SPFW N60: Meninos Rei

Os irmãos Céu e Júnior Rocha celebram dez anos da Meninos Rei com coleção dedicada à cultura popular do Recôncavo Baiano.


Meninos Rei
Meninos Rei, verão 2026. Foto: Ze Takahashi / Agência Fotosite



Em dezembro, a Meninos Rei, de Céu e Júnior Rocha, comemora uma década de história. No desfile de verão 2026, apresentado nesta quinta-feira (16.10) – a sexta participação da grife na SPFW – , a dupla mergulha no folclore do Recôncavo Baiano.

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Meninos Rei, verão 2026. Foto: Ze Takahashi / Agência Fotosite

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Meninos Rei, verão 2026. Foto: Ze Takahashi / Agência Fotosite

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Meninos Rei, verão 2026. Foto: Ze Takahashi / Agência Fotosite

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A pesquisa dos criadores percorreu cidades como Cachoeira, Santo Amaro, Aratuípe e Maragogipinho, com foco em ritos locais, como a Festa da Boa Morte, o Bembé do Mercado e o samba de roda. É desta última que surgem as modelagens circulares vistas em vestidos e saias com babados que evocam movimento e ritmo.

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Meninos Rei, verão 2026. Foto: Ze Takahashi / Agência Fotosite

Novas experimentações de construção se somam à mistura de alfaiataria e elementos esportivos. As roupas das mulheres de terreiro inspiram looks amplos, presos no corpo pela parte acima do peito, com volumes ovais, mangas bufantes, plissados e drapeados – detalhes que conferem um toque de realeza ancestral ao todo. 

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Os estilistas avançam na estamparia autoral para além dos prints de países africanos pelos quais ficaram conhecidos. Aqui, são quatro ilustrações feitas em colaboração com o designer Léo Barbosa: listras e peixes coloridos em uma versão baiana do navy; carrancas de madeira para trazer sorte; desenhos das joias de crioula da Irmandade da Boa Morte, de Cachoeira; e, por último, as moringas de Maragogipinho, feitas de barro e com pintura em tauá e tabatinga (vasos vermelhos com pinceladas brancas). Artesãs desse município, que é reconhecido pela UNESCO desde 2004 como o maior polo cerâmico da América Latina, produziram as bolsas e joias no formato de animais e conchas, com o material comumente usado para utensílios e objetos de decoração.

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Meninos Rei, verão 2026. Foto: Ze Takahashi / Agência Fotosite

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Meninos Rei, verão 2026. Foto: Ze Takahashi / Agência Fotosite

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Meninos Rei, verão 2026. Foto: Ze Takahashi / Agência Fotosite

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Há diversas formas de olhar a apresentação. Do ponto de vista da importância de jogar holofote sobre a riqueza de um só lugar deste vasto país é incontestável. O papel que ambos designers ocupam e exercem na moda afro-brasileira também não se discute. Já da perspectiva da coleção, que será comercializada nos próximos 15 dias, poderia refletir melhor a sofisticação que a marca é capaz de criar. A duração de mais de meia hora e a pouca edição do que vai para a passarela tira a força do todo. Os respiros ao maximalismo afrofuturista com looks de cores totais poderiam ser mais recorrentes. O uso apenas de algodão como material não acompanha a riqueza que estes designers têm nas cabeças e nas mãos.

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Meninos Rei, verão 2026. Foto: Ze Takahashi / Agência Fotosite

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Meninos Rei, verão 2026. Foto: Ze Takahashi / Agência Fotosite

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