Mumuzinho: de Roberto Carlos a Fundo de Quintal

Cantor fala sobre seu novo álbum e revela quais são seus sambas e pagodes de cabeceira.


Mumuzinho, na gravação do DVD Conectado
Fotos: Divulgação



Márcio da Costa Batista, ou Mumuzinho, acaba de lançar Conectado – Ao vivo, Volume 01, primeira registro extraído de um DVD homônimo, gravado em um show maiúsculo em São Paulo, em julho, com participações de Rodriguinho, Milthinho, Belo, Ferrugem, Turma do Pagode, MC IG, Michele Andrade e Felipe & Rodrigo. Das 30 músicas do DVD, que vão do samba ao pagode, 25 são inéditas.

A idealização do DVD partiu da vontade do artista de fazer “algo diferente do que o pagode já fez em relação à estrutura, a cenário, à música e até mesmo a canções que as pessoas não estão acostumadas a me ver cantando”, contou. Para isso, Mumuzinho buscou referências em musicais da Broadway e em espetáculos brasileiros como Dona Ivone Lara – Um sorriso negro (2019), além de nomes como Alexandre Pires, que costuma unir música e dança em seus shows. “O maior desafio, para mim, foi poder cantar e dançar. Vou te falar: eu parabenizo Anitta, Ludmilla, essas grandes artistas que dançam e cantam porque não é fácil”.

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O figurino do show contou com conselhos de mãe de Mumuzinho, que, aos 72 anos, acaba de se formar na faculdade de moda e cursa uma pós-graduação em alfaiataria masculina.

Carioca nascido em Realengo, o cantor soma mais de 15 anos de carreira, uma indicação ao Grammy Latino e músicas que fazem parte da história do pagode, como “Fulminante”. A seguir, ele revela seus favoritos no samba e pagode:

Quem são seus sambistas e pagodeiros preferidos?
Da geração mais antiga, Arlindo Cruz. É um pilar que temos do samba. E Alcione. Hoje, não subo no palco sem cantá-la. Não dá, as pessoas não deixam. Ela traz essa revolução, a voz das mulheres na música, no pagode. A gente tem a Leci Brandão, Helena de Lima, mas a Alcione é o nosso pilar. Hoje, nesta geração, é o Thiaguinho o cara que pensa fora da caixa.

Qual o disco favorito da sua discografia?
Mumuzinho ao vivo 2012-13, em que criei um catálogo de músicas que canto até hoje: “Curto Circuito”, “Fala”, “Te amo”, “Baratinar” e “Fulminante”.

Para ser um pagodeiro raiz precisa saber qual música?
“Se o teu choro já não toca / Meu bandolim / Diz que minha voz não toca…” (“O show tem que continuar”, composição do Fundo de Quintal). Aí o cara pode começar a ser um pagodeiro e sambista.

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Um pagode para quando se está apaixonado:
“Sou céu ou chão” (do próprio Mumuzinho).

Um pagode para uma festa:
“A três” (também do próprio Mumuzinho).

Uma música que gostaria de ter escrito:
“Oyá”, do Péricles.

Um disco que gostaria de ter feito:
Qualquer um do Roberto Carlos.

Um álbum que levaria para uma ilha deserta:
Qualquer um do Jão e da Simone Mendes.

Um artista que te faz querer fazer pagode:
(O grupo) Revelação.

Um pagode para todas as horas:
“Eu mereço ser feliz” (do próprio Mumuzinho).

Um show inesquecível:
Do Usher.

O que o Mumuzinho de hoje, aos 40 anos, diria para o de décadas atrás?
“‘Você batalhou e deu certo, hein, negrão! Você lutou, tomou tanto ‘não’ na vida, portas fechada, mas você me fez chegar até aqui.”

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