20 tendências de decoração da Casacor São Paulo
A mostra está recheada de novidades que apontam para o futuro do morar - veja as ideias que selecionamos de dez ambientes inspiradores
Sofás de linhas curvas, luminárias retrôs e texturas naturais. De repente, eles aparecem por toda parte. Mas tendências de decoração não surgem da noite para o dia – elas se sobrepõem, se misturam com previsões recentes e, dia após dia, inauguram o futuro. É assim na moda e também no morar.
Na primeira edição da ELLE Decoration Brasil, publicada em junho de 2022, os profissionais das agências de prospecção ouvidos na reportagem Here comes the sun já anunciavam tendências que recheiam, em 2024, os 68 ambientes e as instalações artísticas da CASACOR São Paulo. Com o tema De presente, o agora, a mostra foi inaugurada no fim de maio e continua aberta ao público até 28 de julho.
Entre as previsões citadas alguns anos atrás, podemos destacar a casa mais sensorial do que nunca, equipada com espaços de descompressão dedicados ao bem-estar e ao autocuidado. Assim como a arquitetura biofílica, ganham espaço as formas curvas, os desenhos que remetem a ocas e domos geodésicos, os cenários fantásticos, oníricos e de efeito futurista. E também a supervalorização do que é feito à mão, ou seja, o design artesanal e local.
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Uma macrotendência importantíssima também apontada anteriormente é o resgate da ancestralidade. Ela surge da necessidade de ancoramento em nossas raízes para lidarmos com um mundo frenético e imprevisível – das relações humanas às mudanças climáticas. E, naturalmente, na CASACOR São Paulo deste ano, a ancestralidade aparece nas inúmeras referências aos povos indígenas e originários, à cultura nordestina, caipira e afro-brasileira e ainda em seus desdobramentos, como no uso de tons terrosos e materiais naturais em estéticas brutas, orgânicas e texturizadas.
Além das tendências já anunciadas, também é possível perceber na CASACOR as novidades que ditarão um futuro próximo. O relatório da WGSN para a indústria de interiores em 2025 aponta, em relação às cores, a adoção de tons pastel brilhantes e claros – e também de tonalidades escuras e misteriosas em referência ao universo e à segunda era espacial. Tais cores podem aparecer em usos pontuais ou ousados, como em grandes blocos e oposições cromáticas (#colorblocking).
Sobre os materiais, as apostas do relatório indicam a união de elementos tradicionais e digitais e os materiais alternativos de base biológica, biossintéticos e regenerativos – como a reutilização de resíduos da indústria. Além disso, a WGSN destaca o uso de texturas encontradas na natureza, superfícies irregulares, formas aquáticas, surrealistas, brilhos luminosos, transparências, ilusões de ótica e efeitos espelhados. Sem esquecer do luxo discreto (#quietluxury), do futurismo (vinculado à inteligência artificial, impressões 3D, design paramétrico e fabricação digital) e do novo retrô, que volta para mais uma temporada.
Veja abaixo dez ambientes da CASACOR em que pinçamos algumas das tendências mencionadas:
Nuances naturais + design sustentável
Foto: MCA Estúdio
No ambiente Solos, criado pela arquiteta Daniela Funari, o mobiliário em tons de areia fica apoiado sobre um tapete assinado por Rapha Preto, confeccionado com fibras provenientes de carpetes antigos e redes de pesca resgatadas do mar. Em nuances terrosas, a peça faz alusão à coloração do solo conforme se afasta do oceano.
Retrô revisitado + efeitos de luz
Foto: MCA Estúdio
Projetado pela arquiteta Gabriela Prado, o Bar Caracol tem um clima retrô contemporâneo, com vitrais em tons de azul iluminados, jogo de transparências, linhas curvas nas paredes ripadas, no piso e no sofá da entrada, assinado pelo designer Karim Rashid. Destaque também para as arandelas com efeito de luz que remete ao formato de conchas.
Luxo discreto + superfícies irregulares
Foto: MCA Estúdio
No Studio Ro+Ca, o trio de arquitetos Rodrigo Beze, Carlos Carvalho e Caio Carvalho une ancestralidade e tecnologia ao utilizar materiais rústicos, como a pedra bruta da bancada, com sua textura natural evidenciada, ao lado das banquetas de aço inox e do mobiliário contemporâneo e elegante da linha de design dos irmãos Carvalho.
Minimalismo + espaços de bem-estar
Foto: MCA Estúdio
O conceito minimalista, a aura futurista e onírica, as formas curvas, a arquitetura biofílica, as texturas na parede e tons neutros da Casa do Silêncio Peugeot, por Natan Gil Arquitetura, remetem aos espaços de descompressão e autocuidado, em um ambiente que busca proporcionar uma experiência multissensorial.
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Nuances frescas + superfícies luminosas
Tons pastel claríssimos e materiais reluzentes dão o tom na Casa Tao, criada por Barbara Dundes. A arquiteta se inspirou no termo da filosofia milenar chinesa que significa caminho ou método. O conceito abrange a jornada que torna cada coisa o que ela é – incluindo a história das matérias-primas e a da mão-de-obra utilizada.
Formas orgânicas + ambiente sensorial
No ambiente Caminhos Portinari, idealizado pela arquiteta Melina Romano, uma instalação sensorial assinada por Aline Matsumoto ocupa o centro do jardim de inverno, com piso de areia, mobiliário de formas orgânicas e texturas evidenciadas. O ambiente se completa com utilitários feitos à mão pela ceramista Isadora Mourão.
Raízes brasileiras + desenho curvo
Foto: MCA Estúdio
Em homenagem à arquitetura vernacular, herança indígena do Brasil, a arquiteta Vanessa Martins Miranda (SALA2 Arquitetura) criou a Casa Urucum, com abóbada que remete a uma oca, padronagens trançadas que evocam técnicas artesanais e granito avermelhado. Já o volume de inox faz uma alusão ao futuro.
Ancestralidade + materiais terrosos
Foto: MCA Estúdio
Na Instalação Ocupação Terreiro, o arquiteto Alexandre Salles traz para o espaço referências afro-brasileiras, femininas e ancestrais à CASACOR. Bandeirolas no teto, paredes de taipa e alusão ao chão de terra batida remetem à interação social dos quintais, tradicionalmente espaços de convívio no contexto do samba e do candomblé.
Futurismo + arquitetura biofílica
Foto: MCA Estúdio
Dani Guardini e Adriano Stancati acrescentaram no Ristorantino Caffè, na CASACOR, um interessante visual futurista garantido pela imensa estrutura de MDF projetada com design paramétrico e inteligência artificial. Com 339 m2, ela parece pairar sobre o ambiente e se mescla aos princípios biofílicos do projeto, como a abundante luz natural e o verde interno.
Design artesanal + itens de cultura local
Foto: MCA Estúdio
Uma estante com nichos quadrados cobre as paredes e o teto da Casa Veredas Simonetto, de Gabriel Fernandes. Cada nicho, por sua vez, exibe blocos modelados à mão por mulheres atendidas pelo Instituto Maria do Barro, de Brasília. O espaço desperta reminiscências do imaginário rural e homenageia a vida caipira. Destaque para o painel com piso cerâmico de Francisco Brennand.
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