O que torna um perfume especial?

Não é uma ciência exata, mas há algumas maneiras de identificar e aprender a escolher aquela fragrância que te tira do lugar comum olfativo.


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CONTEÚDO APRESENTADO POR O BOTICÁRIO

O que faz com que um perfume se destaque – e destaque quem o usa – em meio à uma multidão de pessoas e fragrâncias comuns? O que são, onde vivem, do que se alimentam essas fórmulas capazes de transformar um momento qualquer num sopro de sensações únicas, com uma qualidade de experiência que vai muito além da média? Na segunda coluna de A Perfumista, vamos investigar o que torna um perfume especial e como encontrar o que é especial para cada um.

Verdade, a definição do que é especial pode variar de pessoa para pessoa. Mas, assim como obras de arte, é possível identificar e admirar uma fragrância quando ela é extraordinariamente bem-feita, como bem destacou Tania Sanchez, em “Perfumes, the A – Z Guide” (sem edição em português), livro-referência na perfumaria mundial. “O que torna um perfume especial do ponto de vista técnico é a sua construção: a fragrância precisa estar bem equilibrada entre notas de topo (as de saída), corpo e fundo, para manter uma boa performance, explosão, rastro e durabilidade”, define Philippe Paparella, perfumista sênior da Symrise, em entrevista à Elle, desde Paris. Acrescente à essa fórmula ingredientes de alta qualidade, sejam naturais ou sintéticos (ao contrário do que muita gente pensa, há vários ingredientes sintéticos muito mais seguros, sustentáveis e caros do que os naturais), e a primeira parte de um perfume especial está feita. “Do ponto de vista artístico, a fragrância precisa se destacar por si mesma, mas a verdade é que nem sempre há alguma explicação que justifique essa definição. É interessante que, sob o ponto de vista artístico, idealmente o perfume especial traz algo novo para o mercado”, avalia Paparella.

Há quem reinvente a roda, há quem aborde um tema conhecido sob uma perspectiva inovadora. E ambos conseguem se distanciar do lugar comum. O mesmo se pode dizer dos perfumes especiais. Ao pensar neles, impossível não citar uma categoria não muito definida mas extremamente incensada: a das fragrâncias de nicho. Em tese, uma fragrância de nicho é criada por pequenas marcas, tem distribuição limitada e tem mais liberdade criativa, afinal, não precisa agradar a massa. “Artesanal, indie, de nicho… Para mim, isso não significa que esses produtos têm necessariamente mais qualidade do que um perfume de uma marca de moda, por exemplo. E me incomodam alguns preços exorbitantes que não são justificados pelo que o perfume entrega. Posto isso, alguns dos lançamentos mais interessantes hoje são dessas marcas de nicho, e sempre recorro a elas quando quero encontrar composições incomuns e fragrâncias memoráveis.” Essa é a opinião da Victoria Frolova, ex-jornalista especialista em perfume do Financial Times e criadora do blog Bois de Jasmin, outra leitura obrigatória para os amantes da perfumaria.

Dá para ter um eaux de parfum especial, com a entrega olfativa de marcas de nicho, mas feito por uma grande marca? O Boticário acredita que sim. Para isso, lançou uma interpretação autoral de fragrâncias inspiradas em ingredientes de extrema qualidade olfativa. Também convidou quatro perfumistas de renome internacional com experiência em eaux de parfum nichados: basta dizer que um deles é Frank Voekl, o criador do Santal 33 (da marca de nicho Le Labo), um dos perfumes mais cultuados por fashionistas e apaixonados por fragrâncias exclusivas no Brasil e fora também. Não à toa, ele é quem assina a fragrância Oud – feita com uma resina perfumada encontrada no interior da árvore Aquilaria, chamada de ouro líquido, é considerada um dos ingredientes mais valiosos da perfumaria, assim como o sândalo do Santal. “Nos pautamos por um ingrediente nobre que fosse chave na história da perfumaria, e que tivesse a ver com a história do perfumista”, diz Claudia Stenger, Gerente de Marca e Inovação em Perfumaria do Boticário. A nova linha foi batizada de Alchemists O Boticário e tem quatro eaux de parfum, já lançados em Dubai e disponíveis apenas nas lojas flagship da marca, surgindo em breve em mais lojas no Brasil e no e-commerce a partir de março: Oud, por Frank Voekl, Rose, por Vincent Schaller (com criações para a Le Labo e para a marca Karl Lagerfeld), Iris, por Natalie Cetto (Tom Ford e Gucci no currículo), e Neroli, por Carlos Benaim (Frederic Malle e Polo Ralph Lauren). “Demos muito mais liberdade criativa do que em qualquer outro projeto. Nosso único pedido foi que explorassem o melhor de cada ingrediente”, completa Claudia.

Famoso por suas fragrâncias acessíveis e que marcaram a memória olfativa dos brasileiros com eaux de parfum como Thati, Malbec e Lily, O Boticário tem investido no segmento da alta perfumaria desde o lançamento do Boticário Lab que ainda conta com serviço de personalização de fragrância. “Queremos informar o consumidor brasileiro e desmistificar essa ideia de que a perfumaria no Brasil não tem a mesma qualidade do que um internacional. Nossas matérias primas são de altíssima qualidade, a mesma da alta perfumaria internacional”, garante Claudia.

Sem preconceito, com informação e o nariz aguçado, como então escolher o melhor perfume, um perfume especial para si? Não é uma fórmula matemática, mas os autores Tania Sanchez e Luca Turin dão algumas dicas no livro que já citei no começo desse texto, e que por ser uma das bíblias dos entendidos, vale resumir aqui:

  • Perfume tem que testar, sentir, antes de escolher – não dá para decidir só pelas críticas ou descrições, por exemplo;
  • Os vendedores geralmente vão querer mostrar os lançamentos. Pergunte a eles qual consideram o melhor perfume ou, então, qual é o perfume mais diferente de todos, na avaliação deles. Afinal, você não procura o que todo mundo usa, mas algo que seja especial;
  • Experimentar muito perfume num mesmo dia confunde a cabeça. Tente testar entre cinco, no máximo 10 fragrâncias usando aquele papelzinho para sentir os aromas;
  • Depois de sentir bem o perfume no papel, eleja um ou dois (no máximo) para colocar na pele, e anote o nome de cada um e onde espirrou (acontece de, depois de 10 perfumes, você colocar dois que mais gostou e esquecer os nomes);
  • Saia da loja. Vá passear, almoçar e veja se ele te entedia, incomoda, se o cheiro desaparece ou se permanece maravilhoso. A maioria dos perfumes, com raras exceções, tende a mudar drasticamente depois de 20 minutos, então, atenção!
  • Se AMOU um perfume, compre. Amor é amor, gente, não tem o que pensar. Fora que o perfume depois sai de linha, ou muda a fórmula, e você vai ficar sonhando com ele.

E aí, ajudou? Espero que sim!

A coluna “A Perfumista” é um branded content em parceria com O Boticário

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