Os melhores desfiles da SPFW N56 segundo a equipe da ELLE Brasil
Após a maratona de cobertura da SPFW N56, elegemos nossos desfiles favoritos da temporada.
Foram cinco dias, 38 desfiles e muito calor. Entre o Shopping Iguatemi e o Komplexo Tempo, no bairro da Mooca, fizemos uma cobertura completa e abrangente da SPFW N56 – se você perdeu, pode conferir tudo aqui e em nosso perfil no Instagram . Mas o que nos chamou atenção, fez brilhar os olhos e deu vontade de ter no guarda-roupa instantaneamente? A seguir, pedimos para cada um dos integrantes da equipe da ELLE eleger seus três desfiles favoritos. Vem ver!
Mateus Cardoso, SPFW n56. Foto: Agência Fotosite
LUIGI TORRE, diretor de moda
Mateus Cardoso: Foi um desfile bom em vários níveis. Mas o principal tem a ver com um produto bem feito, pensado e estudado. Serviu para lembrar todo mundo de que isso é essencial na moda – sem contar no respiro no meio de tanta apresentação com histórias mil.
João Pimenta: Estou me punindo mentalmente até agora por não ter conseguido assistir presencialmente. É uma das coleções mais belas e potentes de João. Fala de um monte de coisas com profundidade e propriedade. Mistura referências gringas e nacionais, tem imagem forte, narrativa idem, mas não esquece da roupa. Tudo é levado em conta. E o styling de Paulo Martinez foi excepcional.
João Maraschin: Eu acompanho o trabalho do João desde sua estreia na semana de moda de Londres. Mas essa foi a primeira vez que pude ver sua roupa de perto. Fiquei impressionado com a qualidade da coisa toda e mais ainda com o fato de que, apesar da imagem concisa, não tem aquela coisa de que uma peça só funciona com a outra com a qual foi desfilada.
João Pimenta, SPFW n56. Foto: Agência Fotosite
GABRIEL MONTEIRO, editor de moda
João Pimenta: Eu considero uma baita qualidade repensar nos seus valores, rever aquilo que você acredita, se fazer perguntas difíceis ao longo da vida. E isso marcou duas das minhas coleções preferidas nessa temporada. João Pimenta se interessa por sincretismo religioso há anos, isso faz parte do seu trabalho, e ele decidiu se entender do ponto de vista de um criador branco dialogando sobre esse tema. O estilista convidou dois professores negros, especialistas em moda, Kledir Salgado e Cintia Felix, para conversas e mentorias que o fizeram repensar no design, na coleção. O resultado foi tão rico quanto o processo.
Apartamento 03: Algo semelhante aconteceu na Apartamento 03, de Luiz Claudio. O estilista decidiu rever a sua trajetória desde o momento que entrou no line-up da São Paulo Fashion Week até os dias de hoje, mas, agora, com uma consciência racial diferente, percebendo melhor como o fato de ser um homem negro traçou essa história e tentando criar por meio dessa perspectiva algo decolonial. Em uma coleção inteira azul, uma homenagem a um pigmento africano, ele puxa não só memórias do passado como materiais de temporadas antigas para desenhar o seu eu de hoje.
Mateus Cardoso: Por último, uma estreia emocionante que já deixa evidente o tanto que esse estilista gosta do que faz e tem ainda a colaborar para a moda nacional: Mateus Cardoso mostra uma devoção ao trabalho em um acabamento refinado e bom gosto no design.
Ateliê Mão de Mãe, SPFW n56. Foto: Agência Fotosite
GIULIANA MESQUITA, editora-assistente
Mateus Cardoso: Acredito que esse desfile seja unânime entre os Ellers. A estreia de Cardoso juntou roupa boa e bem feita e novas ideias para uma alfaiataria clássica, mas inventiva. Me vestiria de Mateus Cardoso todos os dias para o resto da minha vida.
Apartamento 03: Tudo que Luiz Cláudio toca, vira ouro. Nessa temporada, eu amei que as técnicas afiadas do estilista foram coloridas em 50 tons de azul e transformadas em um patchwork riquíssimo de detalhes.
Ateliê Mão de Mãe: Mais uma temporada em que a dupla Vinicius Santana e Patrick Fortuna transformam o crochê, sua técnica do coração, em uma roupa sofisticada e que dá vontade de usar. Destaque para o azul clarinho, para os microcomprimentos e para o styling com meias até a coxa.
Joao Maraschin, SPFW n56. Foto: Agência Fotosite
CHANTAL SORDI, editora de consumo
Joao Maraschin: A experiência no mercado de luxo internacional contribui positivamente para a marca, que mostra uma brasilidade fora do óbvio, além de valorizar o trabalho feito a mão em colaboração com artesãos de comunidades e cooperativas brasileiras. O produto final é bem pensado, desejável e de ótima qualidade.
Mateus Cardoso : Amo alfaiataria e fiquei impressionada com a qualidade da coleção, nas modelagens e acabamentos. Desejei muitas peças, especialmente o look com blazer preto boxy, minissaia preta e camisa branca listrada sobreposta.
Greg Joey: Sinto que há evolução e amadurecimento no trabalho de Lucas Danuello. Os vestidos fluidos de seda trouxeram frescor e a alfaiataria permanece consistente. Hit da marca, as camisetas atualizadas com gola alta também entraram na minha lista de desejos.
SAU, SPFW n56. Foto: Agência Fotosite
ALI SANTOS, editora digital
Mateus Cardoso: De longe, o meu favorito da temporada! A estréia de Mateus Cardoso na SPFW trouxe uma moda que há tempos a gente não via nas passarelas por aqui e deu aquele gostinho de empolgação para acompanhar o que vem pela frente. Uma alfaiataria impecável, modernizada e com styling sem igual.
HIST: O desfile da HIST foi um verdadeiro show – e que sorte a nossa de presenciar o crescimento de uma marca jovem ganhando seu espaço na moda brasileira. A estilista Giuliana Braide trouxe uma mistura ousada e casual na medida, com peças funcionais que vão além de uma roupa bonita.
SAU: A SAU me despertou o desejo de sair por São Paulo usando peças esvoaçantes de beachwear, graças aos recortes nada tradicionais que seguem uma proposta orgânica e, ao mesmo tempo, artística. Achei chique, democrática e promissora.
Marina Bitu, SPFW n56. Foto: Agência Fotosite
LELÊ SANTHANA, repórter
Mateus Cardoso: É um alívio ver um estreante chegando com uma coleção tão sólida, própria e bem feita como a de Mateus Cardoso. Entre as mudanças que rolaram no line-up da SPFW nos últimos anos, nem sempre a roupa foi colocada em primeiro lugar. A chegada de um alfaiate legítimo com uma coleção de desejo imediato foi não só bem-vinda, como necessária.
Ateliê Mão de Mãe: Também adorei o desfile da Ateliê Mão de Mãe. A cada temporada, a marca soteropolitana parece mais certa de sua imagem, oferta de produtos e modelo de negócio. É um amadurecimento a passos largos para uma marca de apenas três anos. Massa acompanhar! E vale dizer que amei o momentinho final da noiva de crochê.
Marina Bitu: Marina Bitu é outro destaque. Embora tenha chegado há pouco na semana de moda paulistana, a estilista cearense já possui uma bagagem e repertório de muitos trabalhos anteriores. Daí o seu cuidado com ideia, intenção e produto. Além disso, esse foi mais um desfile em que ela priorizou as demandas femininas de vestuário, colocando as mulheres no centro da conversa. É algo que sempre admiro.
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