Uma seleção de filmes, séries, livros, discos e exposições em torno do Dia da Consciência Negra
Na lista, do novo álbum de Liniker à mostra inspirada em "Um defeito de cor", livro de Ana Maria Gonçalves, em exibição em São Paulo.
Pela primeira vez como um feriado nacional, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é uma boa oportunidade para celebrarmos o protagonismo negro no cinema, na televisão, na literatura, nas artes ou na música, além de ampliarmos os debates e entender melhor o mundo em que vivemos. A seguir, uma seleção de lançamentos recentes:
SÉRIES
Os quatro da Candelária (2024)
Em 1993, o Brasil se chocou com o assassinato de oito jovens que dormiam próximos à Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, um crime que ficou conhecido como a Chacina da Candelária. Esta série ficcionalizada acompanha as 36 horas anteriores ao crime pelo olhar de quatro crianças: Douglas (Samuel Silva), Sete (Patrick Congo), Jesus (Andrei Marques) e Pipoca (Wendy Queiroz), que tentam sobreviver em um ambiente hostil. A equipe da produção é majoritariamente negra, e a série foi desenvolvida em colaboração com sobreviventes reais da chacina.
Disponível na Netflix
LEIA MAIS: Figurinistas contam como foi vestir Paul Mescal, Pedro Pascal e Denzel Washington em Gladiador II
Foto: Reprodução
Abbott Elementary (2021-)
Vencedora de quatro Emmys, a série criada por Quinta Brunson é daquelas que dão um quentinho no coração ao falar de Janine (interpretada pela própria Quinta), professora idealista de uma escola pública de ensino fundamental majoritariamente negra, na cidade da Filadélfia (EUA). Ela é cercada por outros professores dedicados – e muito engraçados. A série acabou de estrear sua quarta temporada nos Estados Unidos. No Brasil, dá para ver as três primeiras.
Disponível no Disney+
FILME
Pisque duas vezes (2024), de Zoë Kravitz
Na estreia da atriz na direção, a garçonete Frida (Naomi Ackie) e sua amiga Jess (Alia Shawkat) conhecem o bilionário Slater King (Channing Tatum) quando estão trabalhando em um evento. Ele convida as duas para sua ilha privativa, onde seus telefones são confiscados, e elas são mimadas com presentes. Mas, aos poucos, as duas começam a perceber coisas estranhas no lugar.
Disponível para aluguel e compra no Claro TV+, Apple TV, Google Play, Amazon Prime Video
DISCOS
Foto: Reprodução
Caju, Liniker (2024)
Desde que foi lançado em agosto, o álbum da cantora e compositora segue em alta rotação e com ingressos de sua turnê esgotados. Caju, que trata de carências e vulnerabilidades, traz as participações de Amaro Freitas, BaianaSystem, Tropkillaz, Lulu Santos e Pabllo Vittar, entre outros.
LEIA MAIS: The Cure, Tim Bernardes, Tyler, The Creator e outros lançamentos musicais para dar o play
Foto: Reprodução
Cowboy Carter, Beyoncé (2024)
Beyoncé fez história ao resgatar as contribuições dos negros no country, um gênero considerado majoritariamente branco. O álbum reúne diversos subgêneros do sul dos Estados Unidos, e a cantora fez questão de contar com artistas negros do country em ascensão como Shaboozey, Tanner Adell e Brittney Spencer.
Foto: Reprodução
Y’Y, Amaro Freitas (2024)
Em seu quarto disco, o pianista pernambucano não deixa de lado as raízes africanas da cultura brasileira, mas também mergulha na Floresta Amazônica, seus rios e os povos originários, fazendo tributo ao percussionista Naná Vasconcelos. Nome de destaque do jazz nacional, Freitas está no line-up de festivais como No Ar Coquetel Molotov (em dezembro, no Recife) e C6 Fest (em maio de 2025, em São Paulo).
EXPOSIÇÕES
Ancestral: Afro-Américas
A mostra expõe as relações entre Brasil e Estados Unidos pelo ponto de vista da diáspora africana, em torno de três eixos: corpo, sonho e espaço. Há obras de 73 artistas, inclusive inéditas das brasileiras Gabriella Marinho e Gê Viana e a estadunidense Simone Leigh.
Em cartaz até 26 de janeiro, no Museu de Arte Brasileira (MAB), da FAAP (São Paulo), entrada gratuita.
Série II Afetocolagens - Reconstruindo Narrativas Visuais de Negros na Fotografia Colonial (2022), de Silvana Mendes Foto: Silvana Mendes
Um defeito de cor
Inspirada no romance homônimo de Ana Maria Gonçalves e com curadoria da escritora, de Marcelo Campos e Amanda Bonan (ambos do Museu de Arte do Rio), a exposição conta com obras de 131 artistas contemporâneos que têm em sua essência a cosmogonia africana, incluindo trabalhos inéditos de Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Goya Lopes. Devido ao sucesso, a mostra foi prorrogada até 26 de fevereiro.
No Sesc Pinheiros (São Paulo), com entrada gratuita
LIVROS
Foto: Reprodução
De onde eles vêm, de Jeferson Tenório (2024)
Em seu novo livro, o autor de O avesso da pele (2020) trata de preconceito e exclusão por meio de Joaquim, personagem que ingressa na universidade graças à lei de cotas raciais na Porto Alegre da virada do século. Para realizar seu sonho, porém, ele enfrentará uma série de obstáculos que evidenciam o racismo na sociedade brasileira contemporânea.
Foto: Reprodução
Virgínia mordida, de Jeovanna Vieira (2024)
Em seu romance de estreia, a escritora capixaba conta a história de Virgínia, uma carioca radicada em São Paulo que começa um relacionamento com um ator argentino. A conexão forte ganha contornos tóxicos por causa das diferenças culturais e do racismo.
LEIA MAIS: Fernanda Torres fala à ELLE sobre Eunice Paiva, sua personagem em “Ainda estou aqui”
Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes