Jennifer Lopez fala à ELLE sobre “Atlas”

"Temos um tipo de filme de ação diferente quando há mulheres no comando", diz a atriz que estreia na Netflix longa que discute limites da inteligência artificial.


Jennifer Lopez na pré-estreia de Atlas
A atriz em pré-estreia do filme na Cidade do México Foto: Divulgação



Em 1979, Sigourney Weaver navegava sozinha no espaço como uma das poucas mulheres a protagonizar um filme de ação e ficção científica com Alien, o 8º passageiro, o primeiro longa da franquia de Ridley Scott. Quarenta anos depois, as mulheres avançaram bastante nesse universo dominado por homens, de Sandra Bullock à deriva no espaço em Gravidade (2013) a Anya Taylor-Joy desbravando o deserto em Furiosa, que acaba de chegar aos cinemas.

“Acho que há uma onda de mulheres fortes e poderosas da minha geração que estão arrasando nisso”, disse Jennifer Lopez por videoconferência à ELLE. A atriz de 54 anos protagoniza Atlas, filme que chega nesta sexta-feira (24.05) à Netflix e do qual também é uma das produtoras.

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Jennifer vive Atlas Shepherd, uma talentosa analista de dados com uma boa dose de desconfiança em relação à inteligência artificial que domina o futuro em que o filme é ambientado. Ela se junta a uma missão no espaço para capturar um robô rebelde (interpretado por Simu Liu, um dos Ken de Barbie), que fez parte do seu passado. “Estivemos por uma semana e meia em Cupertino (Califórnia) em uma mina, com muitas pedras e poeira para tentar nos levar à atmosfera em que estávamos atuando”, disse o ator à ELLE.

Além do cenário espacial, o filme discute as incertezas em relação à inteligência artificial, já presente no nosso dia-a-dia e que esteve até na pauta da greve dos atores do ano passado. A seguir, nossa conversa com Jennifer:

Seu visual em Atlas lembra o de Sigourney Weaver, em Alien, e o de Linda Hamilton, em Exterminador do futuro 2 (1991), de James Cameron. Elas foram referência para você interpretar a protagonista? Como se preparou para esse papel?
Eu amo Linda Hamilton em Exterminador do futuro, mas Sigourney Weaver era mais o que Brad (Peyton), o diretor, tinha em mente, não no sentido de imitar a personagem, mas em relação às roupas, muito minimalistas, e sobre quem ela é, sua força e sua natureza complicada por dentro.

“Acho que há uma onda de mulheres fortes e poderosas da minha geração que estão arrasando em filmes de ação”

Elas interpretaram personagens nos anos 80 e 90. Você acha que hoje em dia temos mais mulheres atuando em filmes de ficção científica e de ação?  
Sim, vemos muitas mulheres atuando em filmes de ação. É bom ver mulheres negras no comando. Acho que há uma onda de mulheres fortes e poderosas da minha geração que estão arrasando nisso, como Michelle Yeoh em Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo (2022), que, de certa forma, é um filme de ação e muito emocionante. Temos um tipo de filme de ação diferente quando há mulheres no comando. E acho que Atlas segue isso. É muito emocionante, mesmo sendo um grande filme de ficção científica, ação, drama, suspense.

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Jennifer Lopez em cena de Atlas Foto: Ana Carballosa/Netflix ©2023


Como você se sentiu passando a maior parte das filmagens dentro de uma cápsula, conversando com uma inteligência artificial e fingindo que está andando dentro dela?
Foi um verdadeiro exercício de atuação, um desafio. Porque, geralmente, você está em cena com outros atores, há realidade nisso, mas não havia em Atlas. É tudo imaginação, tudo está em sua mente. E você precisa seguir com o diretor: “É isso que está acontecendo agora. Eu preciso de você neste nível de intensidade. Neste momento, você está tendo um ataque de pânico. Agora, sua perna quebrou. Neste momento, você está caindo do espaço, à beira da morte…” E você pensa consigo mesma: “Ok, estou em choque? Estou gritando? O que uma pessoa faz neste momento? O que eu faria?” Há tantas maneiras diferentes de fazer as coisas… Isso tornou tudo muito desafiador. Provavelmente, foi um dos filmes mais exaustivos que já fiz.

Como é sua relação com a inteligência artificial no dia-a-dia? Chega a estabelecer limites? Tem algum tipo de preocupação?
Eu acho que o filme realmente faz um bom trabalho ao mostrar como a inteligência artificial pode ser usada de uma forma incrível e como pode ser destrutiva. E acho que meu relacionamento é semelhante a isso. Respeito muito o fato de que a AI possa fazer tantas coisas incríveis, mas estou com um pouco de medo do que ela possa roubar da humanidade de certa forma.

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O diretor Brad Payton e Jennifer Lopez nos bastidores do longa Foto: Ana Carballosa/Netflix © 2024.

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