Play nelas: cinco novos discos de mulheres

Atualize suas playlists com Jadsa, Haim, Luedji Luna, Lorde e Miley Cyrus.


As capas de cinco novos discos de mulheres



O trio Haim retorna questionando relacionamentos, Luedji Luna fala de amor e Lorde discute a relação com o próprio corpo. A seguir, cinco novos discos de mulheres:



Jadsa – Big buraco

Cantora, compositora e guitarrista, a baiana lança seu segundo álbum solo, Big buraco, que sucede o festejado Olho de vidro (2021) e dois EPs como integrante do projeto paralelo Taxidermia, com o parceiro João Milet Meirelles. Deste último, ela repesca os climões da sexy “Tremedêra”, da matreira “1.000 sensations” e da bilíngue “No pain”, que soam mais lânguidas que as versões originais do Taxidermia. O orgulho baiano transparece no refrão da canção praieira mansa e morna “Sol na pele”: “Subindo a ladeira eu vou/ cantando Caetano Veloso/ (pensando nela, pensando nela)/ descendo a ladeira eu vou/ com o Olodum balançando meu corpo”. As brincadeiras com o termo “big” fazem pensar no famigerado Big Brother e se espalham por “Big bang”, “Big luv”, “Big mama” e “Big buraco”. Na primeira, que abre o álbum, Jadsa parece debulhar sua própria trajetória artística: “As coisas acontecem quando querem/ e quando crescem todo mundo vê/ não o caminho traçado a navalha/ mas o tamanho do bicho que é”. Nos melhores momentos, Big buraco soa suculento como os cajus, jacas, jatobás, jamelões, mangabas e araçás que habitam as faixas “Big mama” e “Tremedêra”.

Pedro Alexandre Sanches, colaborador da ELLE

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Haim – I quit

Como é estar solteiro? É isso que o quarto disco de estúdio do trio formado pelas irmãs Este, Danielle e Alana Haim tenta explicar. I quit e suas 15 faixas passam pelos arrependimentos, brigas e dúvidas até finalmente encontrar a libertação de um relacionamento (e possivelmente, a solidão). Com capa fotografada pelo diretor Paul Thomas Anderson (Magnólia), parceiro de longa data da banda californiana (ele já assinou alguns videoclipes e até escalou Alana para protagonizar o longa Licorice pizza, de 2021), as artes produzidas para os singles “Relationships”, “Everybody’s trying to figure me out” e “Down to be wrong” recriam imagens reais de celebridades clicadas por paparazzis na década de 2000. Entre elas, uma de Kate Moss, quando a supermodelo foi flagrada encostada em um carro, aproveitando um momento sozinha, outra de Scarlett Johansson beijando Jared Leto, que parece mais preocupado em checar o celular, e mais uma de Nicole Kidman andando por uma rua de Hollywood, com uma expressão de alívio, supostamente após ter assinado o divórcio com Tom Cruise.

Gustavo Balducci, editor de arte da ELLE

Luedji Luna – Antes que a terra acabe  

Entre o jazz e o soul, muitos sopros e arranjos sofisticados, além de participações como Liniker, o álbum Um mar pra cada um, lançado em maio para fechar uma trilogia iniciada em 2020, já tinha grandeza para ser a principal entrega fonográfica de Luedji Luna neste ano. Eis que, menos de um mês depois, ela coloca nas ruas Antes que a terra acabe. Da água para a terra firme, os dois trabalhos se conectam pelo tema do amor, passando longe de clichês. Se o primeiro trazia o assunto pela perspectiva da necessidade de ser amada, neste segundo a baiana mergulha, de maneira mais solar e dançante, do afrobeat ao amapiano (gênero sul-africano), nos excessos e contradições que emergem desse sentimento. Entre as participações, Seu Jorge, Arthur Verocai, Robert Glasper, MC Luanna e Alaíde Costa. “Venho mergulhando nesse tema do amor desde Bom mesmo é estar debaixo d’água (202http://luedji luna0). É um tema complexo. Esses trabalhos todos nasceram da perspectiva de criar um outro imaginário acerca desse olhar que as pessoas têm com relação a mulheres negras amando e sendo amadas”, contou ela à ELLE no lançamento de Um mar pra cada um.

Marina Santa Clara, colaboradora da ELLE

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Lorde – Virgin

“Nos últimos anos, estive em guerra com meu corpo”, revelou Lorde na faixa “Girl so confusing (remix)”, lançada por Charli XCX no álbum Brat (2024). Quatro anos após Solar power (2021), a neozelandesa retorna mais complexa e afiada em Virgin, seu quarto álbum de estúdio desde que despontou com “Royals” (2013) e passou a ser conhecida por dar voz às dores e dilemas de sua geração. O novo trabalho mergulha, ao longo de dez faixas, em temas como sexualidade, gênero, ansiedade, conflitos com a mãe e a relação com o próprio corpo. Tudo escrito e produzido por ela, em parceria com colaboradores próximos. Destaque para “What was that”, apresentada de surpresa aos fãs, em abril, durante uma performance no Washington Square Park, em Nova York, cujas imagens foram incorporadas ao videoclipe oficial, “Man of the year” e “Hammer”.

Gustavo Balducci, editor de arte da ELLE

Miley Cyrus – Something beautiful

O nono álbum de estúdio da cantora chega após ela conquistar o primeiro Grammy de sua carreira, em 2024, alcançado com o megahit “Flowers”, do disco Endless summer vacation (2023). Com 13 faixas, incluindo parcerias com Brittany Howard (vocalista do Alabama Shakes) e Naomi Campbell (que contribuiu com versos falados em “Every girl you’ve ever loved”), Something beautiful costura composições confessionais com sonoridades que transitam entre o rock melódico, o pop retrô e arranjos mais intimistas. Para divulgar o novo trabalho, Miey usou em videoclipes looks que vão de Azzedine Alaïa a Alexander McQueen. Na capa do disco, ela veste o famoso look Spider de Thierry Mugler, da coleção de alta costura “Les Insects”, do verão 1997. O disco deu origem a um filme musical homônimo, com  exibição nos cinemas brasileiros em 27 de junho.

Gustavo Balducci, editor de arte da ELLE

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