Mais sombria, terceira temporada de “Yellowjackets” traz algumas respostas
As atrizes Lauren Ambrose, Tawny Cypress e Simone Kessell dividiram com a ELLE suas impressões sobre os novos episódios da série.

Quando o último capítulo da segunda temporada de Yellowjackets foi ao ar em 2023, o mistério sobre como parte de um time de futebol feminino do ensino médio conseguiu sobreviver a um acidente de avião nos anos 1990 seguiu sem muita explicação. Foi um período na trama em que elas permaneceram isoladas em uma floresta no Canadá, enfrentando fome, frio e duvidando da própria sanidade.
Algumas dessas perguntas devem ser respondidas na terceira temporada da série indicada ao Emmy, que estreia nesta sexta-feira (14.02) no Paramount+.
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Nos episódios, que chegam semanalmente ao streaming, a morte continua no centro da trama de terror psicológico e amadurecimento criada pelo casal Ashley Lyle e Bart Nickerson (roteiristas de Os originais e coprodutores de Narcos).
Mas também sobra espaço para a série discutir temas como amor, sororidade feminina, representatividade LGBTQIA+, saúde mental e outros assuntos pertinentes entre a versão jovem e adulta das protagonistas.
“Voltar para a terceira temporada foi empolgante, especialmente porque ninguém fazia ideia do que aconteceria com as personagens”, diz Tawny Cypress, que interpreta Taissa, em entrevista à ELLE Brasil. “Ter um elenco composto só por mulheres é uma experiência única. Nunca tinha feito algo assim antes”, destaca Lauren Ambrose, que vive Van.
Parte do elenco jovem de Yellowjackets. Foto: Divulgação
A seguir, mais detalhes sobre a temporada e da conversa com as atrizes:
No passado
Em 1996, ponto de partida para os novos episódios, o inverno acabou finalmente. Com a chegada do verão, as garotas construíram novos abrigos depois que a antiga cabana foi incendiada e o treinador Ben (Steven Krueger) desapareceu. Natalie (Sophie Thatcher) precisa liderar e manter o grupo unido em meio à desconfiança e tensão, já que as chances de serem resgatadas são cada vez menores. Ao mesmo tempo, a fúria de Shauna (Sophie Nélisse) tem se intensificado enquanto ela sofre com a morte prematura de seu filho. Já Lottie (Courtney Eaton) segue em busca de compreender melhor a “natureza selvagem” e as forças sobrenaturais que a cercam.
Courtney Eaton e Simone Kessell em Yellowjackets. Foto: Divulgação
No presente
Vinte e cinco anos depois, os traumas e os segredos enterrados continuam assombrando quem sobreviveu à tragédia. Após o acidente fatal com Natalie (Juliette Lewis) no final da segunda temporada, cada uma das amigas lida com o luto e a culpa à sua maneira, especialmente Misty (Christina Ricci). Lottie (Simone Kessell) teve sua seita dissolvida e precisa passar um tempo hospedada na casa de Shauna (Melanie Lynskey), que tem problemas com a filha e o marido para superar. Em paralelo, Taissa (Tawny Cypress), que se afastou da política, e Van (Lauren Ambrose), que enfrenta um câncer terminal, se reaproximam e retomam o relacionamento que começou na época da escola. A vencedora do Oscar Hilary Swank faz uma participação especial na trama, ao lado de Ashley Sutton e Joel McHale.
Embora as atrizes do presente e passado da história não apareçam juntas na trama, isso não impediu que as veteranas ficassem próximas de suas versões mais jovens. “Fico em choque com o talento delas, gostaria de ter sido tão livre assim nessa idade. Acho que sinto um instinto maternal em relação à Courtney Eaton. A escolha do casting foi muito acertada, e somos muito sortudas por termos essas versões mais jovens. É um privilégio poder dar continuidade ao trabalho delas e fazer jus ao que estão criando em Yellowjackets”, explica Kessell, que interpreta Lottie na versão adulta.
“Sendo honesta, nunca senti que elas precisassem dos nossos conselhos para entregar uma boa atuação. Elas estão indo muito bem por conta própria, talvez até melhor do que nós”, diz Ambrose.
Jasmin Savoy Brown e Tawny Cypress como Taissa em Yellowjackets. Foto: Divulgação
Mais representatividade
Outro ponto forte da nova temporada são os relacionamentos sáficos que receberam mais destaque. “Nossa geração, a X, era meio rebelde sem causa, mas sabíamos que tínhamos que lutar. Sempre fomos contra algo, sabe? E ver isso sendo retratado na tela é muito mágico, porque acho que a série realmente captura a experiência de ser uma garota nos anos 1990. Especialmente no que diz respeito à representatividade LGBTQIA+, que é algo muito importante para mim”, reflete Cypress.
“Na década de 1990, na escola, ninguém ligava muito se eu segurava a mão de uma garota, mas também não era algo comum de se ver. A série mostra esses personagens queer encontrando um espaço onde possam existir e serem aceitos. Isso é muito bonito de ver. As gerações mais novas são mais sortudas do que fomos, embora ainda haja um longo caminho a percorrer. Mas, de modo geral, é essencial ter esse tipo de história sendo apresentada na TV. Adoraria ter assistido isso quando era mais jovem”, completa.
A música
Assim como nas temporadas anteriores, a trilha sonora é parte essencial da história de Yellowjackets. Além da faixa tema “No return”, criada pelos cantores Craig Wedren (da banda Shudder to think) e Anna Waronker (That dog) e regravada por Alanis Morissette, novas faixas foram adicionadas, com destaque para “I think we’re alone now” (1987), da cantora Tiffany, “Linger” (1993), da banda The Cranberries, e “Rebel girl” (1993), do Bikini Kill.
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