4 hotéis de luxo no eixo Londres-Paris

Parte da Dorchester Collection, estes 4 hotéis de luxo atraem de celebridades à realeza com serviço atencioso, gastronomia estrelada e vista cinematográfica.


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Uma das suítes do Plaza Athénée, em Paris. Foto: Divulgação



A hotelaria de luxo é feita de detalhes. Pode ser uma casa no meio do campo inglês, onde o silêncio é garantido e a cozinha comandada por um chef Michelin – ainda que você também possa cozinhar. Pode ser um staff capaz de perceber tudo e deixar sutilmente uma flanelinha ao lado dos seus óculos de sol, ligeiramente manchados de maquiagem, para que você os limpe sem que nem tenha que pedir pela tal flanela (ou encontrar a sua). Ou, ainda, uma recepção daquelas, com direito a Veuve Clicquot geladinha e doce Cedric Grolet ao lado de flores e de uma carta de boas-vindas escrita à mão. E, claro, adicione os melhores colchões e travesseiros, banheiras feitas em materiais nobres, como cobre e mármore, e uma vista privilegiada – seja para a Torre Eiffel, seja para o Hyde Park. ELLE visitou quatro desses ícones da hotelaria e conta a seguir o melhor de cada um deles. Confira: 

PARIS

Le Meurice 

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Restaurante Le Dalí, em homenagem ao pintor surrealista. Foto: Divulgação

Assim como só na França existe alta-costura, só por lá existem hotéis cuja categoria extrapola as 5 estrelas, tamanho luxo. Chamados de Palácios, eles são tão refinados que merecem uma distinção à parte, concedida pelo governo. E o Le Meurice foi o primeiro de Paris a conseguir tal nomenclatura, em 2011, o que já diz muita coisa sobre ele. 

Fundado em 1835 por Charles-Augustin Meurice, desde o início o hotel de luxo se tornou reduto da realeza – era conhecido como “Hotel Des Rois” (Hotel dos Reis). E não demorou para conquistar também a realeza do showbiz. Se hoje gente como Beyoncé e Jay-Z hospedam-se por lá, no passado, Salvador Dalí fazia do Meurice sua segunda morada – por cerca de 30 anos, o pintor surrealista se hospedou todo dezembro na suíte 103, com vista para as Tuileries, que o inspiravam – e inspiram qualquer um, posso adicionar. 

Não à toa, Dalí ganhou homenagens pelo hotel, da própria suíte batizada com seu nome ao restaurante Le Dalí, que conta com sobremesas de outra estrela, desta vez contemporânea a nós, o chef pâtissier sensação Cedric Grolet. 

Além da localização – ao lado do Louvre, com vista pra Torre Eiffel e toda Tuileries – a decoração do hotel é um dos pontos fortes. Entre resquícios dos séculos 18 e 19, como o Salão Pompadour, e toques contemporâneos providenciados por Philippe Stark, cada canto revela uma estética única, um desfile para os olhos. É quase uma galeria.  

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Suíte 1835. Foto: Divulgação

Até 31 de dezembro de 2025, aliás, quem se hospedar no Meurice pode ter uma experiência artística literalmente na cama. Feita em parceria com a marca de design argentina Things From, a suíte 1835 tem uma instalação de arte imersiva, com direito à sala de meditação, cujo centro é um cubo espelhado que projeta imagens feitas por uma IA que responde ao tempo e muda com base na energia das pessoas presentes. 

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Terraço da Penthouse Belle Etoile, onde Beyoncé fica. Foto: Divulgação

A joia da coroa, porém, continua sendo a Penthouse Belle Etoile: são quatro quartos e um terraço de cabo a rabo, com vista 360° de toda Paris. É lá que Bey costuma ficar. 

Plaza Athénée 

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Vista da Torre Eiffel de uma das varandas. Foto: Divulgação

Outro hotel Palácio de Paris, o Plaza Athénée tem, talvez, a melhor vista da Torre Eiffel. É tão perto, que, das varandas, parece que você pode tocá-la – e basta uma caminhada para chegar ao ponto mais célebre de Paris. Palco de Sex and the City, quando Carrie Bradshaw se hospeda por lá e dá o famoso gritinho ao conferir a vista, a relação do hotel com a moda vem de longa data. Fincado no triângulo de ouro da avenue Montaigne, ele é cercado pelas principais maisons de alta-costura – dizem, inclusive, que Christian Dior abriu seu ateliê na Montaigne, em 1947, quase em frente ao Plaza, de olho na clientela ilustre do hotel. Fato: o primeiro spa Dior no mundo fica no Athénée e vale a visita. 

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Projetado pelo arquiteto Charles Lefebvre, em 1913, o hotel conserva até hoje o melhor da estética Haussmanniana: a fachada clássica tem varandas de ferro e o famoso toldo vermelho, reconhecido à distância; e a maioria das suítes emula os típicos apartamentos parisienses, com boiserie, lustres de cristal, cortinas de jacquard e telas no estilo renascentista. 

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A fachada com 1900 gerânios vermelhos. Foto: Divulgação

Nos últimos anos, uma nova ala foi inaugurada, com quartos e suítes art déco e ilustrações de Dior – é difícil escolher onde ficar, ainda que, confesso, a parte tradicional seja a minha favorita.

No quesito gastronomia, o Plaza tem, no mínimo, dois ícones (são cinco restaurantes e bares no total). O primeiro é o restaurante comandado por Jean Imbert, chef Michelin, que recupera receitas antigas – com cerca de 250 anos – para celebrar o patrimônio culinário francês e tem decoração suntuosa, que remete a Versalhes. O segundo é o Le Relais Plaza, que também carrega história e menu by Jean Imbert (no esquema brasserie). Em funcionamento desde 1936, ele tem decoração déco e é ótimo para almoços, ver e ser visto. Vale lembrar: não precisa se hospedar no hotel para aproveitar estes espaços, o Le Relais, inclusive, tem entrada separada, pela Montaigne.  

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As escadas do hotel de luxo. Foto: Divulgação

Detalhes encantadores: as escadas com corrimões de ferro e tapete vermelho e dourado, os 1900 gerânios vermelhos que adornam a fachada e o pátio interno, que, no inverno, se transforma em uma pista de patinação no gelo, a coisa mais linda.  

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LONDRES

The Dorchester 

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O piano bar do hotel. Foto: Divulgação

Além do luxo, que engloba décor requintado e localização em frente ao Hyde Park, em Mayfair, o Dorchester é feito sob medida para quem aprecia duas coisas: história e gastronomia. 

Tudo começa em 1792, quando Joseph Damer, o conde de Dorchester, adquire a casa original. Desde então, o endereço já foi a embaixada americana, em 1910, e serviu como hospital durante a Primeira Guerra Mundial. Até que, em 1931, Sir Robert McAlpine teve a ideia de erguer ali o “hotel perfeito”. Curiosidade: o Dorchester é o primeiro hotel do mundo construído em concreto armado. 

Da história para a mesa, o endereço abriga um restaurante três estrelas Michelin de Alain Ducasse, o hypado China Tang, o elegante The Grill e a famosa Promenade, onde é servido o tradicional chá inglês, com sanduíches, doces e, para quem quiser, champagne. Mais: escondidinho, descendo as escadas rolantes que dão para a cozinha industrial do hotel, ficam uma adega e a mesa do chef, ambas reservadas para quem quer o melhor e não pretende ser importunado. 

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A famosa Promenade. Foto: Divulgação

Os bares também valem a visita – o Blood Mary do Vesper é perfeitamente apimentado –, assim como a Cake & Flowers, com chocolates e arranjos florais magníficos. Aliás, o Dorchester tem uma rosa própria, desenvolvida ao longo dos anos e estrategicamente colocada no banheiro das suítes.  

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Uma das refeições no The Grill. Foto: Divulgação

Bônus: ele fica em frente ao 45 Park Lane, que também faz parte do grupo, e onde há um spa e uma academia de luxo, que podem ser usados pelos hóspedes do Dorchester. Por lá, ainda estão o Cut, de Wolfgang Punk, célebre nos Estados Unidos (é o único na Europa) e especializado em carne, e o Sushi Kanesaka, para quem é fã de um bom omakase. Ou seja, não faltam opções de refeições estreladas.

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Coworth Park 

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A mansão em estilo georgiano. Foto: Divulgação

Ele não fica exatamente em Londres, fica em Ascot, mas não desanime! Vale muito a viagem (de cerca de uma hora). Dica: depois de curtir a rica vida cultural londrina, hospede-se aqui por um fim de semana e sinta-se renovado no ato ou, no mínimo, em um episódio de Dowtown Abbey. 

Epítome do luxo no melhor dos sentidos – leia-se natureza, silêncio, ótima comida e um spa dos sonhos –, o Coworth Park costuma receber até membros da realeza.

Pudera. Reservada, a propriedade abriga um prado de flores silvestres, roserais, campo de polo, trilhas para caminhadas na mata e um lago com cisnes, além de árvores enormes que ficam com folhagem amarela no outono. 

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O campo de polo do Coworth Park. Foto: Divulgação

Os quartos e suítes seguem o clima equestre de altíssimo padrão, se dividindo entre a mansão principal, no estilo Georgiano, e os antigos estábulos, transformados em locais perfeitos para quem busca mais privacidade – mais do que isso só na Dower House, uma casa histórica de 1755, com três quartos e cozinha campestre de última geração – foi aqui que o príncipe Harry se despediu da solteirice.

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O restaurante do chef Adam Smith. Foto: Divulgação

Já o spa fica em um complexo mais moderno, mas perfeitamente adequado ao entorno, e tem piscina com música embaixo d’água, sala de gelo e sauna, além de espaços para massagens e cafeteria. 

Importante: se você for até lá, não deixe de experimentar o menu degustação de Adam Smith, premiado com duas estrelas Michelin. Além da inventividade e dos sabores, cada prato respeita a sazonalidade dos ingredientes, muitos deles cultivados na propriedade e trazidos à mesa in natura para a apreciação antes da refeição. Uma experiência inesquecível. 

A jornalista Renata Piza viajou a convite da Dorchester Collection e da TAP, que faz stopover nos trechos Lisboa-Londres e Lisboa-Paris. 

 

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