Paris Fashion Week: Loewe, verão 2026

Como suceder Jonathan Anderson depois de uma história de quase doze anos de transformação à frente da direção criativa da Loewe? A missão entregue agora aos estadunidenses Jack McCollough e Lazaro Hernandez não é simples. O desfile rolou nesta sexta-feira (03.10), durante a semana de moda de Paris, e é um dos quinze debuts da temporada.

Loewe, verão 2026. Foto: Divulgação

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Vale lembrar: Jack e Lazaro se conheceram nos anos 1990 e, em 2002, fundaram a Proenza Schouler em Nova York. Rapidamente conquistaram a metrópole ao traduzir em suas criações o estilo descolado e descomplicado da mulher da cidade. Em janeiro deste ano, eles deixaram a própria marca e, em março, apenas uma semana após Jonathan Anderson sair da Loewe, foram nomeados diretores criativos da grife.

O estilista irlandês deixou um legado inegável: sob a sua direção, a etiqueta saltou de 230 milhões de euros em vendas em 2014 para mais de 1 bilhão em 2024, se tornando uma das joias do grupo LVMH. Foi também neste período que a Loewe ganhou relevância cultural, com algumas das imagens mais viralizadas da última década. Em 2024, ela chegou ao topo do ranking da plataforma Lyst como a mais pesquisada na internet, no mundo.

Loewe, verão 2026. Foto: Divulgação

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Nas notas distribuídas à imprensa sobre o desfile, a dupla escreve: “Nossa tarefa é levar esse espírito adiante, o interpretando por meio da nossa própria óptica. Como o artesanato pode ser redefinido hoje?”

Para o verão 2026, eles revisitam elementos consagrados na Loewe, como os looks rígidos com aspecto amassado e de aparência congelada, uma assinatura de Jonathan Anderson. Algumas das bolsas são arredondadas e têm formas orgânicas, remetendo aos balões do inverno 2022, enquanto as jaquetas de couro ganham silhuetas em A.

Loewe, verão 2026. Foto: Divulgação

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Apesar das releituras, Jack e Lazaro sabem que não podem viver somente do passado da casa. Do seu próprio repertório visual, eles recuperam o estilo esportivo estadunidense em parkas, bonés de aba larga, polos listradas e uma camiseta estampada com o nome da marca. As texturas que os designers tanto gostam dão as caras em saias de franjas e no vestido felpudo que lembra uma toalha enrolada no corpo. Suéteres com mangas cruzadas sobre o peito, blazers superestruturados e peças de cortes assimétricos completam a coleção.

A paleta de cores vem de Yellow panel with red curve (1989), obra do pintor e escultor novaiorquino Ellsworth Kelly. A tela, que estava pendurada na sala de desfile, inspirou o uso de tons primários como o amarelo, o vermelho e o azul.

O resultado é uma estreia segura e discreta. Jack McCollough e Lazaro Hernandez mostram respeito à história da Loewe, construindo uma coleção de transição eficaz – ainda que não seja a mais marcante de uma temporada tão emblemática.