Semana de Moda de Paris (Inverno 2022)

No episódio #81 do podcast ELLE News, contamos os destaques da Paris Fashion Week e ainda: mais repercussões da guerra da Ucrânia, as parcerias entre Gap e Dapper Dan, Olivier Rousteing e Jean Paul Gaultier e muito mais


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No episódio do ELLE News passado a gente até chegou a aterrissar em solo francês, mas rolou ainda muita Semana de Moda de Paris até aqui, para a gente comentar no nosso podcast. A temporada internacional encerrou oficialmente nesta última terça-feira, dia 8, e a gente traz todos os highlights pra cá.

E não tem como começar de outra maneira. A Balenciaga desfilou no último domingo, dia 06.03, e deixou muita gente de boca aberta, dando pano para mangas e debates ao longo de toda a semana.

Tendo em vista a guerra entre Ucrânia e Rússia, sobre a qual a gente já contextualizou você no último episódio, o estilista da Balenciaga, Demna Gvsalia, decidiu mudar o tom do seu desfile.

Como o nosso editor de moda Luigi Torre disse em uma de suas críticas no site da ELLE Brasil, é praticamente impossível que as coleções apresentadas agora, nesta temporada, tenham sido pensadas levando em consideração a guerra que se desenrola. Mas isso não quer dizer que alguns detalhes não tenham sido adicionados para alterar a mensagem comunicada.

Nas cadeiras dos convidados do desfile da Balenciaga, por exemplo, havia camisetas com as cores da bandeira da Ucrânia. Os dois últimos looks, juntos, também seguiam as mesmas duas cores, amarelo e azul claro.

Em uma carta pré-desfile, o estilista falou da dor de ser um refugiado e de como essa guerra traz gatilhos e lembranças de quando ele teve que fugir da Geórgia, o seu país natal, durante a Guerra da Abecásia, em 1993, quando ele tinha 10 anos. Me tornei um refugiado para sempre, escreveu Demna.

Uma das primeiras cidades onde Demna e sua família moraram foi Odessa, na Ucrânia. E isso faz com que o estilista tenha certo lugar de fala sobre o que está acontecendo.

E antes da primeira modelo entrar na passarela, a sala foi invadida pela voz do próprio Demna lendo também um poema escrito por Oleksander Oles, poeta e símbolo da resistência cultural da Ucrânia, que foi morto por nazistas em 1994.

Bem, como você escutou, o estilista recitou tudo em ucraniano e não compartilhou uma tradução do que foi dito com os convidados. Segundo ele, a ideia é a de que quem entendeu foi quem realmente precisava ouvir, ou seja, os ucranianos.

E então aconteceu o desfile. E que desfile! Em uma sala circular, fechada com paredes de vidro, neve, ventos e raios falsos foram reproduzidos de forma que os modelos tinham até dificuldade de caminhar.

Na coleção, as roupas têm aqueles Balenciaguismos que a gente já conhece do trabalho do estilista: macacões justos, jaquetas enormes, silhuetas lânguidas, golas altas e botas leggings. Mas a essas assinaturas foram adicionadas também bolsas que pareciam sacos de lixo, um macacão colado, feito daquela fita amarela usada para demarcar áreas pela polícia – e vale dizer que Kim Kardashian, uma das convidadas, usou esse modelo na primeira fila –. Havia também barras desgastadas, bolsas em formato de botas costuradas e carregadas embaixo do braço e até um cobertor enrolado nos ombros, usado apenas com uma cueca boxer, como quem se apressou muito para sair de casa.

Fato é que, antes, esse desfile fazia uma dupla com o de inverno 2020, que aconteceu logo antes da pandemia e falou de crise climática, enquanto as modelos andavam sobre uma passarela alagada por óleo. Neste, Demna queria debater sobre como, daqui alguns anos, a neve pode existir só em uma realidade virtual, reservada apenas para quem pode pagar por ela.

Houve então quem achou o desfile genial e quem criticou a marca por se aproveitar de um momento delicado para vender roupas e, de alguma maneira, glamourizar a guerra. E não há como dizer o que é certo e o que é errado. De toda forma a apresentação foi, sem dúvida, marcante.

Bem, depois dessa introdução sobre o desfile mais comentado da temporada, a gente fala da Loewe que, talvez, alcançou o posto de o segundo que mais chamou a atenção.

Desde a temporada passada, Jonathan Anderson, que é diretor criativo da marca, vem experimentando distorções na silhueta e brincando com volumes. Nesse inverno 2022, porém, essas formas são mais óbvias, como a silhueta de um carro de brinquedo na barra de um vestido tubinho e sapatos presos dentro de vestidos também bastante justos.

Outros bons exemplos são os slip dresses com volumes abaulados embaixo do quadril, as botas com tecido sobrando no calcanhar, as sandálias com laços enormes no tornozelo, bexigas rígidas, que foram presas entre tecidos e também fizeram as vezes de salto, e as calças fusô com formas geométricas nos joelhos – os millennials brasileiros podem até comparar com a roupa do Etevaldo, do Castelo Rá-Tim-Bum.

Outro detalhe impressionante foram as blusas e vestidos que, em fotos, pareciam molinhos, seguindo o movimento do andar das modelos, mas, em vídeo e na vida real, se mostravam completamente rígidos. Essas peças foram feitas em impressoras 3D.

Para além da loucurinha que quem adora moda gosta de ver, também rolou muita roupa boa: como a alfaiataria confortável, as regatas transparentes, os casacos com construções impressionantes e os vestidos colados no corpo. É muito interessante ver o que o estilista cria toda temporada e até onde vai a sua imaginação e criatividade.

Já na seara dos desfiles mais comerciais, por assim dizer, tivemos a Saint Laurent, que apresentou paletós de roubar a cena, durante quase todo o desfile. Vale lembrar que a alfaiataria é tendência pesada nessa temporada e as roupas criadas por Anthony Vaccarello para o inverno da Saint Laurent só engrossaram esse coro.

Em 2022, comemora-se o aniversário de 60 anos do primeiro desfile de Yves Saint Laurent, o próprio, com a marca que leva o seu nome. Então, para comemorar, a Fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent preparou seis exposições em alguns museus parisienses.

Por isso, quem esperava uma coleção-homenagem se surpreendeu. O estilista que comanda a casa agora preferiu focar na atitude e nos valores da maison em saias lânguidas e esguias, vestidos drapeados, leggings e até uma versão atualizada do Le Smoking, lançado por Yves em 1966.

Na Saint Laurent também foi possível ver mais uma das tendências bem presentes deste inverno: o ruching, ou franzido, que aparece em detalhes de vestidos-coluna, na lateral de saias e nos ombros, criando uma textura bastante interessante, um ponto-focal na silhueta.

Essa mesma técnica de franzido apareceu também no desfile de Isabel Marant, em vestidos justos e no decote de alguns looks. Nessa temporada, a estilista deixou um pouco de lado as estampas que ela costuma fazer para focar em texturas, com pelúcia, paetê, bordados, couro e até um jeans bem desgastado.

As modelagens também ficaram mais amplas. O toque boho chic que Marant tanto ajudou a popularizar aparece em vestidinhos ajustados no quadril com botas acima do joelho.

Outra tendência importante dessa temporada foram os trajes de proteção, que servem quase como um escudo. Rolou na Dior, por exemplo, com coletes estruturados, corsets e roupas tecnológicas criadas por Maria Grazia Chiuri. A ideia é que esses looks se tornem os mais funcionais possíveis para as mulheres. As peças foram feitas em parceria com a marca de acessórios para moto D-Air Lab, resultando em itens com aquecimento interno e estruturas infláveis que alteram a silhueta.

Quem também percorreu esse caminho foi a Balmain, trazendo a ideia de proteção e segurança em roupas utilitárias, militares e com aparência de armadura futurista. O estilista Olivier Rousteing, diretor criativo da marca, já trabalha com esses elementos há alguns anos, é verdade, mas nas últimas temporadas estava mais rendido à alfaiataria e ao streetwear. Ou seja, nesse desfile, ele retoma a pesquisa com estruturas acolchoadas, matelassê e silhuetas corsetadas confirmando mais uma trend da temporada.

Nossa editora de moda Suyane Ynaya, que acompanhou os desfiles in locu, lá de Paris, fala um pouco mais dessa apresentação:

“Era muito nítido que nas peças parecia que as pessoas estavam indo pra uma guerra. Parecia que as pessoas estavam blindadas. Eram tecidos e estruturas que lembravam uma armadura. E foi muito curioso. Mas é sempre uma apresentação que parece um grande espetáculo, muito bonito.”

A apresentação da Balmain, como sempre, foi aquela festa de celebridades, né? Até o Neymar deu pinta por lá e sentou do ladinho da Adriana Lima. Mas Suyane lembrou como esse bapho todo na porta do desfile também é uma forma de fazer um público maior conseguir participar desse momento de alguma maneira:

“E como a Balmain consegue trazer o público de fora, que não tem acesso aos desfiles, sempre dentro dessa construção. As pessoas estão ali, são sempre muitas pessoas pra ver quem são as pessoas que vão adentrar no desfile. Isso também é trazer um pouco do seu público para o que você está construindo, mesmo que o seu público consiga ver somente depois que tudo acontecer. Mas o grito, a felicidade que as pessoas estavam lá fora, sabe? De ver as suas celebridades falando com você, brincando com você, tocando em você, participando da sua felicidade. E eu acho que essa leveza que a Balmain traz pro público de fora também é muito legal e foi o que aconteceu, não foi diferente. Então, mais uma vez, foi um dos desfiles que eu mais gostei de assistir também.”

Já na Louis Vuitton de Nicolas Ghesquière, o convite é para se desapegar de regras na hora de se vestir. O estilista afirmou à imprensa que se inspirou no “jovem adulto” ao criar essa coleção, sem uma época definida no moodboard de referências.

Segundo ele, nessa fase da vida, com o primeiro emprego – e o primeiro salário – nós podemos finalmente escolher o que queremos vestir e como vamos combinar as nossas peças. Por isso, em sua coleção há uniões absurdas de camisas de rugby usadas com vestidos longos de festa. E, como nas mãos de Ghesquière tudo vira desejável, funciona incrivelmente bem. Nesse desfile, ele não sugere que façamos um ctrl c, ctrl v das criações, mas que deixemos a mente livre para criar looks para além do óbvio ou do padrão. Essa é a beleza de sua coleção.

Individualidade também foi tema no desfile da Valentino. Criado majoritariamente em cima de um tom de rosa exclusivo, desenvolvido por Pierpaolo Piccioli com a Pantone, o estilista afirmou que, quando tiramos a profusão de cores da equação, fica mais fácil ver a individualidade de cada um. E não só. Ao criar peças somente em dois tons, já que havia roupas pretas também, ficou mais evidente a grandiosidade de sua modelagem.

Teve bordado 3D, paetês brilhantes, uma alfaiataria superprecisa, rendas recortadas, decotes em ondas, babados em golas e mangas, transparências, peças envernizadas e brocados. Ufa! No mundo cor-de-rosa do estilista, tem pra todo mundo.

E, assim, a gente chega no último dia da Semana de Moda de Paris, que começou com a apresentação da Chanel. Nesse desfile, Virginie Viard decidiu prestar uma homenagem ao tweed, o tecido que era usado apenas por homens até que, em 1954, Coco Chanel o trouxe para o universo feminino.

Para esse inverno 2022, a designer, diretora criativa da casa, trouxe também uma boa e bem-vinda injeção jovem ao tecido, já que o tweed é geralmente associado a terninhos clássicos e uma imagem mais senhoril – pense em vestidos de alcinha usados com uma infinidade de colares, minissaias com cropped, casacos bordados combinados a shortinhos jeans, meias ⅞, suéteres amplos com um cinto que marca a cintura e cardigans com um styling mais moderninho. O tweed apareceu até nas roupas para festa, em longos decotados e em um vestido midi tomara-que-caia.

E, ah! A marca também apresentou a sua versão da bota mais importante da estação, aquela acima do joelho. Na Chanel, ela é do tipo galocha emborrachada!

Fechando a temporada de inverno 2022, o desfile da Miu Miu. Você provavelmente já viu o conjuntinho de microssaia e top cropped do verão 2022 em capas de revistas e fotos do Instagram, certo?

Fora do desfile, ele já vestiu vários tipos de corpos: homens, mulheres mais velhas, silhuetas das mais curvilíneas até as mais esguias. Para o inverno 2022, Miuccia Prada continuou apostando nessa cintura baixa e na barriga de fora, agora com um toque mais esportivo e inspirado em um dia no clube com a família.

Os croppeds viraram camisetinhas pólo com listras contrastantes e até algumas transparências. Algumas saias continuaram curtíssimas e outras ficaram mais longas, pregueadas, usadas com uma calcinha de cetim aparecendo.

A cintura continuou baixíssima, com cintos na altura do quadril e a versão da Miuccia do shorts-cinto do começo dos anos 2000. Dentre as novidades, a Miu Miu também apresentou novamente sua linha masculina, que foi relançada após 14 anos fora das passarelas.

Mas, apesar do impacto das roupas, uma crítica importante não foi revista: a Miu Miu não incluiu corpos não-magros. Nesse inverno, mais uma vez, desfilaram apenas modelos extremamente magras e de barriga negativa.

Apesar da barriga ser menos exposta nessa coleção, ela ainda aparece. Miuccia perdeu a oportunidade, mais uma vez, de mostrar como esses comprimentos que vêm explorando nas últimas duas coleções também funcionam em corpos diferentes daqueles que a gente está acostumado a ver na passarela. E, poxa! Bastava só uma olhadinha no Instagram, né?

Estilista russo, Valentin Yudashkin, tem desfile cancelado na Semana de Moda de Paris

Na semana passada a gente fez todo um episódio explicando como a indústria da moda tem reagido à guerra na Ucrânia, mas nós vamos seguir te atualizando sobre como o nosso setor tem se envolvido nesse conflito no Leste Europeu.

Na Semana de Moda, como a gente acabou de comentar, a marca que fez uma declaração mais explícita foi a Balenciaga, com direito a Demna Gvasalia se solidarizando com os ucranianos.

No desfile da Givenchy, uma nota em cada assento também foi deixada no assento dos convidados avisando que uma doação foi feita para a Cruz Vermelha Ucraniana. A nota também continha um QR Code sugerindo que os convidados fizessem o mesmo. Na Stella McCartney, o comunicado era o de que a marca também se solidarizava com as pessoas afetadas pela guerra na Ucrânia e que a grife também havia doado para o Apoio Emergencial de Crise aos ucranianos.

Mas as baixas, boicotes e sanções envolvendo a Rússia não pararam e também rolou durante a Paris Fashion Week. Valentin Yudashkin, um designer russo respeitado que faz parte do calendário de moda francês e que tinha uma apresentação marcada para o dia 8 de março, teve o seu desfile cancelado.

Em entrevista ao site WWD, o presidente da Federação de Alta-Costura e da Moda, Ralph Toledano, disse que a entidade não tem nada contra o povo russo, mas não vai apoiar ou aceitar no calendário aqueles que apoiam o presidente Putin. Disse ainda que sua equipe fez uma pesquisa aprofundada para entender se Yudashkin havia se distanciado da esfera russa e qual era a sua posição. “Ficou claro que se trata de um filiado ao regime. Como tal, consideramos que ele não tem lugar no calendário”, afirmou Toledano.

Ao site The Business of Fashion, no entanto, Yudashkin afirmou que o próprio Ralph Toledano disse a ele que estava sendo forçado a excluí-lo do calendário, devido à pressão e a um grande número de comentários negativos envolvendo a sua apresentação.

O desfile de Yudashkin foi apresentado virtualmente em suas redes sociais próprias, mas não nas da Paris Fashion Week. O estilista de 58 anos é um convidado da Federação de Alta-Costura e da Moda desde 2016 para se apresentar em Paris. De acordo com o site da organização, ele ainda mantém esse título.

Vale dizer que Yudashkin, que ganhou destaque na década de 1980 vestindo a então primeira-dama Raisa Gorbachev, também é o responsável pelos novos uniformes do exército russo.

Já entre as movimentações das grandes empresas em relação ao conflito, a espanhola Inditex, que detém marcas como Zara, deixou a Rússia nesta última semana. No mesmo sentido, Levi Strauss & Company, a Levi’s, bem como a Adidas disseram que vão parar suas vendas no país russo. Já a japonesa Uniqlo, por sua vez, contrariou a todos, e anunciou que vai manter todas as suas 50 lojas abertas na Rússia.

Gap lança parceria com Dapper Dan, pai do streetwear

E tem mais uma collab fresquinha para fazer o coração de quem curte streetwear bater mais forte.

A Gap acaba de lançar uma parceria com Dapper Dan, aquele que é conhecido como o verdadeiro pai do streetwear.

Dapper Dan faz parte da campanha da Gap de verão 2022, em que a marca estadunidense celebra a individualidade e a liberdade de ser quem se é.

Mas é o moletom com a palavra Dap, no lugar de Gap, quem rouba a cena da coleção. E, de fato, essa é a tal da peça-fruto da colaboração e que ficou disponível para a venda ontem, dia 10 de março.

Daniel Day, mais conhecido como Dapper Dan, começou a sua carreira como um alfaiate no Harlem, durante os anos 1980 e 1990. Ele acabou se tornando um dos expoentes da moda streetwear, absorvendo toda a efervescência cultural da região em que morava e trabalhava, ou seja, colocando o Hip Hop e o estilo dos gângsters em seus produtos. Tamanha originalidade foi inclusive bastante copiada pelas principais casas de luxo, algo que só foi revisto poucos anos atrás.

Ou seja. Um baita de um nome da moda para se carregar com orgulho no peito.

Olivier Rousteing será o novo estilista convidado para desenhar alta-costura da Jean Paul Gaultier

Olivier Rousteing, diretor criativo da Balmain, será o novo designer convidado a desenhar a coleção de alta-costura da marca Jean Paul Gaultier.

Lembrando que, desde que Jean Paul Gaultier, o próprio, se aposentou em 2020, Chitose Abe, da Sacai, e Glenn Martens, da Y/Project foram os estilistas convidados a participarem desse projeto que é o de desenhar uma coleção de alta-costura para a marca Jean Paul-Gaultier que segue com tudo.

De acordo com Rousteing, essa é a sua chance de homenagear um estilista que foi inovador na moda, um defensor pioneiro da inclusão LGBT nessa indústria, além de o responsável por chamar a atenção para muitas subculturas.

“O que eu amo em sua estética é todo o trabalho incrível de alfaiataria, os cortes, o artesanato, o savoir-faire, além do glamour e sensualidade que ele soube como ninguém levar a passarela”, disse Rousteing.

Por fim, ao agradecer o convite, o designer de 36 anos, que era apenas uma criança quando Gaultier assinava looks icônicos para Madonna, afirmou que o estilista ajudou ele e muitas outras pessoas de sua geração a se sentirem livres para ser quem são.

Bem, ficou claro que se trata de um fã, não é mesmo. A gente fica aqui ansioso para ver como essa homenagem vai se desenrolar na passarela.

O resultado desta colaboração que, na verdade, é mais uma interpretação de Rousteing sobre a marca e o couturier, será apresentado no mês de julho, durante a segunda semana de alta-costura de 2022.

Iguatemi S.A. compra parte da Etiqueta Única, maior e-commerce de second hand de luxo do país

E o caso de amor entre o mercado de luxo e o mercado de second hand continua de vento em popa. Volta e meia a gente traz por aqui uma nova iniciativa unindo essas duas pontas e, dessa vez, a novidade é aqui no Brasil.

Na semana passada, a Iguatemi S.A., empresa que controla os shoppings Iguatemi e JK, entre outros, anunciou a compra de uma parte da Etiqueta Única, o maior e-commerce de artigos second hand de luxo do país.

Lançada em 2013, a Etiqueta Única concentra mais de 600 grifes nacionais e internacionais no seu portifólio e apresenta um crescimento médio de 40% ao ano.

Um dos motivos do sucesso da plataforma é o seu modelo de negócio full service, ou seja, ela faz tudo: coleta as peças das pessoas que querem repassar seus lookinhos, confere a autenticidade dos produtos, faz a higienização, põe o preço, cadastra os artigos, vende, entrega e ainda acompanha o pós-venda.

O namoro entre a Iguatemi S.A. e a Etiqueta Única já vem desde o ano passado. Em maio de 2021, as duas empresas lançaram em parceria um programa de estímulo à economia circular. Quem vende itens usados pela Etiqueta Única pode reverter os valores em créditos com um adicional de 10% para compras de novos produtos na plataforma online Iguatemi 365.

Nesse novo passo no relacionamento, a Iguatemi adquiriu 23,08% da Etiqueta Única pelo montante de 27 milhões de reais. E, ao que tudo indica, a coisa não vai parar por aí. De acordo com o comunicado feito pela Iguatemi S.A. ao mercado, a transação garante à empresa uma opção de compra para se tornar controladora da operação em três anos.

Missoni volta ao Brasil com loja em São Paulo, no JK Iguatemi

E uma vez que estamos falando do Iguatemi, uma boa notícia para quem adora a marca Missoni. A grife italiana que já teve uma loja no Brasil que foi fechada, abriu mais uma vez suas portas aqui no país, no JK Iguatemi, em São Paulo, nessa semana. A loja conta com a linha feminina e masculina da Missoni, além da moda praia e fica no espaço térreo, bem ao lado da Bottega Veneta e da Bulgari.

Para quem é da compra virtual, a casa também passa a vender online no Iguatemi 365, que é a plataforma de e-commerce do Iguatemi.

E na pílula de beauté desta semana, nosso editor de beleza Pedro Camargo aproveita o final da temporada internacional de moda para destacar as maiores tendências dessa estação. Conta pra gente, Pedro!

“Drama é a palavra-chave para entender as tendências de beleza que vimos despontar nas passarelas desta última temporada de moda. Em contraponto às estações anteriores – em que o minimalismo (representado pelo “make nada”) reinou absoluto –, uma boa dose de cor e energia atravessou os pincéis dos backstages desta vez. Mesmo marcas mais tradicionais como Dior e Chanel saíram do ultraclássico e apresentaram versões mais modernas daquela maquiagem que vimos em suas passarelas nos últimos anos. Os olhos estiveram bastante em foco nessa temporada também. Depois do efeito Julia Fox – conhecida por pintar das pálpebras até as têmporas de preto – esse look pintou o rosto das modelos em diversos desfiles ora mais dramáticos (parecido com o da atriz), ora mais grunge/emo como pede a cartilha “indie sleaze” que vem bombando no Tik Tok. Além do preto, olhos esfumados com diversas cores também despontaram em algumas apresentações. No lugar dos delineados coloridos e geométricos do verão passado, no inverno é o olhão com transição de cores complementares que dá a letra. Fora isso, a boca também chega com drama. Em tons de azul escuro e até preto, elas se dividem entre acabamentos 8 ou 80: ou super glossy e laqueadas, ou super mate e borradinhas. Para fechar, vale a pena ficar atenta aos elementos tridimensionais. Na Simone Rocha tiveram cristais ao redor dos olhos, no Shayne Oliver tivemos flores desabrochando no make, na Givenchy tivemos algo parecido com piercings na testa e na bochecha. Em resumo: é a hora de brincar mais e se abrir para o exagero. Se joga!”

E para finalizar o episódio de hoje, a nossa editora de cultura, Bruna Bittencourt, te atualiza com as novidades do streaming! Isso mesmo. Tudo o que você vai maratona nos próximos dias. Fala pra gente, Bruna!

“Já que ainda é início do mês, a gente aproveita para destacar as estreias do streaming. Entre as minisséries, The Dropout (Star+) narra a queda vertiginosa de Elizabeth Holmes (Amanda Seyfried). Fundadora da Theranos, que prometia revolucionar o mercado de exames de diagnóstico e bilionária mais jovem do mundo, ela perdeu tudo da noite para o dia. Na Netflix, estreou Diários de Andy Warhol (Netflix), minissérie documental com produção-executiva de Ryan Murphy, o atual midas da TV estadunidense, que repassa a vida do artista. No dia 25.03, estreia a nova temporada de Bridgerton, uma das séries mais assistidas da Netflix, além de Pachinko, na Apple TV+. Baseado no best-seller de Min Jin Lee, Pachinko conta a história de três gerações de imigrantes coreanos no Japão do começo do século 20. O elenco conta com Young Yuh-jung, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante por Minari. Outra série que chegou recentemente à Apple TV+ foi Ruptura, que discute o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, com direção de Ben Stiller. Tem entrevista com Patricia Arquette, que protagoniza a série, no site da ELLE. Dá uma olhada lá. Entre os filmes, estreou no Disney+ Amor, sublime amor, refilmagem de Steven Spielberg para o musical West side story (1957) que concorre a sete Oscars, depois de levar prêmios no SAG Awards e no Globo de Ouro. Fora das premiações, Águas profundas, thriller erótico de Adrian Lyne (Proposta indecente e Atração fatal), baseado no romance homônimo de Patricia Highsmith (O talentoso Ripley), chega ao Amazon Prime Video no dia 18.03. O longa traz Ben Affleck e Ana de Armas como um casal em crise e entre provocações mútuas, até que os casos extraconjugais dela passam a desaparecer.”

Este episódio usou trechos das apresentações de inverno 2022 da Balenciaga, da Loewe, da Saint Laurent, da Dior e da Valentino; The Symphony, de Marley Marl; I’ve Seen That Face Before, de Grace Jones; Beg For You, de Charli XCX.

E nós ficamos por aqui. Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro. E a gente sempre te lembra: curte o ELLE News?

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Agora, bora sextar. Até semana que vem!

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