SPFW N57: Rafael Caetano

“Mário de Andrade tá na moda”, brinca Rafael Caetano, antes de seu desfile na SPFW N57, nesta sexta-feira (12.04). E é verdade. Passados quase 80 anos de sua morte, o escritor paulistano anda pulsando no inconsciente coletivo. As homenagens recentes não negam: um conjunto de 88 de suas obras está em exibição no MASP, enquanto a escola de samba Mocidade-Alegre, campeã do Carnaval de São Paulo de 2024, relembrou sua carreira.

Nesta temporada, Rafael se debruça especialmente sobre dois livros do autor: Amar Verbo Intransitivo e o clássico Paulicéia Desvairada. Essa é uma das primeiras vezes que o estilista olha para uma figura concreta. Geralmente, é a arquitetura, as formas abstratas e a música que o inspira. Mas, dessa vez, ao desejar falar sobre São Paulo, ele chegou ao nome de Mário, que morou no bairro da Barra Funda e foi um assíduo frequentador da Bela Vista.

Rafael Caetano, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

Leia mais: SPFW N57: Weider Silveiro

Não pense, porém, em referências muito literais ao escritor. “Não iremos trazer a figura de Mário de Andrade na passarela”, esclarece o designer. A ideia é traduzida em uma imagem sofisticada, inspirada pela vida e arte do escritor. A sofisticação, aliás, é muito bem vinda.

Rafael abaixa o tom de alguns excessos de temporadas anteriores, sem esquecer de seus códigos marcantes, como a pele à mostra, que agora é revelada por micro shorts e ternos sem camisa.

Rafael Caetano, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

Na coleção, de silhueta bem setentinha e com destaque para os tons de verde e cinza, ainda há sarjas estruturadas trabalhadas em diferentes tons e lavagens e cambraias leves construídas em fios de lurex.