Kaia Gerber fala à ELLE sobre ‘Palm Royale’, o figurino da série e a carreira de atriz

Produção do Apple TV+ traz a modelo como a manicure da protagonista vivida por Kristen Wiig.


Kaia Gerber em Palm Royale Foto: Divulgação



Em Palm Royale, série do Apple TV+ com novos episódios todas as quartas-feiras, a moda de 1969 ajuda a contar uma história daquelas que têm e daquelas que querem ter. Maxine Simmons (Kristen Wiig, nove vezes indicada ao Emmy, a maioria pelo humorístico Saturday night live) está doida para entrar na alta-sociedade de Palm Beach (Flórida). Sua chance aparece quando Norma Dellacorte (Carol Burnett, um dos maiores nomes da comédia estadunidense e vencedora de sete Emmys), tia de seu marido, entra em coma, em uma clínica de recuperação.

LEIA MAIS: ZENDAYA FORMA TRIÂNGULO AMOROSO QUENTE EM “RIVAIS”

Norma é a rainha da alta-sociedade, organizadora do Baile da Praia. Com ela fora de jogo, quem assume a coroa é Evelyn Rollins (Allison Janney, ganhadora do Oscar de atriz coadjuvante por Eu, Tonya). Mas nem Evelyn, nem sua amiga Dinah (Leslie Bibb, de Homem de Ferro), nem o garçom Robert Diaz (Ricky Martin) vão facilitar a entrada da pobretona Maxine na elite de Palm Beach.

As únicas que vão tratá-la de maneira mais correta são a otimista manicure Mitzi (Kaia Gerber, de Clube da luta para meninas) e a feminista Linda (Laura Dern, vencedora do Oscar por História de um casamento).

Palm Royale Photo 010806

Kaia Gerber em cena da série Foto: Divulgação

LEIA MAIS: 60ª BIENAL DE VENEZA ABRE AS PORTAS COM FOCO NOS ESTRANGEIROS

E a moda ajuda a contar essa história. A figurinista Alix Friedberg (Big little lies) trabalhou em parceria com o designer de produção Jon Carlos (Hacks) para seguir a referência do fotógrafo da série Slim Aarons e combinar cenários e figurinos. Quase todos os personagens tem um círculo de cores próprio. Maxine, por exemplo, usa tons de laranja e azul-petróleo, enquanto Norma veste verde escuro e rosa pálido.

“Os anos 1960 foram muito empolgantes, porque as regras que as mulheres tinham de seguir nas décadas anteriores foram quebradas”, disse Friedberg. Ela buscou peças em brechós de diversos pontos dos Estados Unidos, mas também criou coisas do zero. Em cenas do baile, personagens usaram inclusive as joias que a figurinista herdou da avó.

Kaia falou à ELLE sobre os figurinos e sua personagem, a carreira de atriz, além das passarelas, e o clube do livro que criou:

 

View this post on Instagram

 

A post shared by Apple TV (@appletv)


Mitzi vive em 1969. Você se identificou com ela de alguma maneira?
De várias. Ela é extremamente otimista, e eu sempre enxergo o que há de bom nas pessoas. Ela está sempre passando o pano para os outros e é muito fácil subestimá-la. Mas à medida que assistimos, percebemos que ela é mais do que essa primeira impressão.

Às vezes se sente julgada pela aparência?
Sim, acho que a maioria das mulheres sente isso. Me identifico com isso. Também acho que as pessoas podem te subestimar se você estiver oferecendo algo que tem a ver com sua aparência.

Como foi usar esses figurinos? Eles influenciaram sua vida de alguma forma?
Eu amo, amo, amo, amo a moda nesta série. É um momento muito divertido na história, dá para brincar com texturas, cores e tecidos. Fora o cabelo e a maquiagem. É engraçado. Quando estava interpretando Mitzi, queria usar em casa calças largas, o cabelo preso, nada de maquiagem. Senti como se houvesse uma fronteira bem definida de onde Mitzi terminava e eu  começava. Em dados momentos, porém, sentia que estava fazendo coisas na minha vida que Mitzi faria. Adoro a personagem.

Palm Royale Photo 010403

Kristen Wiig e Ricky Martin em Palm Royale Foto: Divulgação

Como foi poder colaborar com essas mulheres do elenco?
Foi um sonho. São todas mulheres que admiro. Cheguei como fã do trabalho delas, e saí uma fã ainda maior pela gentileza e generosidade delas comigo, sendo uma jovem atriz, querendo aprender.

Atuar foi algo que você sempre almejou?
Dancei e cantei durante toda a minha infância. Entrei no teatro musical quando tinha uns 7 anos e fiz isso durante a adolescência. Foi meu primeiro amor. Eu era muito destemida, de uma forma que não sou mais. Mas quando comecei a trabalhar como modelo, fiquei muito ocupada e isso virou meu foco. Então, atuar é mais um retorno do que uma descoberta.

Palm Royale Photo 010605

Kaia Gerber como a manicure Mitzi de Palm Royale Foto: Divulgação

Recentemente, você atuou em Babilônia e Clube da luta para meninas. Está deixando a carreira de modelo um pouco de lado?
Hoje em dia não é preciso escolher. Vemos atores em outdoors e cantores em filmes. Me sinto com sorte por não ter tido a necessidade de optar. Sou muito grata por tudo que a carreira como modelo me proporcionou, pela educação, pelas experiências novas que me ajudaram a me tornar a pessoa que sou hoje. Já não faço mais tantos desfiles. Mas tenho uma família lá e provavelmente sempre me sentirei conectada à moda.

“Acho que as pessoas podem te subestimar se você estiver oferecendo algo que tem a ver com sua aparência”

Você tem um clube do livro, o Library Science. O que ele traz para sua vida?
A literatura sempre foi parte da minha vida. Comecei meu clube do livro simplesmente por amor à leitura e desejo por conversas mais profundas. E descobri que, normalmente, quando não consigo encontrar as palavras, dou às pessoas livros que capturam meus sentimentos. Queria que esse fosse o espírito do Library Science, abrindo espaço para essas conversas que talvez nos ajudem a expressar um pouco mais de quem somos. Lá, costumamos dizer que aprendemos mais com histórias que não são nossas. Existem tantos escritores e autores brilhantes, e eles nem sempre têm a plataforma (o clube já destacou livros como Na casa dos sonhos, de Carmen Maria Machado, Entre o mundo e eu, de Ta-Nehisi Coates). Se não estivesse usando esta plataforma para amplificar as vozes de pessoas que sei que têm coisas muito mais interessantes a dizer do que eu, não sentiria que estou fazendo um bom trabalho.

LEIA MAIS: COM WAGNER MOURA E KIRSTEN DUNST, “GUERRA CIVIL” DENUNCIA A POLARIZAÇÃO POLÍTICA

Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes