A hora do couro de cogumelo

E aí, você gostaria de ter uma bolsa de couro de cogumelo? Pois é, o que antes era só sonho e protótipo, já é realidade. Neste episódio, a gente vai falar sobre as bolsas de couro de micélio de Stella McCartney e as movimentações do mercado de moda em busca de alternativas mais sustentáveis para seus produtos.


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Em outubro de 2021, Stella McCartney dedicou seu desfile na Semana de Moda de Paris inteiramente aos cogumelos. As estampas psicodélicas e cores ultravibrantes foram inspiradas nas viagens de quem usa o fungo para efeitos recreativos, mas esse não foi o ponto de partida principal para sua coleção de verão 2022.

Pela primeira vez desde 2017, quando começou seu trabalho com a empresa Bold Threads, a estilista apresentou na passarela uma bolsa feita de couro de micélio, matéria-prima vegana, que é uma alternativa ao couro animal.

Se você acompanha o ELLE News, deve se lembrar que a gente já falou algumas vezes desse material. A novidade agora é que, depois de muitos estudos, finalmente as peças do tal couro de cogumelo vão passar a ser comercializadas.

O produto levou quatro anos para ser produzido de maneira satisfatória, para que não deixasse a desejar nem no visual nem na textura, em relação ao couro animal.

Segundo reportagem do Business of Fashion, foram necessárias mais de sete versões da bolsa de McCartney feita de couro de micélio até que ela ficasse comercialmente viável. As primeiras versões eram frágeis demais, o material tinha uma textura grudenta e não segurava nenhum tipo de cola. Demorou para os pesquisadores entenderem como escalar o material e tornar sua comercialização possível – mas esse momento chegou.

Batizada de Frayme Mylo, a bolsa exibida na passarela de Stella McCartney será lançada no dia 1 de julho, com preço de 1.995 libras, ou cerca de 12 mil reais, e uma tiragem limitada de 100 peças. A quantidade é modesta, mas esse é um passo significativo da marca em direção a um futuro em que a tecnologia transformará nosso jeito de fazer, consumir e enxergar a moda.

Para quem ainda não está por dentro, esse couro alternativo é feito de micélio, que vem a ser um emaranhado de filamentos muito fininhos, que se formam sob os fungos e se embrenham no solo ou em outros substratos. O cogumelo seria a parte mais visível dos fungos.

O micélio é cultivado em fazendas verticais e vira uma espécie de manta, que depois é processada e tingida. Essas mantas de micélio demoram menos de duas semanas pra crescer, portanto, consomem menos recursos em sua produção, se comparados à criação de gado ou mesmo às plantações de algodão.

Hoje duas empresas estão capitaneando essa revolução: a Bold Threads e a MycoWorks. A primeira deu o nome de Mylo ao seu couro feito de micélio, e hoje trabalha unindo forças com o Mylo Consortium, um consórcio composto por marcas como Adidas, Lululemon, Stella McCartney e o conglomerado de luxo Kering, que tem grifes como Gucci e Balenciaga em seu portfólio. Juntos, eles investiram valores para lá dos sete dígitos na startup que estuda soluções em biotecnologia.

A segunda startup, MycoWorks, anunciou no fim da temporada internacional de inverno 2021, no começo do ano passado, uma parceria com a Hermès. O primeiro produto resultante dessa união é a clássica bolsa Victoria, feita com o tecido criado a partir do micélio, que, nesse caso, recebeu o nome de Sylvania. O acessório tinha previsão de lançamento para o final de 2021, mas acabou não saindo e, pelo visto, vai perder pra Stella McCartney na corrida.

Mas a Bold Threads e a MycoWorks não são as únicas empresas a trabalhar com esse material. No último desfile de inverno da Balenciaga, aquele com vento e neve e modelos caminhando com dificuldade pela passarela, a grife apresentou um trench coat até o chão feito de um tecido chamado de EPHEA, também criado a partir de micélio, pela empresa Mogu. A Balenciaga foi a primeira marca a de fato trazer essa nova tecnologia para roupas em uma coleção ready to wear.

Vale lembrar que couro fake não é uma novidade. Só que a versão amplamente comercializada há anos é feita de poliuretano, ou seja, de plástico. Além do aspecto artificial e da durabilidade menor do que o couro animal, o couro sintético utilizado hoje vai contra a premissa de sustentabilidade que esses novos tecidos alternativos tentam alcançar.

E também vale um parênteses pra explicar por que a indústria da moda está tão interessada em uma alternativa sustentável para o couro, especificamente.

Acontece que produtos como bolsas e sapatos, principalmente de couro, são uma grande porta de entrada de consumidores para as marcas de luxo. Muita gente acha que vale investir mais em um acessório de couro, que pode ser combinado com qualquer look, do que uma roupa, por exemplo. Segundo um levantamento da empresa Bernstein, essa categoria vendeu cerca de 100 bilhões de dólares, só contando as cinco maiores marcas de luxo da Europa em 2020. Por isso, ainda é difícil imaginar um mercado onde o couro animal não seja essencial para a moda.

Ao mesmo tempo, segundo a organização sem fins lucrativos Material Innovation Initiative, o mercado para alternativas inovadoras ao couro animal deve valer 2,2 bilhões de dólares até 2026.

A resposta dos consumidores vai ser crucial para entender a viabilidade desse novo tipo de matéria-prima. Os pesquisadores trabalham para que a durabilidade, aparência, maciez e, claro, preço, sejam equivalentes ou melhores do que os do couro animal.

Atualmente, um metro quadrado de Mylo custa em torno de 30 dólares, enquanto a mesma quantidade de couro de bezerro varia entre 25 e 40 dólares. A expectativa da empresa é que, em grande escala, o valor do Mylo passe a ser de apenas um dígito.

No Brasil, essas tecnologias e inovações ainda caminham de forma bastante lenta. Parece que, com pouco incentivo e consciência de que as coisas precisam mudar para que a indústria se torne de fato mais sustentável, estamos estagnados em uma forma clássica de fazer moda. Tem, sim, gente que está tentando fazer diferente, mas ainda falta um tanto de investimento para que essas inovações ganhem corpo e força.

Na Amazônia, por exemplo, o povo Xipaya, do Xingu, está produzindo um tecido impermeável de algodão cru com aplicação de látex, tingido com pigmentos naturais, como urucum e jenipapo. Esse novo tecido já pode ser encontrado em calçados da Osklen e da Save the Forest e em mochilas da marca carioca BossaPack.

A estilista Flávia Aranha também tem investido em materiais mais sustentáveis para sua marca homônima. Em busca de alternativas ao algodão, Flávia está trabalhando na criação de um tecido feito a partir da malva, uma fibra nativa da Amazônia. A bromélia e o látex também são outras possibilidades em estudo pela marca.

Além disso, ela conseguiu encontrar maneiras de escalar e industrializar tingimentos botânicos, menos agressivos ao meio ambiente e que valorizam o Brasil e nossas matérias primas, como cascas de árvores do cerrado, a erva-mate e o urucum.

Flávia começou como uma etiqueta superartesanal, focada em sustentabilidade e novas técnicas botânicas, e hoje tem um braço dedicado à inovação e tecnologia, como ela explica aqui:

“Tudo que começou muito artesanal, na panela, e com uma intenção muito forte, ao longo do tempo, conforme fomos crescendo, foi se desdobrando para a indústria. E, na indústria, também a gente conseguiu ganhar técnica, performance, conseguimos reduzir a carga energética. Então, hoje a gente gasta menos água, menos gás, menos energia elétrica para poder fazer nossos processos. Então, hoje, a gente na Flávia Aranha entende que esse processo e nossa pesquisa praticamente transborda a marca. A gente criou um novo braço aqui dentro que chama Teia, que é um laboratório de inovação. Muitos dos testes e dos acordos que temos feito com a indústria tem uma visão de longo prazo de se estender, de se ampliar pro mercado, de ser uma alternativa para outras indústrias também, porque existe uma consciência muito clara pra gente que a gente mudando sozinho, a gente não muda nada.”

Apesar dos resultados para lá de animadores na pesquisa e no desenvolvimento de novas matérias-primas, como a Flávia disse, não dá pra fazer a mudança sozinha. E é preciso um comprometimento maior do mercado como um todo para viabilizar, de fato, as alternativas sustentáveis.

“A gente precisa também, como mercado de moda, as marcas todas em geral precisam entender sua responsabilidade na criação desses materiais, na inovação, no fomento à pesquisa, isso precisa ser um compromisso mesmo do mercado. O varejo muitas vezes tem uma visão simplista do processo, né? “Ah, a gente gostaria de ser sustentável”, como se o varejo não tivesse responsabilidade sobre a própria indústria. Nosso papel também é influenciar essa mudança do mercado, essa compreensão de que, sim, é responsabilidade dele investir na pesquisa, investir na ciência, investir nessas mudanças. Porque se a gente não inovar nos materiais, não adianta a gente ter um discurso de consciência usando petróleo, então é muito importante que a gente consiga entender que sem inovação, sem ciência, sem novas matérias primas, a gente tem uma chance grande de ficar só no discurso.”

Coleção de verão 2023 da Balenciaga

No último domingo, dia 22 de maio, a Balenciaga apresentou a sua coleção de verão 2023 em Nova York. Mas não foi qualquer lugar de Nova York, não. A grife fez do Pregão de Nova York, a Bolsa de Valores da cidade, a sua passarela. E, claro, mais uma vez deu o que falar!

A começar pelo convite para o show: uma pilha de notas falsas de 100 dólares, com o nome da Balenciaga e a data e o horário da apresentação.

E aí teve a coleção em si. Modelos revestidos em látex, com os rostos completamente cobertos, apareceram com uma imagem entre o anonimato e o fetichismo. Apenas perucas em rabos de cavalo e algumas tranças saltavam pra fora das máscaras.

Eles usavam sobretudo uma alfaiataria de ombros marcados, coisa bem típica do mercado financeiro. Na primeira parte do desfile, o foco ficava nos itens bem de burguesia, como as camisas com laços fofos na gola e as joias usadas por cima de uma segunda pele.

Já na segunda parte da apresentação apareceu toda aquela base de streetwear pela qual Demna Gvasalia já é bem conhecido. Macacões e tracksuit, camisetas de time e jaquetas de zíper, além de todo aquele jeito muito urbano de usar a roupa, sempre muito grande e com várias sobreposições.

Alguma novidade? Bem, todas essas peças esportivas tinham alguns símbolos bastante conhecidos. Um trevo, três listras, uma cor azul muito típica, além de uma fonte em caixa baixa extremamente identificável… Voilá! Foi revelada ali uma colaboração da Balenciaga com a Adidas. Até mesmo hits da grife ganharam interpretações sob o selo da gigante esportiva alemã, como os tênis-meia e o famoso Triple S da Balenciaga.

Entre outros detalhes que chamaram a atenção, estão os sapatos de borracha e os modelos de salto alto inflados, bem grandinhos, que deram um efeito clown, de palhaço, ao visual final.

Havia também uma pitada de terror no ambiente. O estilista, em entrevista após o show, disse que há algo de aterrorizante no mundo e que a moda é um reflexo disso e se a coleção deu um pouco de medo essa é a prova de que ele conseguiu fazer algo.

Em resumo: a Balenciaga virou mais uma vez manchete. Seja pela crítica ao capitalismo enxergada por alguns, seja pelas roupas que outros classificaram como horríveis, ou pela caracterização que não passou despercebida, Demna Gvasalia segue a premissa de que não há publicidade ruim, se existe publicidade.

Etro

Na quarta-feira, dia 25 de maio, Marco de Vicenzo foi anunciado o mais novo diretor criativo da Etro.

O estilista assume no dia primeiro de junho a supervisão dos designs de moda feminino e masculino da marca, bem como os acessórios. Ele substitui Kean e Veronica Etro, que trabalharam nesse posto desde 1990 e 2000, respectivamente. Ambos continuarão envolvidos na marca, ao lado do irmão Jacopo. Os três são os filhos de Gerolamo, ou Gimmo Etro, o fundador da casa.

A mudança na direção segue um reposicionamento da grife de 58 anos, que foi vendida pela família Etro em julho do ano passado para a L Catterton, que detém Birkenstock, Ganni, entre outras casas de vários segmentos. Na época, a empresa foi avaliada em 500 milhões de euros e a L Catterton garantiu parte majoritária.

De Vicenzo, como o nome não deixa esconder, é um designer italiano que começou a sua carreira na Fendi, em 2000. E, olha só! Ele vai seguir trabalhando na marca conterrânea, como designer-chefe em artigos de couro.

Em 2009, o designer também lançou uma marca própria homônima e, com ela, em 2014, recebeu investimentos da LVMH. Em abril do ano passado o designer comprou a marca de volta e também promete seguir com a empreitada própria, além da direção da Etro e o trabalho na Fendi. Haja fôlego.

O estilista é conhecido principalmente pelo seu apego ao material e como ele conduz o seu trabalho com base no tecido. Espera-se que ele expanda o beabá paisley e vintage da marca, mas principalmente crie acessórios que virem hit de venda e afaste a poeira em cima da casa italiana.

Fabrizio Cardinali, ex-executivo da Dolce & Gabbana e recém CEO da Etro, afirmou sobre a contratação: “Através de sua sensibilidade para cores, estampas e tecidos, temos certeza que Marco será capaz de traduzir o melhor da herança extraordinária da Etro em novas interpretações para diferentes coleções, além de dar novo impulso para o mundo dos acessórios.”

A primeira coleção de De Vicenzo estreará nas passarelas da Semana de Moda de Milão, em setembro.

Lojas exclusivas da Chanel

E o período de crise provocado pela pandemia de Covid-19 parece que chegou ao fim – pelo menos para a Chanel.

A maison francesa registrou um lucro de 15,6 bilhões de dólares, o que significa um aumento de 50% nos lucros em 2021 em relação ao ano anterior. Comparando com os dados pré-pandemia, de 2019, o crescimento foi da ordem de 23%.

Uma curiosidade é que a Chanel, ao contrário das outras marcas de luxo, que investem cada vez mais no e-commerce, se mantém firme na decisão de limitar a comercialização de seus produtos na web.

Pela internet, é possível comprar a linha de beleza, perfumes e óculos, mas é isso. Em entrevista ao site The Business of Fashion, o CFO da Chanel, Philippe Blondiaux, reforçou que a marca não vende nem venderá moda ou relógios online.

Ele ressaltou, no entanto, que a empresa tem investido em iniciativas digitais para complementar a experiência dos consumidores, tais como provadores virtuais e acompanhamento de pós-venda.

Mesmo quando se fala em lojas físicas, a Chanel é mais comedida que outras grandes marcas de luxo. São cerca de 250 endereços no mundo inteiro – para ter uma medida de comparação, a Gucci registrava 501 lojas no mundo em dezembro de 2021.

Esse número limitado de lojas frequentemente causa filas nas portas da Chanel. Mas, quanto a isso, a maison já está se organizando para poupar a clientela dessa canseira. Também segundo a reportagem do Business of Fashion, a maison francesa informou que vai contratar cerca de 3500 novos funcionários.

Além disso, a empresa tem planos de criar boutiques superexclusivas, que vão atender apenas seus clientes top, ou seja, aqueles que gastam muuuito dinheiro nas lojas. A previsão é que esses endereços sejam abertos a partir de 2023, começando por locais estratégicos na Ásia.

Loja física da Amazon

E falando em lojas novas, quem abriu sua primeira loja física foi a Amazon. Pois é, a gigante do e-commerce tem agora um endereço em Los Angeles, batizado de Amazon Style, onde vende roupas, calçados e acessórios.

Só que o atendimento é um pouco diferente do convencional. Você escaneia o QR code das roupas que quer provar e seleciona o tamanho e cor. Aí o aplicativo vai avisar que elas já estão disponíveis no provador. Dentro do provador, você também pode continuar comprando pela tela interativa instalada nele.

Calvin Klein, Levi’s, Tommy Hilfiger, Steve Maden e Lacoste são algumas das marcas vendidas pela Amazon Style, que, em breve, deve ter outros endereços pelo mundo.

Gucci Gaming Academy

E a Gucci dá mais um passo para se firmar como a marca mais conectada ao universo dos games entre as grifes de luxo. Esta semana, a empresa anunciou o lançamento da Gucci Gaming Academy, em parceria com a plataforma Faceit e a Organização Mundial da Saúde.

Trata-se de uma academia que vai aprimorar os talentos de jogadores prodígios, selecionados na Faceit Pro League, ou FPL, que é uma liga que reúne players do mundo inteiro.

Nesta primeira turma, foram escolhidos especificamente craques do game Counter-Strike: Global Offensive, ou CS:GO. Os eleitos têm entre 18 e 24 anos e são apenas quatro, todos do Leste Europeu: dois da Polônia, um da Lituânia e um da Letônia.

Os gamers selecionados receberão equipamentos e serão treinados para aprimorarem não só suas habilidades nos jogos, mas também estratégias de branding pessoal. Terão ainda um acompanhamento de saúde mental e vão participar do programa Gucci Changemakers, iniciativa da marca italiana que visa empoderar os jovens por meio da educação.

O período na Gucci Gaming Academy para cada jogador é de 12 meses, a não ser que o participante seja convidado a integrar uma liga profissional nesse período.

Só pra relembrar aqui rapidamente o quanto a Gucci tem investido no mundo dos games, a marca já fez parcerias com jogos como Roblox, The Sims e Animal Crossing, entre outros.

SPFW

E a 53ª edição da São Paulo Fashion Week já tem data, programação pronta e também algumas novidades.

A primeira delas é a que a semana de moda paulistana sairá do Pavilhão das Culturas Brasileiras, no parque Ibirapuera, e tomará dois endereços diferentes entre os dias 31/5 e 4/6.

À tarde, a maioria dos desfiles deve ocorrer no Senac Lapa Faustolo, na zona oeste da capital, e à noite, no novo Komplexo Tempo, no bairro da Mooca.

Ao todo, serão 22 desfiles presenciais e outros 19 digitais exibidos na plataforma do evento.

E haverá três estreias. A baiana Dendezeiro, dos estilistas Hisan Silva e Pedro Batalha, e a goiana Thear, do estilista Theo Alexandre, deixam o line-up da Casa de Criadores e passam a integrar o da SPFW. Além deles, a veterana alagoana Martha Medeiros faz sua primeira apresentação no evento.

Lembrando que a ELLE fará a cobertura completa nas redes sociais e em nosso site, e a gente traz todos os highlights da temporada no próximo episódio do ELLE News. Não deixe de acompanhar.

Pílula de Beauté

E na pílula de beauté dessa semana, o nosso editor de beleza, Pedro Camargo, fala dos reviews polêmicos de maquiagem no Youtube e TikTok. O que que tá pegando, Pedro?

“Oi, gente, tudo bem? Hoje eu queria falar sobre um negócio que me incomoda um pouco nesse mundo de reviews e resenhas de YouTube e Tiktok. Não sei se vocês viram, mas tava rolando o maior bafafá com a base da Jones Road, marca de “no-makeup, makeup” da Bobbi Brown. Várias influenciadoras grandes de maquiagem testaram a base da marca e detestaram o resultado dela na pele. No entanto, na maioria dos casos, elas não usaram o produto como a marca recomenda. Não é uma base profissional de alta cobertura, é um balm pigmentado, sabe? Ou seja, não adianta ficar colocando camada sobre camada ou passando uma quantidade enorme do produto para tentar uma cobertura maior. Essa base simplesmente não é sobre isso. Serve para uniformizar o tom da pele delicadamente, dá um viço, ajuda na hidratação, tem óleo de jojoba, enfim: outros benefícios que não os de uma base de alta-cobertura e, portanto, não pode ser avaliado da mesma forma. Tanto que a própria Bobbi Brown foi até o Tiktok de sua marca e gravou-se mostrando como a What The Foundation deve ser aplicada e quais resultados podemos esperar dela. Adorei ver a Bobbi, que é um ícone, defendendo seu produto das fake news. É sobre isso!

Aliás, ainda falando sobre marcas de “no-makeup, makeup”, nessa semana, a Emily Weiss, fundadora da Glossier, saiu da marca. Ela não é mais CEO da empresa que, de uns anos para cá, tem atravessado uma crise difícil de contornar. Primeiro, alguns escândalos de ordem trabalhista surgiram, depois, na reabertura pós-isolamento, as estratégias da marca (muito focadas nas lojas físicas) ainda não se provaram tão eficazes. A saída da Emily (ex-blogueira também fundadora do Into The Gloss) é mais um sinal de que a glória dessa marca que revolucionou o mercado de beleza quando surgiu talvez tenha ficado para trás. Beijinhos!”

Dica Cultural

E para finalizar o episódio de hoje, nossa editora de cultura, Bruna Bittencourt, manda avisar que os anos 1980 estão com tudo e não é na moda da manga bufante ou do blush cartão. Explica pra gente, Bruna!

“A semana traz duas grandes estreias que resgatam os anos 80. Chegou nessa quinta-feira, 26 de maio, aos cinemas Top Gun: Maverick, sequência do blockbuster de 1986 que colocou Tom Cruise entre os grandes astros da década. O filme é uma das grandes esperanças da indústria cinematográfica para levar o público de volta às salas de cinema, que, com algumas exceções, não têm sido ocupadas como no período anterior à pandemia. O novo longa traz do original os personagens de Tom Cruise e Val Kilmer, experientes pilotos de caça da marinha americana. Eles ganham a companhia de Jon Hamm – ele mesmo, o Don Draper, de Mad Man –, e Jennifer Connelly, par romântico do protagonista, já que Kelly McGillis, a namorada do personagem de Cruise no original, que hoje tem 64 anos, não foi chamada para a sequência. Bom, tem matéria sobre o filme no site da ELLE, clica lá.

Das salas de cinema para o streaming, chega nesta sexta-feira, 27 de maio, à Netflix a primeira leva de episódios da quarta e novíssima temporada de Stranger Things. A série se tornou um dos maiores sucessos da plataforma com uma trama ambientada nos anos 80. A turma de jovens protagonistas, claro, cresceu, depois de um hiato de três anos desde a penúltima temporada. Nos novos episódios, Eleven se muda com a família Byers para a Califórnia e tenta se adaptar a outra escola, já que o xerife Hopper foi dado como morto no fim da penúltima temporada, mas reaparece numa prisão na então União Soviética. Para terminar, a gente fica com uma faixa que é trilha da série, “Should I stay or should I go”, do Clash.”


Should I Stay or Should I Go (Remastered)

www.youtube.com

Este episódio usou trechos de Um Cogumelo Tocando Sintetizador, por Mycoloco, do desfile da Balenciaga de verão 2023; e das músicas Black Leather, de Sex Pistols; Quando, quando, quando, de Tony Renis; Milord, de Edith Piaf e Don’t Wanna Lose, paródia de Don’t Wanna Know, do Maroon 5 para o jogo Counter Strike

E nós ficamos por aqui. Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro.

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Agora, bora sextar. Até semana que vem!

Episódio veiculado em 27 de maio de 2022.

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