comparação, nós duas temos uma reserva que bancaria um ano do nosso custo de vida (cada uma tem a sua, claro!).

Há outros aspectos que precisam ser considerados nessa conta: Se você tem filhos, talvez considere pouco garantir seis meses e queira cobrir pelo menos um ano dos gastos. Ou ainda, se trabalha em um setor aquecido, onde a perspectiva de se empregar é sempre otimista, uma reserva menor pode parecer suficiente. De novo, o importante é guardar uma reserva que case com a sua realidade e te permita dormir em paz.

Além do óbvio

Lembra quando falamos lá na primeira coluna sobre como investimento é sinônimo de independência, saúde mental e poder de escolha? Pois bem, outras razões para se empenhar na reserva são as consequências positivas para sua vida. Ao longo das dezenas de rodas de conversas que realizamos nos últimos anos, percebemos claramente quantos outros efeitos incríveis ela tem. De relatos de mulheres que passaram a se sentir mais confiantes no trabalho, porque sabiam que não dependiam dele para pagar as contas do mês seguinte, e as que conseguiram fazer uma transição de carreira, porque tinham como se manter por um tempo sem trabalhar, até aquelas que saíram de relacionamentos tóxicos, por terem autonomia financeira para não depender de boy lixo.

Entendeu até aqui? Então, partimos para que produto buscar, considerando que a indicação é sempre optar pelo mais simples e que garanta três coisas básicas. Primeiro, ser possível sacar o dinheiro com rapidez, em no máximo um dia, que é o que chamamos de investimentos de alta liquidez. Segundo, garantir que não haja oscilação e risco de perder alguma quantia por precisar sacar a qualquer momento. Indicamos, portanto, aquela aplicação que sempre rende um pouquinho e nunca “cai”. Por último, lembramos que produtos de investimento simples devem ter custo muito baixo – há até alternativas cujo custo é zero.

Aqui vão algumas opções que fazem sentido para essa reserva: Tesouro Selic, CDB com liquidez diária, contas digitais que rendam pelo menos 100% do CDI e, olha só, até mesmo a poupança, ainda que esteja rendendo menos que os demais!

Sim, você já é uma investidora!

Ao começar a entender mais sobre a reserva de emergência e poupar para ela, pode vir uma sensação de que esse tem que ser um processo rápido, que logo poderemos olhar para outras aplicações e, só então, nos tornarmos investidoras. Por isso achamos importante destacar que não é algo rápido. Voltando ao exemplo que demos lá em cima, de 18 mil reais, e supondo que, para você, seja possível guardar 400 reais a cada mês. Significa que serão necessários quase quatro anos para construir a reserva. Portanto, um ingrediente essencial nessa trajetória é a paciência.

Por fim, tem gente que fala: “vou começar a investir depois de construir a reserva”. E achamos importante desconstruir isso. Esse primeiro passo já é investir e, talvez, seja o investimento mais importante a ser feito. Somos eternas defensoras dessa reserva, que às vezes só tem seu valor percebido quando precisamos usá-la – como aconteceu com tanta gente na pandemia! E queremos que, já nessa etapa de seu caminho, você sinta orgulho em falar: “Estou construindo a minha reserva e sou uma investidora!”

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