SPFW N58: Martins

Referências desconexas são sempre ponto de partida das coleções da Martins. No backstage do desfile, que rolou na quarta-feira (16.10), durante a SPFW N58, o estilista Tom Martins nos explicou um pouco do seu modus operandi.

“O primeiro tema sempre parece que foi enviado para mim. Estou buscando um filme para assistir em um catálogo de streaming, aparece outro que me inspira. Ou estou vendo uma crítica da Isabela Boscov, ela cita algo que eu não conheço. Ele chega de repente”, conta. Após definir o ponto de partida, Tom destaca que procura algo completamente diferente. “Para criar uma esquisitice. A gente adora, né?”, acrescenta.

Martins. Foto: Agência Fotosite

Nesta coleção, ele vai da franquia Matrix ao final dos anos 1960 e começo dos 1970, na época do flower power, uma estética que ainda não havia explorado. Assim, surgem os vestidos volumosos, repletos de babados, feitos de tecidos de tapeçaria, que encerram o desfile – o ponto alto da coleção.

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Há ainda estampas xadrez, calças jeans amplas com zíperes no comprimento, coletes costurados sobre camisetões estruturados (uma parceria com a Levi’s), camisas com lacinhos na frente e muitas, mas muitas, sobreposições. A silhueta oversized e cheia de camadas já é clássica da Martins.

Martins. Foto: Agência Fotosite

Algumas imagens da passarela são familiares. E é proposital. Elas são inspiradas em etiquetas como Marimekko e Emilio Pucci, além de uma coleção de Alexander McQueen para a Givenchy que fala sobre o mesmo longa. Sim, ele se inspira em outras marcas – e não tem medo de admitir. “Os grandes mestres já fizeram de tudo. O real jogo da moda é cada um fazer aquilo do seu jeito, com a sua personalidade, modelagem e acabamento.”