Depois da TV paga e aberta, Ivete Sangalo chega ao streaming

Cantora fala à ELLE sobre Onda boa, em que recebe de Gloria Groove a Agnes Nunes na HBO Max. "Não queria que fosse uma coisa muito pensada."


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Foto: Divulgação/Stella Carvalho



Em tempos de pandemia, quando os shows seguem incertos, e o Carnaval, suspenso, Ivete Sangalo vem ocupando cada vez mais espaço na TV. Depois de incursões pelo Multishow, ela volta à Globo no próximo domingo (23.01), desta vez em dia e horário nobres da emissora, as tardes de domingo, em que apresentará a segunda temporada do peculiar The Masked Singer. Antes, nesta-quinta (20.01), ela estreia na HBO Max Onda boa, programa em que recebe um time de músicos e cantores para, entre conversas, compor e cantar com eles, em um cenário idílico. “Eu adoro fazer TV, adoro. Gosto de saber que do lado de lá tem gente, tem público”, conta à ELLE. E Ivete não vê qualquer desafio no ofício: “Me sinto tão à vontade, tão à vontade, que a última coisa que penso é que isso poderia não dar certo. Vem uma sensação de conforto, de bem-estar”.

De fato, Ivete não tem qualquer dificuldade diante da câmera e recebe Gloria Groove (20.01), Vanessa da Mata (27.01), Carlinhos Brown (03.02), Agnes Nunes (10.02) e Iza (17.02) para acompanhá-la em episódios semanais. E aproveita para lançar novas músicas gravadas com cada um deles. “Foi difícil. O que não falta nesse país é gente talentosa e que eu amo”, diz, sobre a escolha dos cinco artistas. “Com exceção de Carlinhos, chamei músicos que eu nunca tinha gravado. Tem nomes dessa nova geração, que é o caso de Gloria e Agnes, que são muito importantes para mim, que sou fã do som, das vozes. Foi muito especial.”


A cantora encontrou seus convidados em junho e julho de 2021, quando o programa foi gravado, em uma fazenda no interior de São Paulo, sob um frio desconcertante para uma baiana, lembra Ivete. “Foi, sem dúvida nenhuma, um alento ficar em um lugar delicioso, na companhia dos meus colegas, dos meus músicos, da minha família. Foi um projeto muito bem elaborado para que a gente pudesse fazer dentro de toda essa loucura”, diz ela, sobre a situação da pandemia na metade do ano passado, quando a vacinação ainda avançava no Brasil. “Mas o grande desafio para nós foi realizar algo com tanta energia de construção sem perspectiva. Estava tudo lindo e vinha aquela emoção de dizer: ‘Meu Deus, o que será de nós? Como isso vai continuar?’ Eu vou cantar essas músicas para o público?’’, lembra. “Mas eu nunca me fiz de rogada. Disse, ‘vou fazer esse projeto e isso vai fazer com que a gente se sinta fortalecido e estimulado a continuar’. Não pode parar pra não perder o bonde andando.”

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Ivete e Carlinhos BrownFoto: Divulgação/Stella Carvalho

Neste bonde, Ivete também mostra brevemente na série sua família: seu marido e seus três filhos, que a acompanharam nas gravações na fazenda paulista – o mais velho, Marcelo, se aventura entre os percussionistas de sua banda. “Eu estava sempre ali trabalhando e atuando como mãe. ‘Mãe, quero fazer isso’, ‘quero fazer aquilo’.” A direção coube a Katia Lund (Cidade de Deus e Cidade dos Homens). “Ela me deixou muito livre pra conduzir de forma natural, não queria que fosse uma coisa muito pensada. A proposta do projeto é que fosse uma onda boa mesmo, nada estressante. Deixar que a música e os encontros nos levassem a muitos lugares especiais e foi assim que funcionou. A gente ligou, deu rec e ‘vamo nessa, vamo gravar’.”

No episódio de estreia, Ivete lembra a Gloria Groove que está prestes a completar 50 anos – já são 30 de carreira. A idade, conta, lhe trouxe a consciência de que a juventude nada tem a ver com o passar dos anos. “O que me faz me sentir jovem é a vontade de fazer novos planos, novos projetos. A idade diz muito mais sobre as experiências do que as impotências da gente.”

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A cantora e Agnes NunesFoto: Divulgação/Stella Carvalho

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