Sofia Coppola, Ava DuVernay e outros destaques do Festival de Veneza
Evento abre sua 80ª edição em meio à greve de atores e roteiristas de Hollywood. Gabriel Leone e Sophie Charlotte estão em longas de Michael Mann e David Fincher.
O Festival de Cinema de Veneza, o mais antigo do mundo, está pronto para comemorar sua 80ª edição com uma seleção caprichada. A partir desta quarta-feira (30.08) serão apresentados os novos filmes de diretores como Sofia Coppola (Priscilla), David Fincher (The killer), Ava DuVernay (Origin), Richard Linklater (Hit man) e Bradley Cooper (Maestro) no Lido (uma das ilhas da laguna de Veneza). O festival ainda conta com filmes estrelados por Emma Stone (Pobres criaturas), Jessica Chastain (Memory, de Michel Franco), Adam Driver (Ferrari, de Michael Mann) e Travis Scott (Aggro dr1ft, de Harmony Korine).
O único longa brasileiro é Sem coração, que passa na mostra paralela Horizontes, que é competitiva. Dirigido pela alagoana Nara Normande e pelo pernambucano Tião, tem entre seus produtores Emilie Lesclaux e Kleber Mendonça Filho. Sem coração, que tem o mesmo título de um curta-metragem dirigido pela dupla em 2014, fala sobre a jovem Tamara (Maya de Vicq) e seu fascínio sobre uma adolescente conhecida como Sem Coração (Eduarda Samara) por ter uma cicatriz no peito.
Cena de Sem coração Foto: Divulgação
Com a greve de atores e roteiristas de Hollywood, o tapete vermelho estará mais vazio do que de costume, e o tráfego de barcos-táxi levando as celebridades de lá para cá será menos intenso, embora alguns tenham conseguido autorização especial para apresentar seus filmes no festival. Por mais que a gente curta ver as celebridades, a moda e as joias, vai ser uma chance de prestar atenção no cinema mesmo.
Confira a seguir a lista dos filmes que ELLE está mais ansiosa para assistir:
Priscilla
Depois da estonteante cinebiografia de Elvis Presley dirigida por Baz Luhrmann, Sofia Coppola vai contar o outro lado da história, baseada nas memórias da mulher do cantor. Em se tratando da cineasta estadunidense, é de esperar o drama de uma jovem isolada e presa às suas circunstâncias, em uma gaiola de ouro – um pouco como a Maria Antonieta da produção da diretora de 2006. Outra coisa que dá para apostar é que os figurinos e os cenários serão estonteantes, assim como a música. Sofia, que ganhou o Leão de Ouro com Um lugar qualquer (2010), disputa o prêmio novamente.
Maestro
Bradley Cooper volta para trás das câmeras depois de Nasce uma estrela (2018), que concorreu a oito Oscars, incluindo filme, ator e atriz, e levou o de canção original. Novamente, ele fala do universo da música, fazendo uma cinebiografia do maestro Leonard Bernstein (interpretado pelo próprio diretor), ganhador de 16 Grammys, compositor da música de “Amor, sublime amor” e diretor artístico da Sinfônica de Nova York, com foco no seu relacionamento com Felicia Montealegre (Carey Mulligan). O longa disputa o Leão de Ouro.
Pobres criaturas
Yorgos Lanthimos compete novamente pelo Leão de Ouro, depois de A favorita (2018), que levou o Grande Prêmio do Júri e a Coppa Volpi de atriz para Olivia Colman, que ainda ganharia o Oscar. O diretor grego assina outra produção de época na Inglaterra, agora no período vitoriano. Baseado no romance de Alasdair Gray, é uma espécie de Frankenstein surrealista em que o monstro é uma mulher. Bella Baxter (Emma Stone) volta à vida graças ao cientista Godwin Baxter (Willem Dafoe). Ela parte em uma aventura com o advogado Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo), exigindo igualdade e liberdade.
The killer
Após Mank (2020), cinebiografia do roteirista Herman J. Mankiewicz, David Fincher retorna ao seu porto seguro, o mundo do crime e dos assassinos. É um projeto que ele acalentou por duas décadas, em que Michael Fassbender interpreta um assassino profissional em crise de consciência e disposto a enfrentar seus chefes por isso. No elenco também estão Tilda Swinton e a brasileira Sophie Charlotte. É a primeira vez de Fincher na competição em Veneza. O filme estreia em 26 de outubro nos cinemas e em 10 de outubro na Netflix.
Foto: Reprodução
Ferrari
Sophie Charlotte não é a única brasileira a estar no elenco de uma produção internacional no Festival de Veneza. Gabriel Leone participa do longa-metragem de Michael Mann como o piloto Alfonso de Portago. Mann, diretor de Ali (2001), Colateral (2004) e um dos maiores nomes do cinema estadunidense, acalentava havia mais de 20 anos a ideia de filmar a vida de Enzo Ferrari (Adam Driver), fundador da companhia automobilística. O filme fala de sua tentativa de salvar a companhia em meio aos problemas em seu casamento com Laura (Penélope Cruz) e ao luto pelo único filho do casal.
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Origin
A cineasta Ava DuVernay (Selma – Uma luta pela igualdade, de 2014) baseou-se em Casta: As origens do nosso mal-estar, livro de não-ficção vencedor do Pulitzer. Na obra, Isabel Wilkerson faz uma comparação entre os Estados Unidos, a Índia e a Alemanha nazista, examinando como o mundo é moldado por hierarquias rígidas. O filme estrelado por Aunjanue Ellis-Taylor, Audra McDonald, Jon Bernthal e Vera Farmiga explora as raízes da desigualdade nos Estados Unidos. DuVernay é a primeira mulher negra estadunidense a competir em Veneza.
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