CFDA, Vivienne Westwood e desfiles presenciais

Neste Pivô, analisamos a lista de indicados pelo CFDA em 2020 que gerou um debate sobre quem é realmente reconhecido na moda. Toda segunda-feira, a redação comenta as principais notícias de moda da semana.


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  • O CFDA, Council of Fashion Designers of America, anunciou a lista de melhores designers norte-americanos em 2020. A lista repercutiu pela falta de diversidade e a grande presença de nominados e vencedores de edições passadas.
  • Depois do esforço criativo de apresentações digitais, repercutimos as marcas que insistiram nos desfiles presenciais, incluindo convidados. Apesar de seguirem as normas sanitárias, elas geraram a dúvida da real necessidade.
  • A apresentação sonhadora, com desfiles agigantados, da Valentino.
  • E ainda: a manifestação de Vivienne Westwood contra a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos; a mudança de endereço da À La Garçonne, de Fabio Souza e Alexandre Herchcovitch; a precarização do trabalho na fabricação de máscaras em São Paulo; e um giro na redação com algumas dicas para a semana.

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O CFDA, Council of Fashion Designers of America, teve o seu evento presencial, uma noite de gala anual tradicional, cancelado em 2020. A premiação, que reconhece os principais designers norte-americanos, estava prevista para acontecer em 8 de junho, mas não rolou.

Mas na última segunda-feira, no dia 20, a associação decidiu seguir com o protocolo de indicações, afirmando que a pandemia não poderia ser uma desculpa para deixar de celebrar os grandes criativos do país. As nomeações, no entanto, principalmente as de melhores designers do ano, levantaram um debate sobre quem é realmente reconhecido por seu trabalho na moda.

Antes de entrar de cabeça nas notícias da semana, a gente tem uma novidade pra compartilhar com você. Estamos com mais um podcast no ar. O Money Talks é produzido pela ELLE em parceria com o banco BTG Pactual, e fala sobre finanças de um ponto de vista feminino. O primeiro episódio já está disponível e tem a participação da Nana Lima, diretora da ONG Think Olga, e da Fernanda Bottari, head de relacionamento do BTG Pactual Digital. Toda quarta feira tem um novo episódio, que vai falar de dinheiro de um jeito descomplicado. Procure em sua plataforma de preferência por Money Talks por Elle Brasil. E vamos para as notícias.

Tem gente que costuma chamar o CFDA como um Oscar da moda. O evento, que acontece anualmente, aí na virada do semestre, é também uma premiação que procura celebrar os principais nomes do seu setor, assim como acontece com a Academia de Cinema. Faz todo o sentido. E esta comparação agora parece cair ainda mais como uma luva. Tal qual o Oscar, muitas vezes criticado pelas nomeações, que priorizam sobretudo os trabalho de homens e de brancos, prática parecida é apontada no CFDA.

Na última segunda-feira, o estilista Tom Ford, que é presidente da associação, fez um pronunciamento oficial no site da instituição, afirmando que em um momento de desafios e de mudanças sem precedentes na indústria, é importante reconhecer os indicados que representam o melhor da criatividade na moda. E assim aconteceu. O CFDA liberou os seus nominados de 2020 para 6 categorias:

Como designer do ano em moda feminina: as irmãs gêmeas Ashley e Mary Kate Olsen, que de atrizes mirim se transformaram nas minimalistonas da The Row. Brandon Maxwell, com seus vestidos que são hit em tapetes vermelho. Gabriela Hearst, famosa por sua produções em couro. Além dos já consagrados Marc Jacobs e o próprio Tom Ford.

Na moda masculina Emily Adams Bode, com seu patchwork vintage na Bode. O designer Todd Snyder, que desenha para os mais clássicos, e o Thom Browne, que curte juntar símbolos masculinos e femininos nos looks. Além de, claro, Tom Ford, e Kerby Jean-Raymond, fundador da Pyer Moss, marca que junta alfaiataria e materiais esportivos, enquanto discursa sobre temas sociais importantes.

Entre os candidatos à categoria de melhores acessórios aparecem novamente as irmãs Olsen, da The Row, Gabriela Hearst, Jennifer Fisher, que tem uma produção de joias bem marcantes, como correntes, penduricalhos e argolas volumosas, Stuart Vevers, da Coach, e Telfar Clemens, por sua Telfar.

A votação, feita com uma base de especialistas, está em andamento. E o resultado, com os vencedores, sairá no dia 14 de setembro, data que dará início a semana de moda de Nova York.

Neste anúncio dos indicados, Steven Kolb, que também é presidente da associação, além de CEO, afirmou que há uma preocupação da organização em trazer uma maior equidade racial na moda. E, realmente, a premiação é uma instituição reconhecida por seu posicionamento filantrópico, angariando fundos para causas como a propriedade intelectual, a situação de imigrantes e a educação. Porém a impressão que ficou era a de que o mesmo esforço poderia aparecer também nessa lista de indicação.

Além da evidente falta de diversidade — Kerby e Telfar são os únicos estilistas negros nestas três listas principais de nomeação —, outros questionamentos foram levantados, como o fato da instituição não dar um F5 em si mesma e apenas apresentar indicados que já foram nominados e inclusive já venceram em edições passadas. Nesta análise, Vanessa Friedman, do The New York Times, fez uma boa lista pra quem tem memória fraca. Ela lembra que Tom Ford já ganhou o Lifetime Achievement Award, em 2014, o que em si poderia já colocá-lo num status de não ser mais indicado. Mas ele não só foi, como ganhou outros 6 prêmios CFDA e concorre novamente agora nas duas principais categorias.

Marc Jacobs também já levou um Lifetime Achievement Award e outros 7 prêmios. Thom Browne ganhou na categoria masculina três vezes, além de ser indicado todos os anos, desde 2013. As irmãs Olsen têm quatro títulos, o de acessórios em três anos diferentes e o de roupa feminina, uma vez.

Maxwell já tinha vencido como designer emergente em 2016 e foi o vencedor da categoria que concorre novamente agora, no ano passado. Da mesma maneira, Emily Adams Bode, com sua Bode, já levou a mesma premiação que concorre agora, em 2019. Abre aspas para Friedman: “Eles merecem respeito e aplausos por suas produções, mas talvez não tantos troféus.”

Destaquemos então os únicos designers negros desta lista, que também já são conhecidos da premiação e venceram edições passadas.

Telfar Clemens a gente já falou brevemente por aqui, quando citamos a parceria que a Gap fechou com o Kanye West, e a sua marca Yeezy. Clemens tinha acertado uma coleção com a Gap que não foi continuada, lembra? A história dele é incrível, com a sua marca que criou uma verdadeira comunidade de admiradores colocando uma produção para pessoas negras e LGBTQIA+ no centro das criações. Mas o outro grande destaque é este expoente da moda norte-americana, Kerby Jean- Raymond, com sua Pyer Moss. E aí vale uma breve biografia sua.

Kerby Jean-Raymond é o fundador e diretor criativo da nova-iorquina Pyer Moss, desde 2013. De ascendência haitiana, ele estudou direito, administração de empresa, mas se jogou na moda começando a estagiar em casas como a Marchesa e Marc Jacobs.

Como ele mesmo chama, a Pyer Moss é um projeto de arte, um experimento social, que ele toca. Não é só uma marca não. Kerby diz procurar construir uma plataforma que produz diálogo. E, de fato, isso aparece em sua passarela. Ativismo, debate, teatralidade e comentários sociais estão ali caminhando com as roupas. E isso tem reflexos nas suas posturas com o mercado, como o fato de evitar o calendário sazonal, dividido por estações, que é adotado pela maioria das marcas, ainda que questionado. E a plataforma tem funcionado não só pelo conceito, têm êxito comercial, como na parceria de sucesso há dois anos com Reebok, na produção de tênis limitados.

Um dos episódios mais marcantes da Pyer Moss é o desfile de verão 2016, apresentado no ano de 2015. Antes das modelos entrarem nas passarelas, um vídeo de mais de dez minutos, chamado This is an Intervention, mexeu com todos que estavam presentes. Com a participação de familiares de vítimas da violência policial norte-americana, fazendo referência direta ao movimento Black Lives Matter, esta apresentação o colocou como uma das principais vozes de sua geração. E dado o contexto atual de levantes antirracistas nos Estados Unidos, é provável que isso seja levado em consideração pela banca avaliadora.

Mas vamos esperar até setembro para ver quais serão as escolhas do CFDA.

E quem tem acompanhado os últimos episódios do Pivô sabe que a gente tem repercutido bastante as alternativas digitais das marcas em suas apresentações. Mas agora a gente vai falar de quem insistiu no desfile presencial, uma atitude que apesar de seguir as recomendações sanitárias levantou a dúvida sobre a real necessidade.

Quem deu o pontapé nos desfiles presenciais com público foi a italiana Etro, que reuniu 80 pessoas nos jardins do Four Seasons, de Milão. Os irmãos à frente da marca, Veronica e Kean Etro, comemoraram com os convidados o fato de estarem vivos e afirmaram aos jornalistas que queriam trazer vida e energia a cidade, quebrando com o círculo de solidão e não sucumbindo a tristeza. O desfile, porém, bastante simples, não pareceu tão justificável.

Ainda em Milão, uma das cidades mais afetadas pela pandemia, a Dolce & Gabbana apresentou a sua coleção masculina. A locação foi o campus da universidade Humanitas University, braço educacional de uma fundação médica, que tem uma parceria com a marca italiana, em um projeto que viabiliza bolsas estudantis desde o ano passado. A escolha do local e um discurso no final, sobre a importância de ciência e beleza não terem fronteiras, foram as únicas referências à pandemia. De resto, tanto a coleção quanto a presença de 260 convidados mostraram um evento bem tradicional, um desfile como estamos acostumados a ver.

O jovem designer Jacquemus também foi de desfile presencial. Levou para a região de Us, a uma hora de Paris, aproximadamente 100 convidados. O estilista argumentou que o desfile é uma estratégia comercial central, e que ele tem um impacto direto em suas vendas, e como um empresário autônomo não teve escolha. Mas foi difícil fugir às críticas de que justamente ele, que desponta como um dos principais designers da nova geração e que se articula muito bem nas redes, não conseguiria tentar uma saída virtual, ao menos nesta temporada.

A Dior, como já havíamos comentado no Pivô, também seguiu com sua apresentação presencial em Puglia, na Itália, para mostrar a sua nova coleção de resort. A coleção tem um resultado bonito de ver, celebrando a tradição artesanal regional, contando ainda a presença de uma companhia de dança local, a La Notte de La Taranta, fazendo referências ao misticismo desta parte do país. Mas a escolha da marca pela apresentação presencial foi igualmente questionada, ainda mais com uma coleção de resort. Foram principalmente as coleções de resort, que no começo da quarentena, foram apontadas como o tipo de apresentação que infla o calendário de moda e o torna pouco sustentável. Mas a escolha da Dior em prosseguir com o evento muito provavelmente tem também uma argumentação econômica, uma vez que as coleções resort são importantes para marcas como a Dior, porque ficam mais tempo disponíveis para venda.

No site da ELLE, na matéria “Como se nada…” você encontra uma análise sobre estes desfiles que soaram como um balde de água fria em quem pensava que a moda iria se resetar.

Bem, depois desta lista de marcas que recusaram o digital como uma possibilidade de emocionar, fica a pergunta: é possível construir uma apresentação de impacto digitalmente? E um bom exemplo disso foi a Valentino, com seu vídeo de alta-costura. No episódio #08 do Pivô, a gente comentou que a marca adiou a sua apresentação para o dia 21 porque não tinha finalizado a sua coleção. Segundo a Valentino, o motivo é que muitas vezes até 6 artesãs ficam em cima de um mesmo vestido, algo que não pode ser feito em função do distanciamento.

Mas a marca fechou a temporada em grande estilo. A performance, feita em conjunto com Nick Knight, foi um evento híbrido, com a presença de modelos, mas pensado principalmente para o digital. Em um dos estúdio da Cinecittà, em Roma, Pierpaolo Piccioli apresentou 16 looks, principalmente brancos, e de proporções agigantadas. Ele chamou de uma “resposta extrema” às circunstâncias causadas pela pandemia. Afirmou inclusive que aquela foi a solução possível, dada a frustração de não seguir com as propostas tipicamente sonhadoras da Valentino.

Deixando de lado a extravagância que suas artesãs e artesãos podem construir em estamparias, jacquards, bordados foi para uma outra imagem, igualmente fantasiosa, evocando referências de filmes mudos ou aquela bonita cena do trapézio, de Asas do Desejo, de Wim Wenders.

A voz que a gente acabou de ouvir pedindo para sair da gaiola é de Vivienne Westwood.

Na última quarta-feira, a estilista participou de uma manifestação em Londres contra a extradição do jornalista australiano Julian Assange para os Estados Unidos. Assange está preso em Londres desde 2019, depois de passar sete anos exilado na embaixada do Equador, na capital britânica.

Criador do site Wikileaks, o jornalista é acusado de espionagem pelo governo dos Estados Unidos, que pede a sua extradição. Desde 2006, o Wikileaks torna público milhares de documentos sigilosos de empresas e agências governamentais do mundo todo. Só pra relembrar algumas das revelações do site, a gente pode citar um vídeo que mostra um helicóptero norte-americano atacando civis em Bagdá em 2007 e o vazamento de documentos que relatam o tratamento abusivo contra prisioneiros no centro de detenção de Guantánamo.

Os Estados Unidos acusam Assange de espionagem. Se for julgado e condenado pela justiça americana, o jornalista pode pegar até 175 anos de prisão.

Pra Vivienne Westwood, Assange é vítima de uma armadilha e só fez seu trabalho de jornalista. Por isso, a estilista, do alto dos seus 79 anos, vestiu um terninho amarelo e protestou dentro de uma gaiola de 3 metros de altura, se balançando em uma argola dourada, com megafone na mão e tudo. Em seu manifesto, Vivienne disse que era Julian Assange e também que era um canário em uma mina de carvão e, que se ela morresse envenenada por gases tóxicos, era o sinal de que todos deveriam fugir.

E a À LA Garçonne está de casa nova. Na semana passada, a marca de Fabio Souza e Alexandre Herchcovitch trocou o endereço em Pinheiros por um galpão na Barra Funda, a uma quadra do Memorial da América Latina. O espaço, agora, tem dois andares. No térreo, funciona a À La Garçonne Home, com móveis e objetos de decoração garimpados pelo mundo. E no primeiro andar ficam as roupas e acessórios, que transitam do streetwear aos vestidos de festa, sempre com uma pegada sustentável e de exclusividade. Falando em exclusividade, uma das novidades que o novo endereço oferece é a possibilidade de fazer roupas sob medida. E isso não vale só para aquele look de festa, não. Até mesmo uma camiseta pode ser feita sob medida, além de peças de alfaiataria e vestidos de noiva.

A À LA Garçonne agora está na Rua Lopes Chaves, 383, Barra Funda, São Paulo.

Bom, as máscaras de proteção foram o assunto de estreia do Pivô e hoje a gente volta a falar sobre elas. Já faz alguns meses que muita gente tem destacado que a Covid-19 acabou escancarando as desigualdades sociais no Brasil. A pandemia acentuou e deixou mais evidente a situação de precariedade enfrentada por uma grande parcela da população.

Um exemplo disso foi relatado na semana passada, numa reportagem publicada pela Folha de São Paulo. A repórter Flávia Mantovani apurou que há distribuidores de máscaras que pagam apenas 5 centavos por cada peça produzida pelos costureiros, que geralmente são imigrantes paraguaios, bolivianos e africanos.

Uma das entrevistadas conta que no início da pandemia o valor médio pago por cada máscara era de 20 centavos. Caiu para 10 centavos e agora chegou a esse valor que não chega a cobrir nem as despesas com linha e eletricidade. Muitos imigrantes, no entanto, continuam aceitando as encomendas, porque, como explica uma costureira boliviana, “se não trabalhamos, não comemos”.

Nos últimos meses, o volume de encomendas de roupas em geral caiu muito, e o trabalho desses imigrantes, que já era mal remunerado, tornou-se ainda mais precário. Uma das dificuldades para conseguir reverter essa situação é a falta de fiscalização. De acordo com um auditor fiscal do trabalho entrevistado pela reportagem da Folha, há cerca de 10 mil oficinas de costura na Grande São Paulo e o número de auditores não chega a cinco.

Para tentar evitar essas situações de exploração, centros de apoio a imigrantes estão se mobilizando para melhorar as condições desses costureiros e costureiras. Essas organizações fazem a intermediação entre as oficinas de costura e as empresas e consumidores que querem comprar as peças.

A reportagem da Folha informa lugares onde você pode comprar máscaras produzidas por imigrantes em condições dignas de trabalho. E a gente vai reproduzir essas dicas aqui, porque é um serviço muito importante. As organizações são:

  • A Aliança empreendedora, que tem o site aliancaempreendedora.org.br/tecendosonhos;
  • O Cami, Centro de Apoio e Pastoral do Migrante, que tem o site cami.org.br;
  • O Cemir, Centro da Mulher Imigrante e Refugiada, que você pode encontrar no Instagram, no perfil cemir_mulher_imigrante;
  • E o Deslocamento Criativo, que também pode se encontrado no Instagram, no perfil descolamento.criativo

E a gente acrescenta a essa lista marcas de moda que também fazem um trabalho responsável, não só na produção de máscaras, como também nas suas peças de uma maneira geral. Busque pelas máscaras de Isaac Silva, da Modem, da Escudero, da Calma São Paulo, da mineira Jambu, da carioca The Paradise ou da brasiliense Flavia Amadeu. E, claro, fica também a oportunidade de produzir a sua própria, em casa. Pega um tutorial e vai com tudo. Só não vale ficar sem máscara!

Nós chegamos ao décimo episódio do Pivô, e como na ELLE qualquer pequeno motivo é razão para comemorar, decidimos fazer algo novo. Demos um giro, um pivô na redação, e pedimos algumas dicas do pessoal do que estão lendo, ouvindo…

E eu começo! Neste episódio nós falamos um pouco sobre o Kerby e este mês nós comemoramos o dia do rock, no dia 13, e eu lembrei de uma coleção da Pyer Moss maravilhosa, de 2019, chamada Sister. Ela foi uma homenagem a Sister Rosetta Tharpe que muitos não conhecem mas foi a cantora, guitarrista, mulher negra responsável aí pela criação do rock, lá nos anos 1940. Ao longo do tempo ela teve esse crédito apagado, mas existe cada vez mais um esforço de colocar essa figura como a real protagonista dessa história. Então escutem Sister Rosetta Tharpe e, se puderem, assistam também a este desfile lindíssimo que está disponível no Youtube, conta com a apresentação de um coral que emociona!

“Oi pessoal, eu sou o Kelson, do marketing e projetos especiais da ELLE. Minha dica pra curtir essa semana é ouvir Lianne La Havas. A cantora inglesa lançou seu terceiro álbum e é uma obra que continua o trabalho incrível dos dois anteriores. O álbum abre com “Bittersweet” uma música que usa um sample de Ike’s Rap III/Your Love Is So Doggone Good, clássico da música soul do genial Isaac Hayes. Ainda dá pra se surpreender com Cover de “Weird Fishes” do Radiohead. E em “Courage”, a Lianne conversa com o Brasil e interpreta Milton Nascimento e o clube da esquina. Uma voz calma, pra ouvir pegando sol na varanda ou cozinhando o jantar. Fica a dica.”

A Day, das mídias sociais aqui da ELLE, indica uma leitura sobre moda mais socialmente sustentável:

“Eu vou indicar o livro Use a Moda a Seu Favor, da Carla Lemos, que fala da moda de uma maneira mais plural, divertida, traz novas ideias e também por um olhar feminista. Como o sistema de opressão esta ligado também ao de produção desta industria. A gente sabe que as confecções são formadas sobretudo por mulheres e no livro ela lembra que apenas uma moda que respeita os direitos das mulheres só existirá quando houver uma moda de produção mais justa.”

Já a Ísis Vergílio, nossa repórter, veio de dobradinha na dica, mas a gente deixa:

“A minha indicação é o disco Próspera da minha grande amiga Tássia Reis, que é maravilhosa! Eu indico, pesquisem, ouçam. Escutei recentemente, por estarmos conversando bastante neste período, a Tássia é minha amiga de infância. E eu vou indicar um livro, também, que é o Memórias da Plantação, da Grada Kilomba!”

Ah, e eu Patrícia tenho uma dica pra fechar! Tô lendo e adorando a autobiografia da Vivienne Westwood, escrita em parceria com o Ian Kelly, que é um biógrafo superfera. O livro aborda desde a infância da estilista, até aquela loucura toda do punk, o relacionamento com o Malcolm McLaren, o ativismo… ih, a mulher tem história, viu? Delícia de leitura.

Este episódio usou trechos das músicas Didn’t It Rain, de Sister Rosetta Tharpe; Courage, de Lianne La Havas; Dollar Euro, de Tássia Reis com Monna Brutal; Anarchy in the UK, dos Sex Pistols; trecho do desfile de alta-costura da Valentino, com áudios de FKA Twigs; e um áudio do canal de YouTube do jornal britânico The Telegraph.

E nós ficamos por aqui. Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro. Siga Pivô Podcast em sua plataforma de preferência para que seja notificado toda vez que um episódio novo estiver no ar. Até semana que vem!

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