Timothée Chalamet protagoniza “Até os ossos”, sobre amor entre canibais

Ator reencontra o diretor Luca Guadagnino no longa, que conta ainda com Taylor Russell, premiada por sua atuação.


Yannis Drakoulidis / Metro Goldwyn Mayer Pictures



Em Até os ossos, Maren (Taylor Russell, de As ondas) acaba de ser abandonada por seu pai (André Holland, de Moonlight – Sob a luz do luar). Sozinha no mundo, a adolescente precisa aprender a sobreviver, achando aliados que a entendam e com quem se identifique. As dificuldades são grandes, já que Maren é canibal. Às vezes, quem cruza seu caminho é alguém como Sully (Mark Rylance, vencedor do Oscar de ator coadjuvante por Ponte dos espiões), um homem que dá arrepios. Em outras, é gente como o sensível Lee (Timothée Chalamet), com quem ela vai sair, estrada afora, pelos Estados Unidos, vivendo seu primeiro amor, cheio de complicações.

O novo longa de Luca Guadagnino (Me chame pelo seu nome, Suspiria), com roteiro de David Kajganich baseado no livro de Camille DeAngelis, a ser lançado no Brasil em janeiro pela Suma, já tem pré-estreias em alguns cinemas e estreia oficialmente no Brasil na próxima quinta-feira (01.12). Pelo filme, Guadagnino ganhou o Leão de Prata de direção no último Festival de Veneza, em setembro. A seguir, conheça mais sobre o longa:

Juntos novamente
Até os ossos marca a reunião de Guadagnino com Chalamet. Os dois trabalharam em Me chame pelo seu nome (2017), pelo qual o ator foi indicado ao Oscar. O longa venceu a estatueta de roteiro adaptado e foi indicado a outros dois prêmios, melhor filme e canção original (“Mystery of love”, de Sufjan Stevens). Em Me chame pelo seu nome, Chalamet é Elio, um adolescente que se apaixona por um homem mais velho (Armie Hammer). Outro ator da produção de 2017 que aparece em Até os ossos é Michael Stuhlbarg, que interpreta o pai de Elio e no novo longa faz Jake, um homem misterioso que Maren e Lee encontram na estrada. Jake está acompanhado de Brad (David Gordon Green, diretor da recente trilogia Halloween, encerrada neste ano). Stuhlbarg está irreconhecível. Spoiler: prepare-se ainda para uma participação surpresa de Chloë Sevigny.

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Taylor Russell e Timothée Chalamet em cena do longa Yannis Drakoulidis / Metro Goldwyn Mayer Pictures

Meu amigo canibal
Guadagnino nega que haja qualquer relação, mas é curioso que ele tenha feito um filme sobre canibais e sua dificuldade de se ajustar ao mundo depois que Hammer, que atuou em Me chame pelo seu nome, foi acusado de canibalismo e abuso sexual. Os planos de uma sequência para o filme de 2017, que pareciam estar em andamento, estão suspensos, mas não por causa da situação de Hammer. É que Guadagnino anda bastante ocupado com outros projetos. Depois de Até os ossos, ele já rodou Challengers, com Zendaya, Josh O’Connor (o príncipe Charles das temporadas 3 e 4 de The crown) e Mike Faist (de Amor, sublime amor). O filme traz três jogadores de tênis que se conheciam quando adolescentes e se reencontram em um torneio anos depois.

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Taylor Russell no filme Yannis Drakoulidis / Metro Goldwyn Mayer Pictures

Nasce uma estrela
Pode ser que você não tenha ouvido falar de Taylor Russell. Mas é só uma questão de tempo para conhecer a canadense de 28 anos, que interpreta a personagem principal de Até os ossos. Ela ganhou o troféu Marcello Mastroianni, dedicado a jovens atores e atrizes, no último Festival de Veneza, em setembro. Antes do filme com Chalamet, atuou em As ondas (2017), de Trey Edward Shults, e na série Perdidos no espaço.

A trilha
A dupla Trent Reznor e Atticus Ross, vencedora do Oscar pelas trilhas de A rede social (2010) e Soul (2020) – essa em parceria com Jon Batiste –, compôs a música de Até os ossos. Em entrevista ao jornal inglês The Independent, Guadagnino disse que pediu aos dois “o som de uma road trip” ou “o som da paisagem estadunidense”. Parece abstrato, mas Reznor e Ross conseguiram captar o espírito desejado pelo diretor.

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Os atores no red carpet de Veneza La Biennale di Venezia/ASAC/Giorgio Zucchiatti

Tapete vermelho
Chalamet sempre foi ousado em suas escolhas de moda. Ele parou a ilha do Lido, onde acontece o Festival de Veneza, com seu macacão frente-única vermelho assinado por Haider Ackermann. Mas Taylor não ficou atrás com um volumoso vestido verde Balenciaga. Os dois continuaram arrasando na divulgação do filme. Em Londres, ele foi de terno branco com lapela assimétrica Alexander McQueen, e ela, de paletó preto com ombros estruturados, corselete champanhe, saia mídi e chapéu preto Schiaparelli. Em Milão, ela foi de terno Alexander McQueen cheio de recortes, ele, de calça de couro e blusa sem mangas Saint-Laurent. A atriz também abriu o desfile de Jonathan Anderson para Loewe em Paris, em setembro.

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Timothée Chalamet e Taylor Russell no BFI London Film Festival Karwai Tang/WireImage

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