Casa de Criadores 55: Ale Brito x Studio 115

O último pivô de Ale Brito na Casa de Criadores foi em 2018. Na terça-feira (10.12), ele retorna ao evento que o consagrou. Quem lembra de seus desfiles antigos com certeza tem em mente o caminhar agressivo, as modelos bravas, quase correndo. Além da atitude, as roupas carregavam inspiração punk.

Ale Brito x Studio 115. Foto: Agência Fotosite

A passagem de dois anos e oito meses pela Alexander McQueen e de dois anos pela pela Ginger trouxe ao estilista amadurecimento e, principalmente, uma vontade de se esmerar mais nos acabamentos. A partir de agora, ele se une à Studio 115, uma confecção especializada em alfaiataria. “Temos que valorizar o trabalho brasileiro, chega de peças da China”, diz nos bastidores.

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O resultado surpreende: olhando para a Era Vitoriana, ele pega emprestado barbatanas, crinolinas e estruturas de corsets. Essas construções são subvertidas, usadas de formas diferentes, como na barra estruturada do vestido de tricô com recortes esportivos, ou no vestido sem alça com ancas volumosas que modela o corpo sem apertar ou sufocar a mulher, como era costume na época.

Ale Brito x Studio 115. Foto: Agência Fotosite

Outros elementos das roupas do século 18 influenciam as silhuetas e modelagens da coleção: as golas viram chokers, a jaqueta de couro fica ajustada, com manga bufante, e outros itens ganham pepluns de entretela.

O grande destaque fica para a alfaiataria, como visto nos microshorts que lembram calcinhas, nas saias lápis com caudas, nos sobretudos e nos blazers amplos. A parte de gala também é uma grata surpresa: os longos são transparentes somente na frente, como o desfilado pela modelo Marina Dias, e tem até um vestido de noiva para fechar a apresentação, usado por Marcelle Bittar.

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Faz quatro meses que Ale Brito decidiu retornar à sua marca homônima e começar a pensar nesta coleção, mas a cabeça já está no futuro: a ideia é abrir uma loja física no próximo ano. Do seu passado, restam as sapatilhas de bailarina usadas com silver tape fazendo as vezes de fita de cetim. Mas, atualmente, tem algo mais punk que uma roupa bem feita?