Fundo Dona de Mim vai distribuir R$ 3 milhões para pequenas empreendedoras

Por meio do Fundo Dona de Mim, o Grupo de Mulheres do Brasil pretende auxiliar mil microempreendedoras a seguirem com seus negócios durante a pandemia. O projeto ganhou força extra com a doação de R$ 3 milhões do banco BTG Pactual.


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Um dos setores da sociedade mais afetado pelas consequências da pandemia, as mulheres são as que estão mais expostas ao risco de contaminação e a diversas vulnerabilidades sociais, como o desemprego, a violência, o aumento da pobreza e a falta de acesso a serviços públicos de saúde. É o que mostra o relatório “Mulheres no centro da luta contra a crise Covid-19”, divulgado no fim de março pela ONU Mulheres (entidade da Organização das Nações Unidas para igualdade de gênero e empoderamento).

Diante desse cenário e com foco nas mulheres microempreendedoras, o Grupo Mulheres do Brasil, presidido pela empresária Luiza Helena Trajano, criou o Fundo Dona de Mim para incentivá-las profissionalmente e não desistirem dos seus projetos durante esse período. “Nós somos o sétimo país em número de empreendedoras, são mais de 24 milhões de brasileiras donas dos seus próprios negócios. O Grupo Mulheres do Brasil acredita nesse movimento e está sempre incentivando que mais mulheres sejam protagonistas de suas histórias e de seus sonhos”, diz Sônia Hess, vice-presidente do Grupo Mulheres do Brasil

A fase piloto do programa, lançada em junho, proporcionou que 485 mulheres de todo o Brasil pudessem manter, impulsionar ou iniciar uma atividade geradora de renda, sendo cada uma delas contempladas com microcréditos de R$ 2 mil ou R$ 3 mil, que podem ser utilizados para diversas finalidades, como comprar mais uma máquina de costura para sua marca de vestuário, complementar a cozinha de um pequeno restaurante, etc. O fundo contou inicialmente com 62 mulheres fundadoras, que doaram dinheiro e se tornaram acolhedoras. Agora, ele entra em nova fase, com uma doação de R$ 3 milhões do projeto de crédito social do BTG+ Business e Responsabilidade Social, do banco BTG Pactual, que vai possibilitar que mil microempreendedoras sejam beneficiadas com R$ 3 mil cada, com empréstimos a 6% de juros ao ano, sem taxa, com 12 meses para pagar e carência de quatro meses. O banco, que criou o projeto como uma forma de apoiar iniciativas solidárias e de negócios durante a pandemia, vai ainda reinvestir os juros em projetos do terceiro setor, parte de sua campanha #NumerosQueImportam. Além do Grupo de Mulheres do Brasil, as organizações Gerando Falcões e a fintech de pagamentos JUSTA estão dentre os parceiros do projeto.

Sônia Hess explica que as mulheres que estavam começando seus projetos, e que tiveram seu negócio paralisado pela pandemia, foram as mais impactadas entre as microempreendedoras. “Por outro lado, essas mulheres têm a ideia, a garra e a vontade de transformar. Falta apenas um “empurrãozinho”, a instrumentalização profissional e financeira, que é o que estamos proporcionando com o microcrédito. Queremos que elas se fortaleçam e possam trabalhar em suas próprias casas ou comunidades”, diz ela sobre Fundo Dona de Mim.

O Grupo Mulheres do Brasil existe há sete anos e atua em diversas causas, sempre com foco na capacitação. Neste momento de pandemia, porém, ele adotou também uma ação assistencialista, além de iniciativas como o Grupo de Apoio Emocional, para que todas as mulheres do grupo pudessem ter apoio psicológico ou de coach, de forma gratuita. O grupo ainda criou, em 2020, o Terrartesã, e-commerce de artesanato do Ceará, que possibilita a geração de renda para artesãos que estavam impossibilitados de comercializarem suas produções, se posicionou de maneira estratégica na defesa do Marco Regulatório do Saneamento, apoiou campanhas para aumentar o número de mulheres na política e atuou na área de educação e da saúde.

Como solicitar o empréstimo?

Para solicitar o empréstimo é necessário, obrigatoriamente, ser MEI, estar inscrita no Grupo Mulheres do Brasil e preencher um formulário que estará disponível no site www.fundodonademim.org.br. Para receber o recurso, também é preciso completar a Trilha Empreendedora, um curso de qualificação oferecido por um dos parceiros da iniciativa.

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