#MovimentoELLE: Gerando inovação a partir de tendências
O mapeamento e análise de tendências para acelerar os negócios foi o tema discutido com os experts da Inova Trends Innovation Ecosystem
O sexto encontro do #movimento trouxe o CEO da Inova Trends Innovation Ecosystem, Luis Rasquilha, para discutir o mapeamento e análise de tendências para acelerar os negócios. Professor da Fundação Dom Cabral, Hospital Albert Einstein e Esalq/USP e colunista do MIT Sloan Review Brasil, Rasquilha deu várias dicas sobre cool hunting e a melhor forma de incorporar as tendências dentro de um negócio. Confira abaixo o nosso recap:
Especializado em mapeamentos de cenários e tendências para ajudar as empresas a traduzir esse conhecimento em algo aplicável ao dia a dia, Rasquilha explicou um pouco sobre o DNA da Inova, que oferece um serviço inovador de pesquisa e consultoria, além de uma escola de negócios, a plataforma inova online e o clube de relacionamento que está chegando nos próximos meses. “Mais do que uma palestra, a ideia é colocar na mesa a diferença entre onda, moda e tendência”, explicou Rasquilha.
“Muitas empresas falam de tendências quando na verdade estão olhando para moda e onda”, explicou Rasquilha, que também abordou a história da pesquisa de tendências no mundo, iniciada pela The Popcorn Report, a primeira a usar o termo “trend”em meados dos anos 1990 e publicar documentos que anteviam o que aconteceria daqui a 30 anos no mundo, numa época em que ainda não haviam todas as ferramentas de pesquisa online que temos hoje. “Eles foram taxados de loucos, mas na virada do século viu-se que 95% das previsões tinham sido certeiras”, contou o CEO, acrescentando que a Inova divulgou um report em 2010 antecipando a pandemia que estamos vivendo hoje.
Segundo Luis, só é pego de surpresa quem quer, pois a informação está disponível para todos e há muita coisa publicada ao longo dos últimos anos. Tudo começou com a Popcorn e depois se desenveu pelas mãos do professor de sociologia holandês, Carl C. Rohde, responsável pela fundação da Science of The Time, uma empresa de pesquisa de tendências e inovação inaugurada em 1992 e que também deu origem a Inova, em 2008.
Hoje, para trazermos as tendências para a gestão de negócios, é importante definir bem cada conceito. Enquanto a moda fala da cor ou o material do momento, a tendência se baseia na transformação que impacta negócios e a realidade. E a partir dela nós podemos tomar decisões para encontrar as melhores formas de vender um determinado produto. Para isso também é preciso entender de onde surgem essas tendências.
O objetivo de qualquer negócio é chegar na maioria (majority), mas para chegar lá, é preciso cumprir algumas etapas, como ser validado pelos innovation lovers, um pequeno grupo de pessoas que valida um determinado movimento e tem papel fundamental na consolidação de determinada tendência.
É importante destacar que cada pessoa tem uma relação com um produto e alguns são mais abertos a mudanças do que outros, ou seja, cada pessoa tem um tipo de comportamento e isso reflete no impacto das tendências.
Insight: o segredo da gestão das tendências é conseguir identificar em cada cliente aquilo que ele quer e a forma como se comporta. Dependendo do que se quer vender ou colocar no mercado, é preciso olhar para os grupos comportamentais e ter uma visão adiantada sobre esses comportamentos e as razões por trás dos mesmos.
Os comportamentos mudam, mas são perenes e possuem uma flutuação bem estável, enquanto as trends levam um tempo para se afirmarem. Um exemplo é a tendência da experiência. Criada em 1999 por meio do livro The Experience Economy (A Economia da Experiência) do professor Joe Pine, ela levou 15 anos até se massificar no mundo e estabelecer o fato de que uma experiência é um dos melhores diferenciadores que qualquer empresa pode ter.
Dica: a tendência é a mesma, mas a forma como ela será tangibilizada e a concretizada no dia a dia da empresa é diferente.
O que é a tendência
A tendência é a mudança e alteração que influencia negócios e comportamentos das pessoas, e pode ser dividida em cinco grandes áreas.
O comportamento das pessoas é influenciado pelas megatendências e a partir do momento que conseguimos identificar esses comportamentos, podemos desenvolver serviços e produtos melhores.
Insight: é sempre melhor mapear antes de lançar. E o desafio se torna ainda maior quando pensamos que também existem tendências relâmpago, como a que estamos vivendo com o covid-19, de repente todo mundo em casa, resultando em novos tipos de comportamentos. Também é preciso estar atento para essas transformações imediatas.
Dica: o ideal é que cada negócio possa ter o seu próprio mapa de tendências específicas que permita fazer recortes para o seu DNA específico e a partir daí desenvolver ideias para aplicar essas tendências a ele. Não existe um mínimo ou máximo de tendências para serem analisadas em cada negócio. A lógica é tentar entender o que faz sentido para o seu negócio.
Para isso é importante colocar uma lente no futuro, esquecendo os concorrentes e o passado da empresa. “Aprenda com o que deu certo e errado, mas olhe sempre para frente, para os trendsetters e os grupos de pessoas que de alguma forma estão nos dando insights, inspirações e visões que às vezes também podem se cruzar”, sugeriu Rasquilha para o grupo de 13 empreendedores apoiados pelo #movimento.
É importante lembrar que tendências não valem apenas para pessoas, mas também para lugares, cidades, países, bairros dentro de cidades, e por aí vai. Quando começamos a olhar para o mapa do mundo, precisamos nos atentar para o que está acontecendo em cada lugar que possa servir de inspiração para os nossos negócios.
Segundo Rasquilha, há dois caminhos para o mapeamento de tendências: você pode usar empresas como a Inova, que publicam regularmente estudos de tendências, ou pode fazer o seu próprio trabalho, que deve ser dedicado a observação permanente desta interação dos diferentes grupos de comportamento e o espaço que eles ocupam (mais conhecido como cool hunting).
Entendendo o Cool Hunting
Cool Hunting Nada mais é do que a observação e o registro disciplinar de todos os acontecimentos que podem ser interessantes para então confirmar os movimentos, identificar tendências e gerar insights de inovação para cada negócio, resultando assim na famosa vantagem competitiva.
Dica: é preciso levantar a cabeça da mesa e olhar para outras coisas e acontecimentos ao redor.
A partir do momento que se faz o cool hunting e conseguimos identificar as transformações, as condições de mercado, os comportamentos dos consumidores, é possível mapear essas tendências, entender as flutuações de mercado e o que pode dar ou não certo para o seu negócio.
Insight: precisamos o tempo inteiro observar o entorno para conseguir entender o que está acontecendo e a partir daí tomar as melhores decisões para nossos negócios.
O cool hunting indica os próximos passos da marca, dando-lhes indicações sobre a direção dos novos desejos dos consumidores. Cada um tem uma própria lente de observação, mas basicamente se resume em estar atento as atividades do consumidor (quais sites e lojas visita, o que está comendo e bebendo, ou seus hobbies, etc).
Empresas que levam a sério o mapeamento de tendências são aquelas que dedicam 20 a 30% de seu tempo a observação do que está acontecendo a sua volta. E hoje há muita informação disponível para ser identificada.
Mas afinal, o que é cool?
Cada um de nós tem a sua interpretação a respeito desses três fatores. Um determinado acontecimento pode ser cool para um, mas não para outro. Nesse aspecto é o tempo que vai dizer quem está certo ou errado. O tempo é o melhor juiz e é o que vai nos permitir tomar as melhores decisões.
Dica: há muito conteúdo gratuito para mapear tendências, basta dedicar uma fatia do seu tempo para se registrar e baixar esses conteúdos para trabalhar as tendências, seja a partir de exemplos obtidos no cool hunting ou através da construção do mapa de tendências do negocio que inspira a criação de insights.
Algumas fontes sugeridas:
Algumas empresas de consultoria para ter no radar:
Concluindo
A linha de pensamento diz:
-As mudanças identificam as tendências
-As tendências têm oportunidades
-As oportunidades geram as ideias que permitem criativamente sermos mais inovadores
Cada tendência tem um significado diferente para o negócio, então é preciso identificar dentro delas o que faz sentido e buscar inspirações para inovar o seus processos como um todo.
Este é um exemplo dos relatórios de tendências produzidos pela Inova, que podem ser baixados de graça e a partir daí já começar um estudo recortado para o seu próprio negócio.
Antes de encerrar o papo, Rasquilha mostrou alguns exemplos de como as tendências podem ser aplicadas nos negócios de maneira inovadora e criativa. Um deles foi o case da Tiffany:
O movimento contra o canudo de plástico gerou na Tiffany a oportunidade de vender canudos de ouro e prata. As peças custam entre US$ 300 e US$ 1200 e são os produtos de maior crescimento na história da joalheria em velocidade e quantidade de vendas.
Insight: mais do mesmo o mercado está cheio, por isso que é tão importante fazer esse mapa de tendências e tirar as melhores ideias dentro dessas oportunidades.
Os cinco passos para o sucesso:
- 1.Identificar tendências
- 2.Com criatividade, construir algo novo
- 3.Direcionar o novo para inovação e processos da empresa
- 4.Identificar as competências e recursos necessários para implementação
- 5.Gerar o output para o mercado
Após a apresentação, Luis Rasquilha tirou dúvidas dos empreendedores apoiados pelo projeto, que você pode conferir nos destaques do vídeo acima.
Na sequência, a Inova também ofereceu mentorias exclusivas para as 13 marcas participantes, onde cada empreendedor teve algumas horas para conversar com um expert sobre suas principais dores. Propósito de marca, valor agregado, geração de conteúdos, oxigenação de um negócio e visão da cadeia produtiva foram alguns dos assuntos abordados durante as mentorias oferecidas pela Inova, que possui diversos cursos para quem quer incorporar o mapeamento de tendências em seus negócios. Saiba mais aqui.
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