Atores e criadores de Stranger things falam à ELLE sobre a despedida da série

Eles prometem respostas nesta quinta e última temporada, que chega à Netflix.


Stranger things
Winona Ryder em cena da quinta temporada da série Foto: Netflix



Quase dez anos após sua estreia e três após o lançamento dos últimos episódios da quarta temporada, Stranger things começa a sua despedida. Os quatro primeiros episódios, chamados Volume 1, acabam de entrar no ar na Netflix. O Volume 2, com três capítulos, chega no Natal, e o encerramento da série, na véspera de Ano Novo, sempre às 22h.

Em 1987, Onze (Millie Bobby Brown), Mike (Finn Wolfhard), Lucas (Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo) e Will (Noah Schnapp) querem encontrar e matar o vilão Vecna (Jamie Campbell Bower), que desapareceu. 

Em entrevista à imprensa com a participação da ELLE, o produtor Shawn Levy, os criadores, os irmãos Matt e Ross Duffer, e o elenco falaram sobre o adeus a Stranger things.

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O que esperar do final

Ross Duffer: “Nós queríamos revelar tudo nesta temporada. Por exemplo, o Mundo Invertido é um dos mistérios remanescentes. E nós temos um documento desde a primeira temporada explicando em detalhes do que se trata. Aos poucos fomos dando dicas sobre ele. Agora, podemos finalmente explicar tudo”. 

Matt Duffer: “Uma das coisas mais desafiadoras foi deixar sempre as críticas, elogios e comentários do lado de fora. Nós tentamos não ouvir nada. Porque no começo, quando não havia fãs, estávamos só tentando fazer algo que amássemos. E isso ressoou com muita gente. Tentamos aplicar essa filosofia em todas as temporadas, especialmente nesta última por causa da expectativa, que pode te paralisar. Então, paramos de pensar demais. Estamos felizes com esse final, esperamos que funcione para o público também”.  

Shawn Levy: “Sabíamos que esta seria a temporada de despedida. E, portanto, os sentimentos que tínhamos individualmente foram muito honestos e autênticos, porque estávamos nos despedindo desses personagens e da experiência de fazer a série depois de uma década. E é por isso que a temporada é tão emocionante”.

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“Sou mãe. Estou casada. Muita coisa mudou. Comecei a gravar a série aos 10 anos. Foi como uma escola. Aprendi a ser profissional, a ter foco, como falar com o diretor, como aceitar as observações feitas por ele” Millie Bobby Brown

O segredo do sucesso

Shawn Levy: “O ingrediente secreto é a combinação do épico com o íntimo. Por mais que as pessoas falem sobre os anos 1980, os Demogorgons, a escuridão e as influências de gêneros cinematográficos, não seríamos o que somos hoje se não tivéssemos investido nesses personagens da maneira como fizemos”. 

A identificação com os personagens

Millie Bobby Brown: “Todos nós somos, à nossa maneira, excluídos. Se você conhecesse qualquer um de nós, perceberia o quanto somos estranhos. E isso passa para os personagens. Por isso, o público consegue se conectar com eles. Quando estamos no set, não sinto que exista alguém perfeito. Isso é empolgante, porque você consegue ser totalmente vulnerável pois todos nós somos”.

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O elenco de Stranger things em cena da última temporada Foto: Netflix

A coragem de Onze e Millie

Millie Bobby Brown: “Não sei quem aqui me conheceu aos 10 ou 12 anos, mas, como a Onze, sempre fui sincera e corajosa. Como atriz, sempre fui instintiva. Nessa temporada, racionalizei um pouco mais justamente por ser a última. Questionei o que tinha feito até então com a personagem. Porque é minha última chance. Na temporada anterior, quis enfatizar a humanidade da Onze. Aqui, estou interpretando uma super-heroína. É minha última chance. E é preciso muita coragem. Me joguei mesmo. Mas sempre me senti bem-vinda e encorajada nesse set, então isso me ajudou muito”. 

Crescimento em frente às câmeras

Millie Bobby Brown: “Sou mãe. Estou casada. Muita coisa mudou. Comecei a gravar a série aos 10 anos. Foi como uma escola. Aprendi a ser profissional, a ter foco, como falar com o diretor, como aceitar as observações feitas por ele. E até como ser uma amiga. Foi como uma via expressa para me tornar adulta. Ao mesmo tempo, estava sob os holofotes. Então, sempre tive em mente que muitas crianças e jovens estavam me acompanhando. Queria ser uma inspiração. Foi uma âncora para mim, mas também me fez perceber que eu podia ter outras, inclusive na minha vida pessoal”. 

Caleb McLaughlin: “Quando tinha 13 anos, não sabia muito sobre atuação, nem tinha vivido muitas das experiências do personagem. Lucas, então, se misturou à minha personalidade. Precisei colocá-lo na frente para entendê-lo. Foi uma jornada interessante. Estive nessa série por metade da minha vida. Ela é uma grande parte do meu desenvolvimento”.

“Não sei se toparíamos fazer um filme, mas temos uma ideia de spin-off” Ross Duffer

Rituais de despedida

Noah Schnapp: “Escrevi cartas dizendo adeus e agradecendo a essas pessoas aqui. E, nesse processo, recuperei memórias e revivi muitos momentos, tanto bons quanto ruins, mas importantes para minha formação, para minha infância e para quem sou hoje”. 

David Harbour: “É agridoce e emocionante. São dez anos conhecendo essas pessoas. No último dia com o elenco geral, estavam só as crianças na cena. Fiquei sentado no fundo, assistindo-os fazer a cena e chorando. Foi muito catártico. Vi essas crianças tornando-se homens e mulheres. Tenho muito orgulho e amor por eles”. 

Ross Duffer: “Nós todos estávamos concentrados no trabalho, mas, à medida que nos aproximamos do final, foi ficando mais emocionante. Até porque organizamos a gravação para que cada última cena de determinado ator fosse a última a ser feita no dia. Por isso, houve muitas lágrimas. Foi difícil dizer adeus ao elenco e à equipe e à série também. Teve confete e champanhe, e quase todo o mundo ganhou um objeto para levar de recordação”. 

Matt Duffer: “Sadie Sink (que interpreta Max) ficou com seu Walkman. Millie, com o vestido rosa que ela usa na primeira temporada”.

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Caleb McLaughlin como Lucas e Sadie Sink como Max Foto: Netflix

Stranger things pode continuar?

Ross Duffer: “Não sei se toparíamos fazer um filme, mas temos uma ideia de spin-off”. 

Matt Duffer: “Mas é bom deixar claro que esse é o fim da jornada desses personagens, de Hawkins e do Mundo Invertido. Não queremos explorar nada além disso. A não ser que estejamos pobres em 20 anos (risos)”.

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