Conheça a história da bolsa Baguette, da Fendi

A primeira it-bag da história ganha reedição nos moldes de sua primeira versão, lançada em 1997.


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Fotos: Divulgação



Na moda, há bolsas e bolsas. Algumas, elevadas por designs criativos e inovadores, transcendem a condição de acessórios para se tornaram ícones. É o caso da Baguette, bolsa da Fendi criada em 1997 e considerada a primeira it-bag da história. Foi ela, inclusive, a dar origem às listas de espera no mercado do luxo, tamanho sua procura. E se a história for algum indicativo de sucesso, o feito deve se repetir com o lançamento de uma edição especial do item, recuperando suas características originais. Os novos modelos, batizados Baguette 1997, são os que você vê ao longo desta matéria.

Mas antes de ser um fenômeno de vendas, a Baguette era apenas ideia. Sua primeira versão foi inspirada em bolsas bordadas dos anos 1920 e 1930, da coleção particular de Adele Casagrande, avó de Silvia Venturi Fendi, diretora criativa dos acessórios da etiqueta e herdeira do negócio. Pequenas em tamanho, sua praticidade inspirou a designer a propor um estilo que fosse leve e fácil de carregar, como os pães que os franceses levam debaixo do braço todas as manhãs. A ideia também era fazer uma alça curta, para que as mãos pudessem ficar livres.

O crédito de sua criação, contudo, tem outras três colaborações e menções honrosas: Pierpaolo Piccioli e Maria Grazia Chiuri, hoje na Valentino e Dior, respectivamente, e Karl Lagerfeld. Piccioli e Chiuri, no caso, integravam a equipe de criação da casa italiana, dedicados majoritariamente aos acessórios. Já Karl Lagerfeld ocupava o cargo de diretor criativo de ready-to-wear desde 1965. Foi ele o responsável pelo monograma FF, que, na Baguette, virou fivela e padronagem.

Modelos caminha com look Fendi.

Variada em cores e estilos, o item foi um sucesso na Europa. Ainda assim, a demanda crescente pelo modelo não conseguiu ser suprida imediatamente pela marca, que inovou com outra proposta: a lista de espera. Isso garantiu à Baguette a fama de primeira it-bag, mesmo tendo surgido mais tarde do que outras bolsas-desejo.

“É uma Baguette”

A introdução definitiva do acessório no cenário internacional – e no imaginário pop – viria pouco tempo depois, pela televisão. No aclamado seriado Sex and the City, que estreou no ano seguinte à criação da Baguette, a bolsa tornou-se um elemento recorrente no figurino da atriz Sarah Jessica Parker, no papel de Carrie Bradshaw. Em uma de suas cenas mais marcantes, a personagem é surpreendida por um assaltante que exige sua bolsa de paetês roxos brilhantes. Ela o corrige: “É uma Baguette”.

Duas décadas mais tarde, em janeiro de 2019, Parker voltaria a dizer a frase, dessa vez em um vídeo promocional da própria Fendi. Segurando uma versão idêntica àquela de sua personagem, ela repete a fala a um grupo de meninas mais jovens, curiosas e desejosas do acessório.

O curta faz parte de uma campanha da marca para reintroduzir a Baguette no imaginário de moda das novas gerações, #BaguetteFriendsForever. O movimento reúne diversas modelos e influenciadoras internacionais em uma série de vídeos e sessões fotográficas em celebração à bolsa. Entre elas, mais recentemente, a modelo Winnie Harlow e a atriz Ryoko Yonekura, nomeada em 2021 como a primeira embaixadora da marca no Japão.

Ponto para a Fendi: a Baguettemania

Sete anos antes da #BaguetteFriendsForever, a bolsa já havia sido protagonista na Baguettemania, série de eventos em comemoração aos 15 anos da peça. Além de uma festa em Nova York, ela também foi homenageada com um livro que revisita algumas das edições mais famosas do item, como as feitas por artistas como Damien Hirst, Richard Prince e Jeff Koons.

Modelo com bolsa Baguette de paet\u00eas rosa.

Seguindo Nova York, outros eventos aconteceram em Paris, Londres, Milão, Los Angeles e Tóquio e, em 2013, foi a vez do Brasil participar das celebrações. Durante a inauguração da primeira loja da Fendi no país, em São Paulo, diferentes modelos da Baguette, customizados por artistas brasileiros, foram exibidos. Além deles, Silvia Venturini Fendi apresentou cinco edições de colecionador, cobertas com as cores da bandeira brasileira.

No mesmo ano, para o desfile de verão 2013, a marca apresentou uma bolsa tote com um compartimento externo transparente, no tamanho certo para encaixar uma Baguette. Na temporada seguinte, aconteceu o lançamento do aplicativo My Baguette, que permitia aos usuários customizar uma versão digital da bolsa. Quatro anos depois, as possibilidades visuais do acessório se expandiram ainda mais, quando a Fendi revisitou seu logo, deixando-o mais quadrado, semelhante a um esboço de 1974 encontrado nos arquivos da marca.

Fendi: arte e movimento

Em 2021, a Fendi lançou o projeto Hand in Hand, uma coleção de edições limitadas da Baguette desenvolvida com técnicas artesanais de diferentes regiões da Itália. Um ateliê na província de Emilia Romagna, ao norte, por exemplo, criou uma versão da bolsa inspirada nos mosaicos bizantinos do século 5. Outro, em Piemonte, na fronteira com a França e a Suíça, revisitou o item com o bordado ‘bandera’, historicamente associado às decorações de casas aristocráticas.

Baguette Piemonte

Baguette Piemonte.

Com um limite de 20 modelos por ateliê, a Baguette Hand-in-Hand eleva ainda mais a aura de luxo e exclusividade da peça. A ação também é significativa ao destacar a bolsa como mais do que uma it-bag desejo, mas uma forma de diálogo entre a moda e as tradições artísticas italianas.

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