Paris Fashion Week: Givenchy, verão 2026
Verão 2026 de Sarah Burton para a Givenchy reforça uma sensualidade sob a perspectiva feminina.
Ao som de “Straight to hell”, do The Clash, a britânica Sarah Burton mostra que já está em casa na sua segunda apresentação como diretora criativa da Givenchy com a coleção de verão 2026.

Givenchy, inverno 2026. Foto: Divulgação

Givenchy, inverno 2026. Foto: Divulgação
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A rebeldia inglesa está não só na trilha sonora, como também no visual com o cabelo levemente desarrumado e a presença do couro nas jaquetas, vestidos e saias. Assim como na apresentação de estreia, o blazer é dividido na vertical, como se tivesse sido puxado pelos ombros e rasgado na metade.
Depois de quase três décadas desenhando para a Alexander McQueen e, desde setembro de 2024 responsável pela Givenchy, Sarah Burton tem revelado cada vez mais a sua personalidade – claro, sendo sempre respeitosa com os códigos da grife em que trabalha.

Givenchy, inverno 2026. Foto: Divulgação

Givenchy, inverno 2026. Foto: Divulgação

Givenchy, inverno 2026. Foto: Divulgação
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A alfaiataria, que é a sua grande expertise, tem uma ou outra versão andrógina, mas, no geral, procura valorizar sempre a silhueta feminina. Há um destaque especial para o colo, o que dialoga com os decotes de Hubert de Givenchy, que adorava exibir as clavículas das mulheres.
O paletó é encurtado para mostrar a barriga, com uma calça de cintura baixa. O blazer tem o quadril destacado e é usado com saia com fenda ou com um modelo que cai no corpo igual a um lenço, tipo sarongue.
Há vestidos de comprimento curto, um deles tem o watteau back, aquele volume na parte traseira que desce na diagonal e era comum nas criações do fundador. Já o tal do little black dress, de Audrey Hepburn, ganha versão contemporânea de couro e com um nó caído em um dos braços.

Givenchy, inverno 2026. Foto: Divulgação

Givenchy, inverno 2026. Foto: Divulgação

Givenchy, inverno 2026. Foto: Divulgação

Givenchy, inverno 2026. Foto: Divulgação
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Tramas abertas e body chains usados como roupa deixam bastante pele à mostra. A lingerie é resgatada da estação passada, com tops, calcinhas e bodies, trazendo sensualidade. Em outros momentos, algumas peças são inspiradas no universo da roupa íntima, como os minivestidos de alcinha, com bojo destacado e feitos de renda.
Isso dialoga com a tendência da temporada de um visual que é mais usual na vida privada. Um exemplo é o look que lembra um lençol abraçado no corpo, e ecoa uma coleção de Sarah para a Alexander McQueen, a de inverno 2016, com itens no estilo duvet.
Se vê agora uma preocupação maior com produtos individuais, para além dos visuais completos, como no caso dos vestidões. É outro elo com um desejo de Givenchy, o próprio, que propunha às mulheres do pós-guerra opções separadas de calças e blusas de alta-costura, para serem combinadas às suas vontades.
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Com a estilista britânica, isso é reproduzido, dentro do prêt-à-porter, com modelos de jeans retos, camisa branca com amarração, trench coat de golas imponentes e opções de jaquetas de couro.
Entre os acessórios, as sapatilhas de bico quadrado da coleção anterior reaparecem, desta vez sem logo, e vários tamancos são decorados com pompons, franjas, laços e camadas de tecidos que, juntas, lembram uma flor.
Por fim, é notória a preocupação de Sarah em colocar a mulher no centro de sua criação, sempre deixando claro que isso é feito sob a perspectiva de uma outra mulher — afinal, ela é uma das poucas diretoras criativas hoje à frente de uma grande maison de moda. E isso faz toda a diferença.
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