MFW: Fendi, verão 2025

Para dar início às celebrações de 100 anos da Fendi, o diretor de criação Kim Jones olha para sua fundadora, Adele Fendi, e para o estilo dos anos 1920.


Modelo com vestido transparente bordado durante desfile da coleção de verão 2025 da Fendi, na semana de moda de Milão.
Fendi, verão 2025. Foto: Getty Images



Abrindo a temporada milanesa, a Fendi desfilou nesta terça-feira (17.09), sua coleção de verão 2025 que dá um gostinho do que serão as comemorações de seu centenário, evento que acontecerá oficialmente no ano que vem. 

Foi em 1925, quando Adele Casagrande, até então dona de uma empresa de artigos de couro, lançou com o marido, Edoardo Fendi, uma grife que carregava o seus sobrenomes

Por isso, Kim Jones, o diretor criativo da marca desde 2020, nos leva de volta aos anos 1920. Na verdade, ele faz mais uma observação de como essa década influenciou a maneira como nos vestimos até hoje. 

Modelo com vestido transparente bordado durante desfile da coleção de verão 2025 da Fendi, na semana de moda de Milão.

Fendi, verão 2025. Fotos: Getty Images

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Em nota escrita aos jornalistas, ele lembrou que esse período foi marcado por grandes feitos da humanidade na área das artes com passos importantes para o movimento modernista.

E daí que até hoje a gente continua a experimentar revoluções de moda que vieram daquela época, como a roupa mais fluida na modelagem, ou seja, mais confortáveis e que priorizam o movimento, além de uma menor demarcação de gênero, e colocar as peças até então consideradas de dentro na parte de fora. 

Na coleção de verão 2025, isso é traduzido por uma série de vestidos de seda e de organza com cintura solta. Em alguns casos, o slip dress aparece com franjas, um signo visual daqueles tempos, ou com desenhos sinuosos que fazem alusão à art déco. Há também conjuntos do tipo pijama e calcinhas à vista. 

Modelo com underwear à mostra durante desfile da coleção de verão 2025 da Fendi, na semana de moda de Milão.

Fendi, verão 2025. Fotos: Getty Images

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São peças, efeitos e detalhes que lembram a ideia de se despir, algo que inclusive é bastante recorrente no vocabulário de Kim Jones. Destaque para as tiras na barra das saias, como as alças de um vestido que foram parar na parte debaixo do look, enquanto alguém tirava a roupa. 

As texturas são, em sua maioria, mais gostosas, como o veludo e o sheerling, e as sobreposições, bem delicadas. A preocupação com a suavidade se estende até o trabalho com o couro, que aparece no shape de uma camiseta, por exemplo. 

A alfaiataria está principalmente na camisaria que, em alguns casos, evolui também para um chemise. Os casacos e sobretudos mais fechados, que poderiam ser um contraponto aos microshorts e aquele corpo todo para jogo, também surgem como se fizessem às vezes de um roupão. 

Modelo com chemise durante desfile da coleção de verão 2025 da Fendi, na semana de moda de Milão.

Fendi, verão 2025. Fotos: Getty Images

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Esse visual aparentemente descompromissado não quer dizer simples. Em diversos momentos há construções emprestadas da alta-costura, como os bordados, todos feitos à mão. 

Enquanto as modelos desfilavam, algumas palavras se sobrepunham à trilha sonora: nas vozes de Anna Fendi e Silvia Venturini Fendi, respectivamente filha e neta de Adele. 

Elas falavam sobre como a matriarca era a energia da casa, construiu o negócio e expandiu a marca Fendi com lojas em Roma, e que sempre comparava as filhas aos dedos de sua mão: diferentes entre si, mas complementares. 

Modelo com conjunto de couro branco durante desfile da coleção de verão 2025 da Fendi, na semana de moda de Milão.

Fendi, verão 2025. Fotos: Getty Images

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Paola, Anna, Franca, Carla e Alda formaram a segunda geração Fendi. Todas elas se especializaram em diferentes departamentos da marca, do design à venda, entre os anos 40 e 50, estruturando a empresa como a conhecemos.

Por fim, no entanto, Anna Fendi lembra que aprendeu com a mãe que moda é cultura, porque a moda busca a beleza.fen

Resgatando a coluna formada por mulheres que constituem a Fendi – algo que Kim Jones faz frequentemente, aliás –, o estilista aborda a relação que todas elas têm e que é baseada em conforto e uma ideia de lar – muito mais do que apenas um negócio. 

Leia também: A história da Fendi, de karl lagerfeld a kim jones. 

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