Seis destaques da Mostra Internacional de Cinema de SP

O principal evento de cinema do Brasil traz, como sempre, muitos vencedores e participantes dos festivais internacionais. Na lista, A crônica francesa, de Wes Anderson; Annette, de Leos Carax, e Summer of soul, documentário de Questlove.


A crônica francesa Wes Anderson
Foto: Divulgação



Meio presencial, meio virtual. É nesse formato que começa a 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em um momento em que a pandemia parece um pouco mais controlada. Ainda assim, quem decidir ir aos cinemas precisa apresentar comprovante de vacinação e usar máscara durante toda a exibição. A maior parte das salas vai ter apenas 50% de ocupação, apesar de as diretrizes do governo do Estado permitirem 100%.

Muitos dos filmes mais badalados não estarão disponíveis on-line. Mas entre os 156 títulos que podem ser vistos nas plataformas Mostra Play, Sesc Digital e Itaú Cultural Play (nessas duas últimas, de graça), há alguns que vale conferir, como Ahed’s knee, do israelense Nadav Lapid, vencedor do prêmio do júri em Cannes, e Pegando a estrada, de Panah Panahi, filho do celebrado cineasta iraniano Jafar Panahi. Há muitos longas dirigidos por mulheres, como a mexicana Tatiana Huezo (A noite do fogo, ganhador de menção especial na mostra Um Certo Olhar, em Cannes), a croata Antoneta Alamat Kusijanovic (Murina, vencedor da Caméra d’Or para melhor filme de estreante em Cannes) e a francesa Mia Hansen-Løve (Bergman island, que disputou a Palma de Ouro). Charlotte Gainsbourg fez um documentário sobre sua mãe, Jane Birkin, e a relação entre as duas em Jane por Charlotte.

Mas quem quiser ver Titane, de Julia Ducournau, vencedora da Palma de Ouro, Um herói, de Asghar Farhadi, ganhador do Grande Prêmio do Júri em Cannes, A mulher que fugiu e Encontros, do sul-coreano Hong Sang-soo, além de Deserto particular, de Aly Muritiba, o candidato do Brasil a disputar uma vaga entre os concorrentes a Oscar de produção internacional, vai ter de ir aos cinemas e disputar no dedo os ingressos – que só podem ser adquiridos pelo aplicativo da Mostra.

Abaixo, cinco longas-metragens imperdíveis da programação da Mostra, que segue até o dia 03.11 (confira aqui os horários e locais de exibição dos filmes):

Annette, de Leos Carax

Um musical do homem que fez o malucão Holy motors e ainda estrelado por Adam Driver e Marion Cotillard? Queremos! O filme que ganhou o prêmio de direção em Cannes tem trilha da dupla Sparks e conta a história de um casal formado por uma cantora de ópera e um comediante de stand-up, pais de uma filha com um dom. Estreia dia 26 de novembro na plataforma MUBI.

A crônica francesa, de Wes Anderson

 

Os filmes de Anderson são daqueles que dá vontade de morar dentro. Aqui, ele adiciona novos nomes, como Timothée Chalamet, Léa Seydoux e Elisabeth Moss, à sua gangue habitual, formada por Bill Murray, Tilda Swinton, Owen Wilson, para fazer uma carta de amor aos jornalistas. O cenário é a sucursal de um jornal estadunidense em uma cidade francesa fictícia.

Noite passada em Soho, de Edgar Wright

Se tem Anya Taylor-Joy, é provável que seja um filme de horror. Aqui não é diferente. Na produção do diretor de Em ritmo de fuga, Thomasin McKenzie (Tempo, Jojo Rabbit) é Eloise, uma apaixonada por moda misteriosamente transportada para a Londres dos anos 1960, onde encontra uma aspirante a cantora (Taylor-Joy) e fica obcecada com um crime. Aos poucos, Eloise percebe que aquela cidade de sonho não existe nem no passado nem no presente, se você for uma mulher

Summer of soul (…Or, when the revolution could not be televised), de Questlove

Todo o mundo já ouviu falar do Festival de Woodstock, que teve apresentações históricas de Jimi Hendrix, The Who, Joan Baez, entre muitos outros, e foi o auge do movimento hippie. Mas, naquele mesmo verão de 1969, um outro festival de música aconteceu no Harlem, só com artistas negros, como Nina Simone, Stevie Wonder e Sly and the Family Stone. Em sua estreia na direção de longas, o produtor e DJ do The Roots, Questlove, recupera essa história esquecida, com horas de registros abandonados em um porão durante décadas.

7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto

Mateus (Christian Malheiros) é um garoto de 18 anos que sai do interior de São Paulo rumo à capital, com a promessa de um bom emprego. Mas vira uma vítima de trabalho análogo à escravidão no ferro-velho comandado por Luca (Rodrigo Santoro). Em seu segundo longa, Alexandre Moratto volta a trabalhar com Malheiros, com quem fez Sócrates. Pelo filme, recebeu o troféu “Alguém para observar” no Film Independent Spirit Awards em 2019. O ator também concorreu em sua categoria, perdendo para Ethan Hawke. Lançamento no dia 11 de novembro na Netflix.

Deserto particular, de Aly Muritiba

Daniel (Antonio Saboia) é um policial criado em uma família conservadora de Curitiba. Afastado por causa de um episódio violento, ele decide impulsivamente ir para Sobradinho, atrás de uma grande paixão que só conhece por telefone. O diretor Aly Muritiba propõe uma ponte entre os vários Brasis e ousa fazer um filme de amor em um momento de ódios extremados.

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