Pandora passa utilizar apenas ouro e prata reciclados em suas joias

A partir do segundo semestre de 2024, a Pandora, joalheira com maior número de produtos vendidos no mundo, só produzirá novas joias com ouro e prata reciclados e certificados.


Pandora anuncia que só utilizará ouro e prata reciclados na produção de joias.
Joias Pandora. Foto: Reprodução Instagram/@theofficialpandora



A Pandora anunciou hoje (30.01) que não trabalhará mais com ouro e prata de mineração. A partir do segundo semestre, toda a produção de joias da marca dinamarquesa utilizará ouro e prata reciclados.

O movimento faz parte de uma série de ações da indústria joalheira para reduzir os impactos ambientais e sociais dos processos de extração, comercialização e fabricação. Como se sabe, o garimpo é uma prática corriqueira e pouco regulada. No Brasil, por exemplo, as leis para atividade são complexas e cheias de brechas, como detalhado nesta reportagem sobre a origem do ouro no país.

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A mudança para metais reciclados, um compromisso firmado pela Pandora em 2020 e alcançado um ano antes da meta estipulada, proporciona ainda benefícios significativos na redução das emissões de gases de efeito estufa. Com a mudança, a empresa estima evitar cerca de 58 mil toneladas de CO2 por ano – o valor é equivalente ao consumo de eletricidade anual de 11 mil residências ou às emissões de seis mil carros.

Em um comunicado oficial, Alexander Lacik, diretor executivo da Pandora, afirmou que “os metais preciosos podem ser reciclados indefinidamente sem perda de qualidade”. Ele ressalta que a prata extraída séculos atrás é tão valiosa quanto a recém-extraída e que a reciclagem aprimorada pode reduzir significativamente os impactos naturais e climáticos da indústria.

Para garantir a autenticidade dos materiais, a Pandora estabeleceu padrões de fiscalização rigorosos ao lado do Conselho de Joias Responsáveis. Desde 2020, todos os fornecedores da empresa implementaram ajustes, melhorias e novos equipamentos em suas operações para obter a certificação do conselho sobre os materiais reciclados. 

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De acordo com Mads Twomey-Madsen, vice-presidente sênior de sustentabilidade da Pandora, a meta de 100% de metais reciclados só foi atingida tão rapidamente devido ao comprometimento dos demais agentes da cadeia de suprimentos.

A transição, contudo, não saiu barata. Estima-se que o custo anual para trabalhar com metais reciclados é de aproximadamente 10 milhões de dólares. Com a meta já alcançada, a empresa agora concentra seus esforços em outras frentes, visando reduzir pela metade suas emissões totais de carbono até 2030.

Além do compromisso ambiental, a Pandora comunicou um bom crescimento nas receitas. Os resultados financeiros preliminares de 2023 demonstram crescimento orgânico de 12% na receita nos três meses encerrados em 31 de dezembro. O crescimento orgânico anual ficou em 8%, superando as estimativas com uma receita total de 4.12 bilhões de dólares.

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