Os tênis digitais da Gucci e o mercado NFT

Neste episódio, a gente conta um pouco mais sobre o mais novo lançamento da Gucci, sneakers digitais, e aproveita para explicar o que é o NFT, um sistema que promete mudar a nossa percepção em relação a produtos digitais e comércio eletrônico.


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E se a gente te contasse que dá para comprar agora um tênis da Gucci por 12 dólares? Isso, mesmo! Com mais ou menos 66 reais você teria um par de sneakers da grife italiana, desenhado por Alessandro Michele, para chamar de seu.

Mas, assim, não fisicamente. Acontece que na última quarta-feira a Gucci começou a vender tênis digitais. Neste episódio, a gente te conta um pouco mais sobre este lançamento virtual da grife e aproveita para explicar o NFT, um sistema que promete mudar a nossa percepção em relação ao comércio eletrônico.

Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro. E você está ouvindo o ELLE NEWS, o podcast com as principais notícias de moda e de beleza da ELLE Brasil.

Na semana passada a Gucci fez o seguinte anúncio: a casa está vendendo, agora, tênis digitais por 12 dólares, algo em torno dos 66 reais.

Esse lançamento é fruto de uma parceria que a grife italiana fez com a Wanna, uma empresa de tecnologia especializada em moda, sediada na Bielorrússia, o país do Leste Europeu. O par de sneakers digitais pode ser adquirido no aplicativo da Gucci ou no aplicativo da Wanna — e aí com um descontinho: os tênis saem por 9 dólares.

A Wanna ficou conhecida no mercado por trabalhar principalmente com realidade aumentada para produtos de moda. Esse tipo de serviço começou a fazer mais sucesso desde o início da pandemia. Com todo mundo trancado em casa, as compras online aumentaram, os eventos presenciais de moda foram cancelados e todo o sistema precisou recorrer a essas empresas de novas tecnologias para apresentar melhor seu produto, criando uma experiência de compra digital mais interativa.

Até agora, a Wanna havia trabalhado produzindo modelos 3D de acessórios para marcas como Reebok, Snapchat e Farfetch. A gente até já tinha comentado por aqui, no ELLE News, sobre os filtros de realidade aumentada que a Farfetch usou. Eles podiam ser experimentados com o auxílio da câmera de um smartphone. Bastava apontar a tela do seu celular para os seus pés, por exemplo, que você conseguia experimentar virtualmente um tênis da Gucci ou da Balenciaga. Mas, agora, é a primeira vez que a empresa de tecnologia se une a uma grife de moda para vender um produto digital.

E aí você pode achar curioso ou estranho, mas é, sem dúvidas, um sinal dos tempos. O digital não é só mais uma ferramenta, mas também o produto e a Gucci é só mais uma entre várias marcas de moda que estão atentas à ascensão das roupas virtuais. A casa já assinou colaborações com jogos como o Roblox, o Drest, o 3D Zepetto, o The Sims e o Pokémon, criando itens de moda que podem ser usados por avatares. E não deve parar tão cedo de experimentar mais possibilidades de abocanhar esse mercado.

Uma das explicações é que, assim, grifes de luxo alcançam também um público mais jovem. Se a geração Z ainda não compra uma bolsa de 10 mil reais da grife italiana, pode tranquilamente investir em um tênis de 12 dólares para se gabar nas redes sociais.

Segundo o CEO da Wanna, Sergey Arkhangelsky, “em cinco ou dez anos, uma fatia relativamente grande da receita das marcas de moda virá de produtos digitais”. Segundo ele, o objetivo de sua empresa é não só envolver mais o cliente e criar mecanismos de vendas interessantes online, como também olhar para esse futuro da roupa feita de pixel que não está tão no futuro assim.

Mas esse tipo de movimentação, feita pela Gucci, com a criação de produtos digitais, também caminha lado a lado com três letrinhas, que passaram a chamar a atenção da indústria recentemente. São elas NFT, sigla para non fungible token que, em tradução livre significaria token não fungível. E essas três letrinhas prometem mudar a nossa percepção sobre comércio eletrônico, principalmente o que envolve produtos digitais de designers e artistas.

E aí a gente explica. Recentemente uma série de materiais digitais tem virado manchete por serem vendidos a valores extraordinários na web. Quer um exemplo? O CEO do Twitter, Jack Dorsey, vendeu a posse do seu primeiro tweet, durante um leilão, por 2,5 milhões de dólares, quase 14 milhões de reais. Um vídeo de uma jogada do atleta LeBron James foi comprado por 208 mil dólares, algo em torno de 1 milhão de reais. Imagens digitais do artista Beeple foram adquiridas pela bagatela de 69 milhões de dólares, ou mais ou menos 380 milhões de reais.

E nessa toada milionária também tem roupa digital! Mais especificamente, a colaboração entre o estúdio de design RTFKT e o artista digital Fewocious. A collab da empresa com o artista é um tênis de silhueta bem parecida com a de um Air Jordan, mas todo colorido, meio grafitado. E digital! Esse tênis não existe fisicamente, mas uma série de 621 pares dele foi vendida por 3,1 milhões de dólares em inacreditáveis sete minutos.

Em resumo, um produto digital não só vale dinheiro, como pode valer muito dinheiro. Isso porque todos esses produtos têm algo em comum: o selo NFT. E aí a gente volta as três letrinhas para explicá-la melhor. Se fungível é algo que pode ser substituído por outra coisa de uma mesma espécie, não fungível é justamente o contrário, aquilo que é único.

Por isso, o NFT é um selo que garante uma autenticidade digital, um contrato inteligente de que aquele não é qualquer produto feito de códigos, mas um produto específico. Com ele, é possível identificar e vender objetos virtuais e, de alguma maneira, investir em bens online valiosos. E aí vale tudo, como uma foto, um vídeo, um código, um gif, um áudio, um tênis digital… o céu é o limite.

Mas aí você se pergunta: por que eu iria querer comprar um gif, se ele está disponível na internet para eu baixar e usar? E é aí que o mercado de arte, com a sua série de colecionadores, ajuda a entender um pouco esse esquema digital, porque ele não é tão diferente assim do real. Mesmo que uma obra de arte física possa ser vista em um museu por milhares de pessoas, ela sempre estará associada a um comprador ou uma instituição, que é dona da obra, seja pelo status ou pelo prestígio de tê-la.

Possuir NFT é mais ou menos isso. O NFT é o equivalente digital dessa noção de propriedade. Fora isso, o NFT é feito geralmente via Blockchain. Para quem não está familiarizado, blockchain é o sistema que registra transações permanentemente em uma espécie de cartório digital à prova de violação, por ser descentralizado e livre de supervisão governamental ou privada. As informações são distribuídas por uma rede de computadores em vez de serem controladas por uma única entidade e podem ser acessadas por qualquer pessoa na rede, mas não alteradas ou excluídas.

E por que a moda parece interessada? O primeiro motivo você ouviu nos últimos números, as cifras milionárias. Como a gente falou, trata-se também do investimento em produtos únicos que podem render e valorizar. Mas há ainda outros pontos: muitos entusiastas veem o crescimento dos NFT como uma via interessante para artistas e marcas descartarem intermediários na venda. Um músico, por exemplo, não necessitaria de uma gravadora, distribuidora, que fica com parte de seu lucro, e poderia optar por uma comercialização direta e digital.

Outro ponto, também interessante para as marcas de luxo, é a possibilidade de rastrear mais e melhor a procedência dos recursos com que trabalha. E aí a Louis Vuitton já tem experimentado o sistema, para se certificar de onde vem cada item usado, seja ele real ou virtual, e ainda com a garantia de que não há nenhuma organização reguladora com interesses próprios.

Há críticas também, como aquelas que já são feitas a outras transações envolvendo blockchain, sejam elas de produtos artísticos, roupas digitais ou criptomoedas. Muitos questionam, por exemplo, a energia usada para se manter esse sistema. Sim, energia! Para se ter uma ideia, de acordo com um levantamento da Universidade de Cambridge, só as bitcoins consomem anualmente mais energia que toda a Argentina. Fora os riscos envolvidos nesse tipo de investimento, que é extremamente volátil.

Bem, ficou interessado por este assunto? Fique tranquilo que, ainda nesta semana, a gente te explica nos mínimos detalhes o mercado NFT e como ele capta o interesse da moda cada vez mais, em nosso site, o ELLE.COM.BR.

A Chanel lançou um Fundo Global de Cultura

E na última quarta-feira a Chanel lançou um Fundo Global de Cultura. O programa pretende entregar um milhão de euros a artistas e instituições parceiras. Segundo a Maison: “a intenção é fortalecer a igualdade entre vozes e proporcionar maior visibilidade aos revolucionários globais, principalmente neste momento no qual as artes fornecem uma fonte vital de inspiração e perspectiva de mudança sobre o mundo”.

A iniciativa que deverá ocorrer pelos próximos três anos acontecerá em duas frentes:. A primeira delas será O Chanel Next Prize, que apoiará criativos, entregando prêmios de 100 mil euros a 10 artistas, entre eles profissionais da música, da dança, da performance e das artes visuais. Ainda não há informações sobre a seleção, mas, segundo a casa, aqueles que estão redefinindo radicalmente os seus campos, independentemente de idade, gênero e nacionalidade, poderão ser beneficiados e ganharão também mentorias com especialistas reunidos pela Chanel.

Já a outra frente de atuação será com instituições parceiras, feitas com museus e galerias, jogando holofote a narrativas que beneficiam a cultura e a sociedade. Dentre as instituições selecionadas estão a National Portrait Gallery, de Londres, o Underground Museum, de Los Angeles, o Centre Pompidou, de Paris, e o GES-2, de Moscou.

De acordo com a marca, esta é uma maneira de homenagear o papel de patrocinadora exercido por Gabrielle Coco Chanel enquanto esteve viva. Um dos exemplos de apoio dado pela couturier foi à Sagração da Primavera, apresentada pelo Balé Russo de Sergei Diaghilev, na década de 20.

Stella McCartney apresenta suas primeiras roupas de Mylo, um couro feito de cogumelo

Na semana passada a gente comentou aqui no ELLE News que a Hermès promete lançar até o final do ano uma mala feita com um material à base de cogumelos. E também falamos que já havia outras marcas de moda trabalhando no desenvolvimento de produtos feitos com matérias-primas alternativas mais sustentáveis.

Pois Stella McCartney saiu na frente e apresentou na última quarta-feira as primeiras roupas feitas com Mylo, o couro vegano desenvolvido pela empresa californiana Bolt Threads.

Assim como o material usado na mala da Hermès, o Mylo também é feito a partir do micélio, aqueles filamentos bem fininhos que existem na base de fungos, como os cogumelos. O micélio é cultivado em laboratório e em questão de semanas vira uma espécie de manta, que depois é tratada para ficar com textura e aparência similares às do couro.

Stella, que já havia criado uma bolsa à base de micélio, fez agora duas peças com o Mylo: um corpete e calças utilitárias, ambos na cor preta. Uma das primeiras pessoas a vestir as revolucionárias roupas de couro de cogumelo foi ninguém menos do que a cantora Paris Jackson, que posou pras fotos de divulgação de Stella McCartney.

Curtiu o lançamento? Bom, a gente ainda vai ter que ter um pouco de paciência. As peças ainda não foram feitas para serem comercializadas, mas, como diz a grife em seu site, elas incorporam o potencial desse material de última geração e preparam o caminho para o que vem por aí. Segundo Stella McCartney: “Essas peças raras e exclusivas de Mylo incorporam o nosso compromisso compartilhado com a Bolt Threads de inovar uma indústria da moda mais amável — aquela que vê o nascimento de materiais lindos e luxuosos em oposição à morte de nossos semelhantes e do planeta”.

Ralph & Russo entra com pedido de concordata

E a crise econômica provocada pelos efeitos da Covid-19 no mundo causou mais uma baixa no mercado de luxo. Na quarta-feira, dia 17, a maison britânica Ralph and Russo anunciou que entrou com um pedido de concordata em um tribunal londrino.

A ação não significa o fechamento da marca. Na prática, a medida protege a empresa de credores e a coloca sob novos administradores durante esse período de reorganização.

Fundada em Londres em 2010, pelos australianos Tamara Ralph e Michael Russo, a Ralph and Russo conseguiu um feito em tanto com apenas quatro anos de existência. Em 2014, foi a primeira maison britânica em quase 100 anos a ser convidada para desfilar na semana de alta costura de Paris.

A marca é também uma habituée dos tapetes vermelhos. Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Blake Lively são algumas das celebridades que já vestiram Ralph and Russo em eventos. Uma das criações mais comentadas da grife foi o vestido de tule com bordados dourados, usado por Meghan Markle em seu anúncio de noivado com o príncipe Harry.

No comunicado em seu perfil no Instagram, a marca diz que essa difícil decisão foi tomada para que a empresa consiga reestruturar seus negócios, depois do baque na economia de varejo ocasionado pela pandemia. No comunicado oficial da marca: “É nossa intenção que o negócio continue a funcionar ao longo desse tempo e continuamos totalmente empenhados em apoiar a nossa clientela global incrivelmente leal e a nossa equipe maravilhosa, sem as quais nada disso teria sido possível. Com o seu apoio, continuamos cheios de esperança e otimismo para o futuro”.

A Fenty Hair vem aí!

E, ao que tudo indica, a Fenty Hair vem aí! Na última quinta-feira, a empresa de Rihanna entrou com um pedido pelo nome Fenty Hair no Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos. De acordo com o protocolo gerado na instituição, a marca reservada pela estrela poderá produzir xampus, itens para alisamento, produtos de cabelos ondulados, clareadores e colorantes, além de glitter para cabelos.

No mês passado, o braço de ready to wear da Fenty, lançado junto com o grupo LVMH foi encerrado, mas todos os seus outros ramos, como o de beleza, o de skincare e o de lingerie seguem com toda pompa, investimentos e compradores assíduos. Para se ter uma ideia, a Fenty Skin ganhou mais de 7 milhões de dólares no ano passado, antes mesmo de ter sido lançada.

As marcas de Rihanna, como a gente sempre lembra por aqui, acabaram por fixar no mercado novos padrões de democratização, o que fez da Fenty um dos maiores cases de diversidade da moda nos últimos anos. Logo, espera-se que Fenty Hair chacoalhe também o setor capilar no que se refere à diversidade.

E isso acontece em um momento que o mercado para cabelos negros só cresce no Estados Unidos. De acordo com a revista estadunidense Essence, afro-americanos gastam em média US $1,2 trilhão em produtos de cabelo. Mas uma parcela mínima deste dinheiro todo, no entanto, vai para empresas que atendam especificamente o consumidor negro. Até agora, quem vem nadando de braçada neste mercado é a artista Tracee Ellis Ross, com sua marca Pattern, focada em fios curvos e crespos. Mas aparentemente uma concorrente, ou melhor, uma colega de setor vem aí: Riri.

E uma vez que estamos na seara da beleza… Nesta semana, o nosso editor Pedro Camargo decidiu falar das unhas que estão bombando nos tapetes vermelhos virtuais, como o do Grammy. Conta mais Pe!

“Nessa última semana teve o Grammy, a Beyoncé quebrando tudo, fantástica. Mas uma coisa que me chamou muito a atenção neste tapete vermelho em termos de beleza foram as unhas, as manicures de maneira geral. O que acontece é que neste último ano houve uma explosão desse formato mais amendoado, claro que todas as unhas artificiais continuam em alta, mas a princípio a grande aposta é a do formato amendoado. No entanto, o que a gente viu é que a maioria dessas meninas que optaram por unhões foram com o formato quadrado e foi interessante de ver. Teve na Lizzo, na Dua Lipa, na Billie Eilish. Todo mundo que usou unhão, usou desse jeito. E o mais interessante é que a unha Rosalia, Cardi B, super decorada, cheia de elementos, ficou de lado. As que apareceram são alongadas, mas relativamente básicas. É sempre um rosinha, um pêssego. A mais ousada foi a Billie que teve uma base rosé e estampou por sobre esta base as padronagens do vestido dela. Não teve muita loucura. Talvez o momento mais surrealista de unha tenha sido as luvas do vestido da Beyoncé, um Schiaparelli. Trata-se de um acessório, está no âmbito da moda, mas é isso o que mais aconteceu. Um beijinho per voi e vamo que vamo.”

E a nossa editora de cultura Bruna Bitencourt separou duas dicas preciosas de livros pra você devorar nesse período de isolamento.

“O assunto desta semana é literatura, com dois ótimos lançamentos de escritoras brasileiras. O primeiro é Vista chinesa, de Tatiana Salem Levy, que está longe de ser entretenimento. No livro, ela narra o estupro sofrido por sua melhor amiga em 2014, no Rio de Janeiro. Durante uma corrida pelo Alto da Boa Vista, a protagonista é ameaçada com um revólver e levada para a mata. Tatiana conta essa história entre idas e vindas ao episódio e pela biografia da protagonista, assim como o calvário que ela enfrenta como vítima dessa violência. A autora disse à ELLE que acredita que o livro vai ajudar a abrir a discussão de o estupro ainda ser um tabu, pouco relatado, denunciado e muito associado à vergonha e culpa. Essa conversa com a Tatiana está no elle.com.br. Outro lançamento é Copo vazio, de Natália Timerman, também pela Todavia. No livro, a autora, que também é médica psiquiatra e mestre em psicologia, narra o rompimento de Mirela e Pedro, que se conhecem em um app de relacionamento, vivem uma história promissora até que ele some sem maiores explicações. O livro parte do reencontro inesperado do ex-casal, anos depois, em um corredor de supermercado e mistura de forma não linear o rompimento, os meses juntos, os sonhos de Mirela e mensagens de WhatsApp. Uma narrativa em que a autora nos faz sentir a dor da protagonista. Bom, tem bons livros para ler neste lockdown.”

Este episódio usou trechos de Money Machine, de Gucci Mane; A Sagração da Primavera, de Stravinsky, pela Orquestra Sinfônica de Londres; Whip My Hair, de Willow Smith; Savage, de Megan Thee Stallion e Beyoncé; Say say say, de Paul McCartney e Michael Jackson.

E nós ficamos por aqui. Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro.

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