Paris Fashion Week: Alexander McQueen, inverno 2025 

Seán McGirr apresenta inverno 2025 vampiresco na Alexander McQueen.


Modelo desfila coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen durante a Paris Fashion Week.
Alexander McQueen, inverno 2025. Foto: Divulgação



A coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen foi apresentada no sábado (08.03), no salão da Galerie de Géologie et de Minéralogie, parte do Museu Nacional de História Natural da França, em Paris. 

Modelo desfila coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen durante a Paris Fashion Week.

Alexander McQueen, inverno 2025. Foto: Divulgação

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O espaço, de estilo clássico, ganhou um portal futurista e um pouco torto (uma instalação do designer britânico Tom Scutt) para um corredor branco e espelhado, de onde saem os modelos – como se chegassem de uma realidade paralela.  

Seán McGirr, diretor criativo da grife, inicia o desfile pela alfaiataria. É sua corrida para mostrar expertise na área, uma vez que o próprio Alexander McQueen e Sarah Burton, sucessora do fundador, ficaram conhecidos pela excelência nesse quesito.

Modelo desfila coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen durante a Paris Fashion Week.

Alexander McQueen, inverno 2025. Foto: Divulgação

Modelo desfila coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen durante a Paris Fashion Week.

Alexander McQueen, inverno 2025. Foto: Divulgação

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O público sentiu falta desses itens nas últimas coleções. Por isso, atenção total nos casacos longos e blazers curtos de lã que ganham ancas sutis e ombros arredondados. Enquanto os fraques perdem as lapelas, golas e mangas vitorianas escapam pelas extremidades de paletós pretos.

Entra em cena o couro de um vestido austero e a renda das meias-calças. O shearling, em volumes exagerados, aparece nos ombros de vestidos longos e fluidos. Junto a chapéus de abas amplas (criações de Philip Treacy), sapatos e botas de bicos pontudos, nessa altura do campeonato, dá para afirmar que o mote é vampiresco, gótico, bruxo – e um pouco raver. Segundo o estilista, em nota à imprensa, trata-se de uma pesquisa sobre a figura do dândi, com influência de nomes históricos como o do escritor Oscar Wilde, da cantora Vesta Tilley e da pintora Romaine Brooks.

Modelo desfila coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen durante a Paris Fashion Week.

Alexander McQueen, inverno 2025. Foto: Divulgação

Modelo desfila coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen durante a Paris Fashion Week.

Alexander McQueen, inverno 2025. Foto: Divulgação

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No meio do desfile, uma ala de longos de seda, com camadas e babados nas barras, puxa uma lembrança: os vestidões com frufrus do inverno 2006 de Alexander McQueen, pensados para reproduzir a aparência de espuma das ondas do mar quando batem nas pedras. Tal técnica, aplicada agora a camisas desconstruídas dentro de uma alfaiataria ajustada, é o ponto alto da apresentação. 

Algumas experimentações, porém, quebram a unidade narrativa e ficam deslocadas. É o caso dos minivestidos de crochê com relevo, a versão com mangas e barras flamboyant, e a opção bordada que abre uma saia triangular abaixo do seio, e forma uma silhueta achatada. 

Modelo desfila coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen durante a Paris Fashion Week.

Alexander McQueen, inverno 2025. Foto: Divulgação

Modelo desfila coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen durante a Paris Fashion Week.

Alexander McQueen, inverno 2025. Foto: Divulgação

Modelo desfila coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen durante a Paris Fashion Week.

Alexander McQueen, inverno 2025. Foto: Divulgação

Modelo desfila coleção de inverno 2025 da Alexander McQueen durante a Paris Fashion Week.

Alexander McQueen, inverno 2025. Foto: Divulgação

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A caveira estampada em uma camisa e em echarpes, bem como as jaquetas esportivas berinjela e azul, não encaixam no todo e dão a sensação de desespero por algo comercial. Por fim, uma jaqueta, com cinto na altura dos ombros e vestida com os braços enfiados nos bolsos, é praticamente uma camisa de força e a máscara usada na boca leva a um dèja-vu de tempos duros e pandêmicos. 

A missão de Seán McGirr não é simples, é verdade, mas também é inevitável fazer comparações. A Alexander McQueen é uma casa na qual a provocação é bem-vinda, mas quando feita com surpresas interessantes e excelência na execução. Há pouca proposta nova e falta autenticidade nas ideias que poderiam ser defendidas pelo estilista para revelar um pouco de si. O resultado é um meio termo, colagem do passado que não parece bem resolvida.

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