As histórias por trás de 8 das bolsas mais icônicas de todos os tempos
Um pedido pessoal de Andrey Hepburn, um design que por pouco foi dispensado pela grife e uma princesa que comprou todas as versões disponíveis no mercado. Conheça as origens curiosas de alguns dos modelos clássicos de bolsa.
Companheiras indispensáveis, as bolsas são praticamente uma extensão de quem as usa. Por dentro, cada um leva uma espécie de kit de sobrevivência, com tudo que julga fundamental de se ter por perto quando está fora de casa. Por fora, o design escolhido revela um pedaço da personalidade de seu dono, ou pelo menos do que se faz questão de mostrar para todo mundo. Não à toa, a paixão por esse acessório é uma das mais intensas da moda.
Sabendo disso, as marcas se empenham com muito afinco em produzir modelos que abracem as mais diversas necessidades e interesses. São muitas as opções de tamanhos, materiais, cores e formatos disponíveis. No entanto, algumas bolsas específicas acabam despertando o fascínio da maioria e se tornando objetos de desejo absoluto. As histórias de como elas foram criadas e conquistaram esse status são tão cativantes quanto o seu design. A seguir, relembramos algumas delas:
2.55, da Chanel
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Criada nos anos 1950 pela própria Coco Chanel, a 2.55 revolucionou o mercado por incluir alças longas, para serem usadas nos ombros. Até então, apenas clutches e bolsas de mão estavam disponíveis para as mulheres de estilo refinado. A estrutura de couro acolchoado e as correntes correntes foram inspiradas na paixão da designer por montaria. O nome é uma homenagem ao lançamento, que aconteceu em fevereiro de 1955.
Nos anos 1980, Karl Lagerfeld decidiu dar cara nova ao famoso acessório. Para começo de conversa, o fecho dos Cs invertidos substituiu o retangular do original, e o entrelaçando das correntes da alça ganhou uma tira de couro. A adaptação ficou conhecida como “classic flap” ou “11.12”. Apesar de muita gente pensar que se trata de duas versões da mesma bolsa, elas são apresentadas como modelos distintos – um dos poucos da Chanel que nunca saem de linha e a cada coleção são relançados com materiais e cores diferentes.
Speedy, da Louis Vuitton
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A Louis Vuitton não economiza quando o assunto é it-bag, mas se for preciso escolher apenas um modelo da grife francesa, a Speedy definitivamente se destaca como um clássico atemporal. Ela foi criada por Henri Louis Vuitton, em 1965, para atender a um pedido de Audrey Hepburn. A atriz era fã da bolsa de viagem Keepall e queria uma adaptação que fosse mais fácil de carregar no dia a dia.
A musa de Hollywood então foi presenteada com uma Speedy de 25 centímetros e passou a desfilar com ela para lá e para cá, despertando o interesse do mundo todo pela bolsa. O sucesso foi tanto que, depois, foram lançados os tamanhos: 30, 35 e 40 centímetros. Criada originalmente com a famosa estampa de monogramas da maison ganha novas versões (algumas delas limitadas) até hoje.
Birkin, da Hermès
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Musa dos anos 1960, a atriz britânica Jane Birkin era constantemente vista circulando com uma cesta de palha no lugar da bolsa. Até que, em um voo a Paris, em 1981, tudo mudou. Ela estava com dificuldades para colocar o acessório no compartimento de bagagens, e alguns itens acabaram caindo no chão. Quem apareceu para ajudá-la a recolher tudo foi Jean-Louis Dumas, CEO da Hermès na época, que escutou “nenhuma bolsa é capaz de segurar todas as minhas tralhas”.
Ao longo da viagem, Jane e Jean-Louis debateram como seria a bolsa perfeita: grande o suficiente para viajar e, ao mesmo tempo, elegante, com fechos que protegessem o conteúdo. O papo terminou com a atriz desenhando um protótipo em um daqueles saquinho de papel para enjôo. Três anos depois, em 1984, nascia um dos itens mais desejados da moda, a bolsa Birkin.
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Feita artesanalmente com um padrão minucioso de qualidade, cada uma leva semanas para ser finalizada e não existe estoque disponível para pronta-entrega. Para ter uma Birkin para chamar de sua, é preciso enfrentar uma longa lista de espera que pode demorar até 3 anos. Atualmente, são 4 os tamanhos disponíveis (25, 30, 35 e 40 centímetros) e uma infinidade de couros e cores.
Classic City, da Balenciaga
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Esta é uma bolsa que, por muito pouco, quase não virou realidade. Apresentada no início dos anos 2000, por Nicolas Ghesquière, então diretor criativo da Balenciag, a Motorcycle City foi, inicialmente, descartada pela diretoria da maison. Segundo entrevistas do designer, afirmaram que o item era “muito leve, muito mole e sem estrutura”, contrariando o padrão de bolsas rígidas que estava em voga.
O ponto de virada foi um desfile da grife, em 2001, em que algumas modelos, incluindo Kate Moss, notaram os protótipos no estúdio de Nicolas e se encantaram. Elas pensaram se tratar de um acessório vintage, encontrado em algum mercado de pulgas. O diretor criativo, então, convenceu a empresa a produzir 25 bolsas para presentear as modelos e algumas editoras de revistas.
Circulando entre as pessoas certas, o item rapidamente virou desejo absoluto, passou a ser produzido em larga escala pela Balenciaga e se tornou um dos marcos dos anos 2000. A partir disso, diversos outros modelos inspirados nela foram criados sob a aba “Motocross”, ficando a original mais conhecida pelo nome Classic City.
Lady Dior, da Dior
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Em 1994, a Dior lançou a bolsa Chouchou. O design foi todo pensado para o item se tornar marcante e apresentar com força o DNA da grife. O couro trabalhado em matelassê, com os pespontos “Cannage”, hoje uma assinatura da casa, foi uma homenagem à cadeira no estilo Napoleão III utilizada por Christian Dior em seu primeiro desfile. A base das alças tinha berloques banhados à ouro, formando a palavra Dior de uma maneira nada discreta.
Definitivamente, era uma bolsa única, mas os holofotes só foram se voltar para ela dois anos mais tarde, em 1996, após a, então, primeira dama francesa Bernadette Chirac presenteou princesa Diana com uma. Foi amor à primeira vista. Lady Di não só começou a circular com o presente por todos os lados, como encomendou todas as versões existentes do modelo na época.
Como tudo o que a princesa de Gales usava, a bolsa se tornou um fenômeno, vendendo mais de 100 mil unidades em um único ano. Foi assim que passou a se chamar Lady Dior, em homenagem ao ícone fashion da realeza britânica, e nunca saiu de linha. A cada temporada, ganha novas versões, sendo até hoje símbolo de elegância.
Luggage, da Céline
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Quando começou a ser vendida, em 2010, pouca gente deu bola para a Luggage. A Céline havia acabado de passar por uma revitalização comandada pela diretora criativa Phoebe Philo, peças com design atemporal e funcionalidade infinita faziam parte desse novo capítulo. A bolsa, porém, não emocionou logo de cara.
Tudo mudou quando uma das gêmeas Olsen foi fotografada pelas ruas de Nova York segurando uma bolsa desse modelo. Rapidamente, as outras disponíveis desapareceram das lojas, fazendo com que muita gente entrasse em listas de espera de até seis meses para conquistar a sua. Com isso, outras marcas de luxo começaram a olhar para a Luggage com mais atenção e não demorou para que sua estrutura rígida, com abas laterais expansíveis, inspirasse lançamentos das concorrentes.
Le Pliage, da Longchamp
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Todas as outras bolsas dessa lista já nasceram com o suporte de uma grife renomada mundialmente, mas com a Le Pliage o caminho foi diferente. Foi ela que possibilitou que a francesa Longchamp, criada em 1948, com o foco em artigos de couro, como carteiras e capas para passaportes, conquistasse o mercado internacional.
O charme estava em ser uma sacola bastante leve, feita de nylon com acabamento de couro, disponível em uma grande variedade de cores e o melhor: possível de ser dobrada até ficar do tamanho de um livro de bolso. Por isso o nome, que significa “dobradura” em francês. O responsável pela criação foi Philippe Cassegrain, filho do fundador da Longchamp, que voltou de uma viagem ao Japão inspirado pelos origamis.
Do seu lançamento, em 1993, até seu vigésimo aniversário, mais de 30 milhões de unidades foram vendidas pelo mundo. Disponível em quatro tamanhos, a Le Pliage passou a ser produzida também em couro híbrido maleável, em 2014, e é constantemente atualizada com edições limitadas em parceria com artistas e estilistas badalados.
Baguette, da Fendi
Jeremy Moeller / Getty Images
Considerada por especialistas a primeira it-bag da história, a Baguette não poderia ficar de fora dessa lista. Foi criada em 1997 pela diretora criativa de acessórios Silvia Venturini Fendi, neta dos fundadores da grife.
A bolsa ganhou fama internacional graças à personagem Carrie Bradshaw de Sex and the city, que quase sempre estava com uma debaixo do braço nos primeiros anos da série. O nome vem justamente por ter sido desenvolvida com uma alça e tamanho perfeitos para serem usados dessa maneira, exatamente como os franceses carregam os seus pães baguete. São tantas as histórias atreladas ao hit da Fendi que temos uma matéria inteira dedicada a ela.
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