Entre produções já disponíveis no streaming, em cartaz nos cinemas e que chegam em breve ao circuito (depois de exibidas em mostras), confira os melhores filmes de 2025 segundo o time da ELLE:
NO STREAMING
Frankenstein (Netflix), de Guillermo del Toro
“Dirigida por Guillermo del Toro, esta adaptação do clássico gótico de 1818, escrito por Mary Shelley, traz Jacob Elordi como a criatura e Oscar Isaac no papel do seu criador, Dr. Victor Frankenstein. A trama revisita a história que a maioria conhece bem: um cientista obcecado em trazer de volta à vida aquilo que a morte já se encarregou, ignorando as consequências trágicas – e, de certa forma, morais – de brincar de Deus. Indicado ao Globo de Ouro 2026 em cinco categorias, entre elas melhor filme e melhor ator (Isaac) na categoria dramática, a produção se destaca pela direção de arte primorosa característica dos trabalhos de Del Toro e pelo figurino, assinado por Kate Hawley, que é de encher os olhos pela riqueza de detalhes. Em um ciclo cinematográfico que tem aproveitado para reviver obras clássicas nas telonas – menções honrosas à Nosferatu (2024), de Robert Eggers, e A meia-irmã feia, de Emilie Blichfeldt (2025) –, essas adaptações podem até parecer arriscadas, mas Del Toro prova mais uma vez que consegue equilibrar fidelidade ao material original sem deixar sua assinatura visual inconfundível de lado.”
Sarah Britto, colaboradora da ELLE
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A hora do mal, de Zach Cregger (HBO Max)
“Sempre indico filmes de terror, e A hora do mal é o melhor filme do gênero do ano. O roteiro, sobre uma turma de crianças que desaparece misteriosamente na mesma noite, com exceção de uma, talvez seja um dos mais originais da última década. Tia Gladys (Amy Madigan) é uma das personagens mais engraçadas e icônicas do ano e o longa arrasa ao misturar um pouco de humor a uma história pesada, o que pode ser uma nova fase no terror.”
Giuliana Mesquita, editora assistente de moda
NOS CINEMAS
O agente secreto, de Kleber Mendonça Filho
“Em seu mais recente filme, o diretor une alguns de seus temas mais caros, como a memória – ou melhor, a falta de memória no Brasil – e o cinema, para captar o espírito de um tempo e de um lugar, o Recife de 1977. Misturando gêneros e usando lendas urbanas locais, Kleber Mendonça Filho realiza uma obra extremamente brasileira e ainda assim capaz de conquistar as plateias do mundo inteiro, como tem sido desde sua estreia mundial no Festival de Cannes, em maio, de onde saiu com quatro prêmios. É um filme vivo, com personagens vibrantes, sobre a resistência de um pai, interpretado por Wagner Moura. Ele é perseguido em uma época em que os braços da ditadura estão de tal forma fincados na sociedade que a repressão e a arbitrariedade não precisam necessariamente dos agentes mais óbvios para serem exercidas, com reverberações até hoje. O passado vive no presente, até porque nós não aprendemos com nossa história. Curiosamente, O agente secreto tem vários pontos em comum com Uma batalha após a outra, de Paul Thomas Anderson, um dos melhores do ano. O longa se passa em um país que jamais teve uma ditadura, mas trata justamente de um homem (Leonardo DiCaprio) lutando contra as injustiças nos Estados Unidos em dois períodos diferentes. Como o Marcelo de Wagner Moura, ele também é um pai. A resistência à opressão, à violência, à desigualdade é um tema comum no cinema em 2025. Sinal de que os cineastas estão preocupados com o rumo das coisas.”
Mariane Morisawa, colaboradora da ELLE
Uma batalha após a outra está disponível na HBO Max
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EM BREVE NOS CINEMAS
A única saída, de Park Chan-wook
“Depois de estrear no Festival de Veneza, o longa foi exibido na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro. Repetindo o mesmo tipo de humor ácido no roteiro e as reviravoltas absurdas que consagraram títulos do diretor como Oldboy (2003) e A criada (2016), o diretor expõe os dilemas do capitalismo ao narrar a história de Man-su (Lee Byung-hun, o vilão de Round 6), um especialista em fabricação de papel que é demitido da noite para o dia. Com medo de perder a casa, não conseguir pagar as contas e colocar a família em risco, ele logo se convence de que será necessário tomar uma atitude extrema para criar a própria vaga de emprego e se restabelecer no mercado. Candidato da Coreia do Sul ao Oscar 2026, o filme tem previsão de chegar às salas de cinema do Brasil em março.”
Gustavo Balducci, editor de arte da ELLE
Sirât, de Oliver Laxe
“Não dá para ficar indiferente ao assistir Sirât: o público ama ou odeia. Faço parte do primeiro grupo. A história: pai e filho pré-adolescente vão a uma rave nas montanhas do Marrocos procurar a filha e irmã, respectivamente, desaparecida há meses. Quando a festa é interrompida por militares, os dois pedem para seguir um grupo de amigos vai para outra rave, desta vez na Mauritânia, com esperança de encontrar a jovem lá. E aí começa um road movie que testa cardíacos e que lembra tanto Mad Max, pela travessia no deserto, quanto Corra, Lola, Corra (1998), pelo uso da música eletrônica. Bela montagem, bela fotografia e um ótimo elenco de não-atores convocados em raves. Vencedor do prêmio do júri no Festival de Cannes, Sirât tem produção de Pedro Almodóvar. Concorre ao Globo de Ouro de melhor filme de língua não inglesa e representa a Espanha na disputa pelo Oscar. Sirât foi o filme escolhido para abrir a 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e tem estreia prevista no Brasil em fevereiro.”
Bruna Bittencourt, editora de cultura da ELLE
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