Terceira temporada de And just like that… tem um problema óbvio: Aidan

Série corrige exageros das duas primeiras, mas não consegue aproveitar o potencial dos personagens e conflitos.


terceira temporada de and just like that
Logan Marshall Green e Sarah Jessica Parker no set da terceira temporada de And just like that... Foto: Getty Images



Na terceira temporada de And just like that…, as roupas, principalmente as de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), continuam fabulosas – um conflito com um vizinho é motivo para um desfile de sapatos de dar inveja a qualquer colecionador. Mas a verdade é que a série mantém em sua nova leva de 12 episódios semanais, que estreia hoje (29.05), às 22h, na HBO e Max, os problemas de suas temporadas anteriores. A ELLE assistiu aos seis primeiros episódios.

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And just like that… tenta atualizar as personagens e situações de Sex and the city para novos tempos e novas fases. Carrie enviuvou, herdou muito dinheiro, trocou de casa e reencontrou Aidan (John Corbett). Miranda (Cynthia Nixon) deixou o marido Steve Brady (David Eigenberg), percebeu-se lésbica e abandonou seu antigo emprego para trabalhar com direitos humanos. Charlotte (Kristin Davis) continua casada com Harry (Evan Handler), com quem tem duas filhas. 

Para completar o grupo – e suprir a ausência da Samantha de Kim Cattrall –, foram inseridas novas personagens, como a corretora de imóveis de luxo Seema (Sarita Choudhury) e a documentarista Lisa (Nicole Ari Parker), casada com o político Herbert (Chris Jackson). Eles também trazem a série para o século 21 no quesito inclusão e representatividade, já que Sex and the city era extremamente branca.

temporada 3 de and just like that

Carrie (Sarah Jessica Parker) com vestido de Simone Rocha. Foto: Divulgação

Alguns personagens de temporadas anteriores, como Che Diaz (Sara Ramirez), com quem Miranda tinha um relacionamento, saíram na terceira. Miranda ainda está explorando sua sexualidade e começa este ano envolvendo-se com quem não deveria, como Mary (Rosie O’Donnell). 

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Charlotte é a personagem que, do quarteto original, parece ter evoluído melhor de acordo com os tempos: voltou a trabalhar, aceita com naturalidade a sexualidade e outras escolhas das filhas, mas tem que enfrentar outras questões familiares.

Seema está às voltas com mudanças em sua vida amorosa e profissional, e Lisa tenta finalmente tirar sua série documental do ar, ao mesmo tempo em que tenta ser uma boa mãe e acompanhar o marido político. 

terceira temporada de and just like that

Carrie, Charlotte (Kristin Davis) e Miranda (Cynthia Nixon) Foto: Divulgação

Muitos diálogos não fluem e várias piadas não funcionam, mas a série tenta incluir algumas discussões enfrentadas pelas mulheres de hoje, ainda que todas aqui sejam parte da mesma classe social. Alguns coadjuvantes dão um pouco de vida à dinâmica das amigas, que já foi mais afinada: Anthony (Mario Cantone), o jardineiro Adam (Logan Marshall-Green) e um escritor britânico (Jonathan Cake).

A série está menos errática do que nas duas primeiras temporadas, tentando alguns ajustes. Miranda, por exemplo, que tinha deixado de ser a mulher segura de antes para virar um poço de insegurança – isso antes mesmo de abraçar sua orientação sexual –, agora volta a se parecer com ela mesma. 

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A maior decepção, porém, é Carrie. Sim, verdade que no passado ela caiu em relacionamentos com homens que obviamente não a mereciam – Big incluído. Mas sua volta com Aidan não fazia sentido na segunda temporada e faz menos ainda na terceira. Os dois levam vidas separadas: ele vive em uma fazenda na Virginia, para cuidar do filho que tem questões de saúde mental. Aidan pediu um tempo de cinco anos, e ela aceitou. Os dois continuarem junto, apesar de serem tão diferentes, soa apenas como “fan service”, um jeito de agradar aos fãs do casal. 

Sex and the city foi revolucionária na época, embora, com o passar do tempo, suas deficiências tenham ficado evidentes – como a falta de nuances das quatro personagens principais, que estavam ali apenas para representar tipos. And just like that… tenta acompanhar os tempos, mas continua frustrante no desenvolvimento das personagens e até nos conflitos entre elas. Resta o carisma e a química das atrizes.

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