SPFW N58: SAU SWIM
Em seu segundo desfile na semana de moda paulistana, a marca cearense Sau Swim se inspira no livro "Aurora: O Despertar da Mulher Exausta", de Marcela Ceribelli.
No ritmo frenético do dia a dia, é cada vez mais difícil encontrar tempo para nos dedicarmos ao que gostamos, como ler um livro. Para a estilista Marina Bitu, à frente da marca cearense Sau Swim ao lado de Yasmin Nobre, foram cinco anos até que ela pudesse se reconectar com a literatura. “Passei por um momento de muito trabalho e pouco descanso, então busquei esse livro como um respiro”, diz ela.
Sau Swim, verão 2025. Ze Takahashi / @agfotosite
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O livro em questão é o Aurora: O Despertar da Mulher Exausta, escrito por Marcela Ceribelli. Ele também é o tema da nova coleção. “É a primeira vez que faço algo inspirado em um livro”, fala Marina. “Para uma estilista, é desafiador, porque normalmente precisamos de elementos visuais para construir uma coleção. Aqui estamos falando de palavras, é uma outra fonte de pesquisa.”
Para dar vida ao texto escrito, Marina dividiu a apresentação em cinco capítulos, tal como o livro, cada um dedicado a um tema da experiência feminina.
Sau Swim, verão 2025. Ze Takahashi / @agfotosite
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No primeiro, a ansiedade é retratada em vestidos, tops e saias vermelhos, repletos de emaranhados. “Quis trazer um senso de urgência, essa dificuldade de resolução quando você vê tudo meio bagunçado”, explica. Nessa sequência de oito looks, também há estampas abstratas em tons escuros que remetem ao mapeamento de um cérebro estressado.
Ze Takahashi / @agfotosite
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O segundo capítulo é focado no trabalho emocional atribuído às mulheres e nos pesos visíveis e invisíveis da existência feminina. Daí o entrelaço de tecidos em biquínis e vestidos de elastano, representando a coragem e o medo andando juntos. “Depois trazemos os papéis femininos em peças com formas quadradas, refletindo os múltiplos sonhos de uma mulher, como ser mãe, trabalhadora, filha, amiga, etc”, fala Marina.
Ze Takahashi / @agfotosite
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Já o terceiro bloco homenageia a plataforma de conteúdo Chapadinhas de Endorfina, criado por Ceribelli, com propostas mais esportivas. O quarto e penúltimo capítulo, explora novas perspectivas sobre o tema, com peças atoalhadas arrematadas por mãos douradas que buscam as zonas erógenas femininas. “A ideia é quebrar esse tabu de que as mulheres sempre serviram ao parceiro e não podiam ter desejo”.
Ze Takahashi / @agfotosite
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Para finalizar, a marca encoraja as mulheres a superarem frustrações, abraçarem o novo e saírem da zona de conforto, buscando felicidade no cotidiano. Esse capítulo é traduzido por tecidos leves – como a organza –, tons claros e formas florais, simbolizando o desabrochar e a transformação pessoal. “São silhuetas um pouco mais fluídas, onde exploramos a estética greco-romana, fazendo referência à capa do livro, que é inspirado na deusa Aurora”.
Ze Takahashi / @agfotosite
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