SPFW N57: Thear

Théo Alexandre, fundador e diretor criativo da Thear, não nega que é bairrista. Desde que estreou no evento, em junho de 2022, o estilista goiano tem se dedicado a levar a regionalidade do Centro-Oeste às passarelas da semana de moda paulista. Na SPFW N57, não foi diferente.

Nesta temporada, ele olha para o Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil, que há anos enfrenta diferentes ameaças e é desmatado em ritmo acelerado. “Neste momento, diante dos problemas que estão acontecendo, é importante falar sobre o Cerrado”, diz Théo.

Para traduzir a ideia, ele pensou principalmente nas raízes profundas do bioma. Em uma tentativa de representá-las, Théo explora ao máximo diferentes texturas e se arrisca no design de superfície. Para além das matérias-primas e construções, a experimentação permite que a marca chegue a uma nova silhueta.

Thear, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Ze Takahashi

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É que, para a Thear, o conforto sempre foi um pilar. E ainda é. No entanto, a etiqueta parece pronta para alcançar a funcionalidade, sem se limitar à roupa descolada do corpo. “Não é sobre aprisionar, é sobre liberar formas”, conta o designer. Não à toa, até o corset, visto em modelos de diferentes corpos, entrou no jogo.

Thear, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Ze Takahashi

Na cartela de cores, o vermelho é mais uma novidade. O tom vibrante, porém, ainda divide espaço com os neutros. A marcação dos tons fica nítida na passagem de cada bloco do desfile. O primeiro representa a terra e o fogo, enquanto o segundo é o ar e a água. Entre peças de seda e tecidos orgânicos, ainda se vê blusas de um ombro só, longos fluidos e calças de alfaiataria.