Tom Ford encerra NYFW com muito brilho e uma nova ideia de glamour
Nova coleção do estilista estadunidense mostra como os meses isolados em sua casa, em Los Angeles, mudaram sua visão sobre moda (pelo menos por enquanto).
A alfaiataria foi uma das principais tendências da recém-terminada NYFW. Como já falamos logo no começo da semana de moda, o movimento tem a ver com um outro olhar sobre o guarda-roupa pós-vacina, menos exuberante e mais formal ou minimamente controlado. Para Tom Ford, contudo, esse mood não tem muito apelo – e para sua clientela, imune aos altos e baixos da economia pandêmica, também não faz muito sentido.
Na verdade, o verão 2022 do estilista vai quase que no caminho oposto. Não chega a ser uma moda exagerada em termos de volumes e construção, mas é no brilho, no verniz e, principalmente, na atitude. No release, Ford fala sobre uma revisão de valores durante a quarentena, em sua casa em Los Angeles, e de como isso afetou a maneira como ele e muita gente se veste. Aquela coisa de saber o que de fato é importante, qual o sentido de se sentir desconfortável ou limitado dentro de um look e por aí vai.
Como já vinha acontecendo há algumas temporadas, a base desta mais recente coleção são roupas esportivas ou itens básicos do guarda-roupa. Numa estação em que muita se fala sobre o tal american sportswear e sua simplicidade prática, essa pode ser vista como uma interpretação de luxo sobre o assunto – algo que Ford faz com excelência já há algum tempo.
Pensem calças cargo acetinadas ou cobertas por paetês em verde, turquesa e magenta. Ou numa jaqueta jeans toda bordada com correntes douradas. As camisetas vêm decoradas com estruturas tipo de corset, mas nada é justo demais ou limitante. Pelo contrário, é tudo bem à vontade, solto, ainda que bastante glamouroso. Nos acessórios, mais correntes douradas ou cobertas por cristais, maxibolsas e sandálias de cetim.
Quem acompanhou toda essa fashion week nova iorquina deve ter percebido a forte influência do estilo que marcou a virada do milênio e os início dos anos 2000. Foi um momento meio de êxtase e loucurinhas coletivas, uma reprise do look hedonista dos anos 1970, mas influenciados por alguns movimentos da cultura pop. Aqui não é diferente e a cartela de cores é a maior indicação disso. Os shapes esportivos também, porém agora com um pouco mais de polimento e simplicidade no design.
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