SPFW N58: João Pimenta

Com menos volume e mais precisão, menos camadas e mais pele à mostra, João Pimenta desfila sua melhor coleção nesta SPFW N58.


Look João Pimenta, desfilado na SPFW N58.
João Pimenta. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia



João Pimenta não é só um estilista talentoso, é também um figurinista premiado. Conciliar as duas áreas de atuação, contudo, é um dilema antigo em sua carreira. Neste ano, porém, ele decidiu deixar o teatro de lado para focar na moda, “me dedicar mais aos meus clientes, à pesquisa têxtil e ao desenvolvimento de produtos”, diz. Podemos dizer que valeu a pena. Valeu muito a pena.

O resultado é sua coleção mais comercial e tecnicamente madura. Na contramão do desfile anterior, carregado de volumes e sobreposições de camadas, a imagem é mais leve, com formas mais controladas, precisas e um tanto de pele à mostra. Humana e de cobra – a padronagem animal aparece em estampas e texturas ao longo de quase toda a apresentação.

Look João Pimenta, desfilado na SPFW N58.

João Pimenta. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

Look João Pimenta, desfilado na SPFW N58.

João Pimenta. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

Look João Pimenta, desfilado na SPFW N58.

João Pimenta. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

Look João Pimenta, desfilado na SPFW N58.

João Pimenta. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

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Tratando-se de João Pimenta o drama nunca é 100% eliminado. Capas, rendas, laços, franjas e até versões masculinas de minissaias reforçam a veia teatral e subversiva do designer. A alfaiataria, seu carro-chefe, segue em posição de destaque. Ela aparece em versão fluida, com materiais acetinados ou transparente, em texturas tipo tweed e com motivos geométricos ou oversized com mangas caixotes, em que os ombros apresentam volume quadrado.

Agora, porém, tudo mais vistoso em termos de qualidade de tecidos, modelagem e precisão de corte. A retomada do trabalho ao lado dos stylist Davi Ramos e Flavia Pommianosky também colabora para a entrega de uma imagem mais bem amarrada. Equilíbrio aqui é a palavra-chave. O gosto pela dramaturgia muitas vezes pesava na aparência e no caimento. Nesta estação, há um maior comedimento nesse sentido. As sobreposições são suaves, a estrutura dos materiais considerada e as construções pensadas para não limitar movimentos, nem ofuscar a silhueta natural do corpo.

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