Paris Fashion Week: Maison Margiela verão 2024

John Galliano entrega teatralidade na Margiela atrelada às tendências do momento no penúltimo dia de Paris Fashion Week.


Modelo desfila para a Maison Margiela na Paris Fashion Week.
Margiela, verão 2024. Foto: Divulgação



Desde que assumiu a Margiela, em 2015, após quatro anos afastado da moda, John Galliano vem injetando seus códigos indumentários na marca fundada por Martin no fim dos anos 1980. Tome como exemplo o verão 2024 da etiqueta, desfilado nesta segunda-feira (02.10), na Paris Fashion Week.

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Se tem uma coisa que sempre dá pra esperar dos desfiles da marca desde que John se tornou diretor criativo é uma passarela dramática. Desde o bafo todo que fez o estilista ser demitido da Dior em 2011, onde era diretor criativo desde 1996, a indústria da moda perdeu parte importante de sua teatralidade. 

Modelo desfila para a Maison Margiela na Paris Fashion Week.

Margiela, verão 2024. Foto: Divulgação

Modelo desfila para a Maison Margiela na Paris Fashion Week.

Margiela, verão 2024. Foto: Divulgação

As aparições de Galliano eram sempre momentos marcantes. Atualmente, o designer não recebe mais os aplausos ao fim do desfile – o que não quer dizer que sua presença não seja perceptível. O caminhar dos modelos, muito diferente do que estamos acostumados a ver na temporada, traz aquele drama que é tão característico das suas criações – e que acaba dando vida a elas.

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Na prática, as roupas não fogem muito ao que estamos acostumados a ver na Margiela – só que, nessa temporada, não há estampas ou decorações excessivas. As primeiras entradas são mais simples, uma espécie de quiet luxury só que pelas mãos de Galliano: calças amplas, blazers compridos, camisas oversized e trench-coats. A novidade? É que as golas eram separadas das camisas e usadas como uma espécie de chocker despontada. Isso tudo em tons de preto, branco e bege.

Modelo desfila para a Maison Margiela na Paris Fashion Week.

Margiela, verão 2024. Foto: Divulgação

Simples demais para Galliano, né? Mas olhe com atenção (e pelo vídeo, de preferência): os volumes e os detalhes fazem essa roupa ser indiscutivelmente dele. Os vestidos ganham camadas de tule, babados e laços e são combinados a luvas larguinhas até o alto do braço. Algumas partes de cima são usadas soltas, como se fossem um babado na altura do cós, outras peças ganham uma cobertura plástica. 

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Os mini curtinhos têm detalhes retorcidos no colo e na barra. Os corsets, um código indumentário bastante presente no trabalho do estilista, também marca os looks. Os sapatos Tabi, cada vez mais imortalizados no imaginário fashion, ganham cadarços no peito do pé, enquanto as meias esportivas foram decoradas com lacinhos.

Modelo desfila para a Maison Margiela na Paris Fashion Week.

Margiela, verão 2024. Foto: Divulgação

A desconstrução que faz parte da história da marca aparece nos detalhes por fazer, como em linhas soltas e pespontos contrastantes. A gente já falou aqui que está rolando uma tendência de mostrar como a roupa é feita por dentro, como se o avesso importasse mais que o externo da peça, principalmente em Paris. 

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Na Margiela, não é diferente. A diferença é que isso já faz parte da história da marca desde sua criação – não é exatamente uma tendência para eles. A mistura de estéticas tão reconhecíveis, dos excessos de John com a desconstrução de Martin, tem feito com que a Margiela seja uma das marcas mais interessantes e cheias de personalidade do momento.

Modelo desfila para a Maison Margiela na Paris Fashion Week.

Margiela, verão 2024. Foto: Divulgação

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