Pet shop de luxo: grifes investem em artigos para doguinhos

Se o cachorro é o melhor amigo do homem, para a Louis Vuitton, essa relação especial de companheirismo merece até uniforme à altura. Há pouco mais de duas semanas, a grife francesa deu o próximo passo nessa amizade ao lançar sua pré-coleção de primavera/verão 2025, inspirada na vida de tutores de cães em grandes cidades. A linha propõe um mix de roupas para o guarda-roupa do passeador e uma variedade de acessórios para seu bichinho de estimação. O casamento, no entanto, não é novidade e embarca em uma tendência recente do mercado de luxo: marcas do setor têm ampliado sua linha de pet shop com produtos que podem chegar aos cinco dígitos.

A aposta não é às cegas: segundo pesquisa da eMarketer, espera-se que o mercado global de produtos de luxo para pets atinja o valor de 270 bilhões de dólares até 2025. Em solo nacional, o cenário é tão promissor quanto. Isso porque o Brasil é o terceiro maior país do mundo quando o assunto é a população pet. De acordo com pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), o segmento brasileiro arrecadou 68,7 bilhões de reais em 2023, representando um aumento de 14% em relação a 2022 e um recorde do segmento.

“Para entender esse movimento, precisamos olhar para duas tendências fortes”, explica Mariana Cerone, 39 anos, Professora Especialista no Mercado de Luxo da ESPM. “Primeiro, há uma mudança cultural: as pessoas estão cada vez mais tratando seus animais de estimação como membros da família – e, muitas vezes, como extensões de sua própria identidade. Em muitas culturas, especialmente em centros urbanos, há uma verdadeira ‘humanização’ dos pets, o que gera uma demanda por produtos que atendam não só ao bem-estar, mas ao status desses animais. Marcas como Gucci, Louis Vuitton e Hermès, que já lançaram coleções inteiras para pets, estão captando essa demanda e atendendo a um consumidor que não só quer o melhor para seu animal, mas também quer que esses produtos estejam alinhados com seu estilo e sua visão de mundo.”

No entanto, apesar dessa prática de atribuir características humanas a outros animais e até a objetos ser algo natural para as pessoas, ela pode trazer riscos para o pet quando se torna exagerada, pondera o adestrador Leonardo Villa Verde, de 25 anos. “Ela é muito problemática, porque, quando imputamos a outro indivíduo características que não lhe pertencem, naturalmente cria-se uma dificuldade de comunicação que pode afetar o emocional do animal e, consequentemente, desenvolver doenças. Antes de mais nada, esses pets precisam socializar, ter energia e viver uma vida mais simples do que parece.”

Então, sem esquecer que um cão é um cão, confira alguns objetos de desejo de tutores que você não encontra em qualquer pet shop.

Louis Vuitton

Para a sua coleção de pré-primavera/verão 2025, a marca se inspirou na relação entre pets e seus tutores. Além de dar o tom às roupas, essa conexão também rendeu acessórios para os doguinhos, como guias e porta-sacos higiênicos.

Foto: Divulgação

Porta-sacos higiênicos, R$ 2.990

Dolce & Gabbana

Na Dolce & Gabbana, a proposta é deixar os bichinhos de estimação cheirando a notas de almíscar e sândalo. Em agosto deste ano, a grife italiana lançou a Fefé, fragrância de luxo sem álcool para cachorros inspirada na paixão do co-fundador, Domenico Dolce, pelo seu cachorro.

Foto: Divulgação

Perfume Fefé, R$ 1.149.

Prada

Seguindo sua tradição de inovar nos acessórios por meio do uso do náilon, a Prada oferece bolsas de transporte para pets no mesmo material, além de guias, coleiras e até casacos para os dias de passeio chuvosos.

Foto: Reprodução prada.com

Bolsa de transporte, R$ 20.000.

Goyard

Além de baús para guardar acessórios de passeio, a Goyard também traz em seu repertório uma bolsa estampada pelo icônico monograma “Goyardine” e adaptada para o transporte de bichos de estimação. Com buraco na lateral, a peça permite que o pet fique com a cabeça para fora de maneira segura.