Dissecando: Prada com Raf Simons

Neste Pivô, analisamos em partes o desfile mais aguardado do ano, o verão 2021 da Prada, a primeira coleção assinada pela parceria entre Miuccia Prada e Raf Simons.


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  • Na última quinta-feira, dia 24 de setembro, a Prada apresentou o seu verão 2021, a primeira coleção assinada por Miuccia Prada e Raf Simons, valorizando o encontro e o diálogo;
  • A jornalista Erika Palomino, colunista da ELLE Brasil, analisa o desfile, da escolha de seu formato aos códigos que são encontrados nos looks;
  • Vivian Whiteman, editora especial da ELLE Brasil, fala de como a apresentação sugeriu a importância do diálogo na construção de algo;
  • E ainda: os principais acontecimentos das semanas de moda de Londres e de Milão; as ações da moda em prol da causa eleitoral, nos EUA; além de como o mercado Chinês deve trazer um raro balanço positivo para a indústria este ano.

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Pergunte para qualquer amante de moda, ele vai garantir: é o encontro dos sonhos. Por isso, foi o desfile mais aguardado do ano. Do que estamos falando? Sim, do verão 2021 da Prada, a primeira coleção assinada pela parceria criativa entre Miuccia Prada e Raf Simons.

Neste Pivô, nós dissecamos a apresentação que rolou em Milão, na última quinta-feira, no dia 24. E para a análise deste momento histórico chamamos ninguém menos do que as jornalistas Érika Palomino e Vivian Whiteman, respectivamente colunista e editora especial da ELLE Brasil. Então aumente o som que o Pivô dessa semana tá mais do que especial!

Sempre houve esse boato, ambos os estilistas se admiram há tempos, mas a confirmação veio mesmo em fevereiro deste ano. Miuccia Prada e Raf Simons anunciaram lá no começo de 2020, em uma coletiva de imprensa, que enfim trabalhariam juntos, abre aspas, “em uma parceria com responsabilidades iguais, tanto nas contribuições criativas, quanto nas tomadas de decisões”, fecha aspas. O que ninguém previa ali, no entanto, era como o novo coronavírus afetaria o curso dessa história. O primeiro dia de trabalho de Raf Simons na nova casa foi adiado, assim como o intercâmbio entre ambos os estilistas precisou funcionar em regras pandêmicas. Mas o resultado de tudo isso apareceu nesta última quinta-feira, no dia 24, durante a semana de moda de Milão.

Ok, resultado talvez não seja a palavra ideal. O que se viu foi muito mais uma valorização do encontro, do processo. E explicamos. Provavelmente Raf Simons não encontrou a liberdade criativa irrestrita ou bastante maleável que ele tem em sua marca homônima há pelo menos 25 anos, ou que ele encontrou quando virou diretor criativo da Jil Sander, em 2005. Certamente, também, Raf Simons não precisou lidar com uma silhueta tão marcada, um histórico de ideal de feminilidade tão reconhecível, como quando virou diretor criativo da Dior, em 2012. Tampouco Raf Simons precisou reinventar a criatividade em uma companhia tão comercial e complexa quanto a Calvin Klein, como em 2016, quando assumiu a norte-americana. O que rolou foi uma experiência inédita, tanto para o estilista quanto para a moda em geral: Raf Simons assumiu a direção criativa de uma casa em que a antecessora e dona de sua grandiosidade ainda faz parte. Foi isso o que rolou na Prada.

Logo, faz muito sentido que a coleção tenha sido bastante racional, a compreensão do início de um processo que dá start agora, e que é feito sobretudo com o reconhecimento dos códigos que farão parte deste novo capítulo da enciclopédia Prada. É o começo. E para a gente compreender melhor essa coleção, além desse caminho que se inicia, comentaremos o desfile em três partes: apresentação, coleção e conversa!

A apresentação foi um show híbrido, veiculado online, mas no formato tradicional com as modelos desfilando. Uma sala coberta por carpete e cortinas amarelas foi composta por gruas no teto, enfeitando e fazendo funcionar câmeras de vídeo, que ficavam ao lado de televisores.

Em cada tela, o nome da modelo aparecia conforme a new face desfilava. Sim, porque absolutamente todas as meninas estrearam na passarela durante esta apresentação. Elas encaravam em alguns momentos a câmera diretamente, algo que fizemos a exaustão nessa quarentena e inclusive ao longo desse próprio desfile: contemplamos com os olhos virados para máquinas.

E quem explica um pouco mais da apresentação é Erika Palomino, jornalista e colunista da ELLE Brasil:

“Esse primeiro desfile da Prada, com o Raf Simons, é importante não só por marcar a estreia dessa dupla, mas também por ser um momento em que durante a pandemia a gente, o mundo e as pessoas interessadas na moda parou pra ver alguma coisa e algo que de fato emocionou e fez a diferença. E emocionou mesmo que as milhares de centenas de pessoas estavam vendo por telas. As telas do computador, ou do celular, ou do tablet. E ainda assim é de uma força, uma potência, uma intensidade, que sai do Black Mirror. E é um desfile ou uma apresentação digital que ainda assim coloca o foco na roupa. Pode parecer irônico falar que é importante a roupa, porque claro que ela é importante, mas diante do grande espetáculo que se criou com as pessoas assistindo aos desfiles com os celulares, apontando-os de forma mecânica para as roupas sem parecer que estava vendo. Esse desfile coloca a nossa atenção completa na roupa, nos detalhes, no brinco, nos saltos, nas cores, nas texturas, nas proporções, de uma forma que aguça o nosso olhar.”

E então a gente tem a coleção em si. Chamada de Diálogos, os 40 looks tiveram a simplicidade como uma maneira de fazer com que essas vozes distintas formulassem uma conversa em comum. De acordo com Raf, rolou uma busca por uma ideia de uniforme. Não aquele de soldado, mas o que cria um tipo de identidade, como Erika explica:

“Tem a ideia também do uniforme, que fala desse básico nosso, a base da nossa personalidade, da nossa individualidade e a mim me interessa muito quando eu vejo a moda como essas camadas de personalidade, de criação de subjetividade, de produção da nossa forma de expressão diante do mundo. E esses uniformes não passam pelo militarismo mas, sim, por peças que você combina, como as camisas fechadas, o desdobramento da ideia de feminilidade que a Miuccia Prada faz tão bem e com tanta ironia. A cintura marcada, a saia com bastante tecido, as kitten heels. As bolsas tão femininas, mais pro ladylike, mas numa oposição do que é frágil, com vulnerabilidade, força e proteção. E faz, portanto, com que a gente fique atento a questão dos códigos, que pra mim é o que pega mais forte. Os códigos da Prada que todo fã entende fica ali tentando encontrar os motivos de porque eles fizeram aquilo, porque ela desfilou na pressa no conceito, o lado intelectual de cada desfile, apresentação, procurando sentido em tudo. O Raf Simons, como também ele é fã da Prada, entrou, mergulhou nesses símbolos da história da marca, desde os anos 90, quando a marca apareceu, e fez isso com essa expertise dele, com esse talento dele, com essa coisa extraordinária que é a criatividade dele. É delicioso de assistir e pra quem gosta de moda é um êxtase.”

E, de fato, como a Erika disse, foi uma coletânea de referências. A mulher intelectualizada, trabalhada há anos por Miuccia está ali: as chamadas estampas feias, de visual retrô, meio papel de parede, que remontam à temporada de 1996. A saia rodada, a blusa grossa de lã enfiada no cós, o salto de gatinha com bico fino, estranhamente elegante. Fora isso, o uso da tag triangular de metal, que pontua acessórios de couro da casa por décadas. O náilon preto usado para efeito de luxo e que desta vez é reciclado, em uma das iniciativas sustentáveis da marca, agora com o tecido que é chamado de renáilon.

Já de Raf veio a trilha sonora assinada por Richie Hawtin, também conhecido como Plastic Man. Aparecem também os seus característicos silks localizados, com cara de anotações, repetições gráficas, feitos em parceria com o artista visual, conterrâneo de Raf, amigo de longa data, Peter de Potter. As blusas com buracos, que ficam entre o recorte e o rasgo, são usadas em sobreposição e são experimentos que já deram as caras na Calvin Klein. Os momentinhos esportivos e reflexos da temporada do estilista belga na marca norte-americana também estão na escolha da paleta em alguns momentos mais vibrantes e no acabamento emborrachado da sola, na língua de sneaker que coloca nos kitten heels.

O sobretudo, o casaco, é a intersecção dos dois, inclusive na maneira como ele é segurado, fechado pela mão, como quem segura enquanto corre para não abrir, não cair no chão. Inclusive, alguns não tinham ombros, podiam despencar se fossem soltos. Para o crítico de moda Tim Blanks, “para além de uma referência ao gesto que ambos usaram em suas carreiras, o efeito também pareceu uma sugestão de manter as coisas juntas em um momento em que tudo periga desabar.” Este gesto está em vários desfiles de ambos, mas a imagem ficou bastante marcada principalmente pela última coleção de Raf para a Jil Sander, em 2012.

De toda maneira, o que Tim Blanks também avalia é como ainda aquilo que se identifica como algo de Raf Simons muito provavelmente não teria existido se não fossem as criações de Prada. Não há jovem designer que não tenha sido influenciado pela maneira racional, intelectualizada, de enxergar a mulher que Prada propôs com sua grife. Por fim, entre aqueles que amaram ou não gostaram, fica a avaliação da crítica de moda Cathy Horyn, para o The Cut: “há tempos uma passarela não mexia tanto assim com a imaginação coletiva”.

“Se você pudesse fazer uma pergunta para Miuccia Prada e Raf Simons sobre o primeiro show deles, qual seria?”. A entrevista dos sonhos para qualquer jornalista de moda se tornou possível para qualquer um que acessasse o site da Prada desde o dia 21 de setembro.

E isso foi o que marcou a terceira e última parte da coleção: uma conversa entre os dois estilistas, enquanto eles respondiam perguntas enviadas pelo público, como a que você acabou de ouvir no áudio anterior, indagando Miuccia sobre a sua relação com o novo. A estratégia democrática de explicar não só a coleção como também esse encontro poderoso, ecoou ainda mais o conceito de diálogo que a dupla sugere. E quem comenta melhor isso é Vivian Whiteman, editora especial da ELLE Brasil

“Acho que o desfile foi muito interessante, porque ele é uma forma de você superar expectativas ao frustrar expectativas, ao contestar expectativas. Não se encaixar naquilo que talvez as pessoas estivessem imaginando, porque, de alguma maneira, acho que essa imaginação ainda estava muito presa a um e a outro, né? Quem gosta de Prada, quem gosta de Raf, e pouco, talvez, focada no que seria um diálogo e como é difícil construir uma coisa que seja fruto de um diálogo. E eles são tão inteligentes, foram tão brilhantes nessa questão, que eles escolheram mostrar esse momento: o momento da dificuldade em que você está sendo observado por todos os lados, em que você precisa criar uma coisa que não é nem Prada e nem Raf, não é nem uma pessoa nem a outra, mas sim um encontro. Então, assim, como é difícil o encontro debaixo de tantos olhos, como é difícil o encontro de duas identidades fortes, mas que ele é possível e ele começa um pouco até como sobreposição, um pouco como justaposição, que foi o que eles fizeram de alguma maneira, mas também com os pontos de intersecção, quer dizer, onde eu converso com você e eu falo diferente de você, eu penso diferente de você, mas nessa diferença existe um ponto de encontro, na diferença, não na semelhança. Acho que é um retorno a esse lugar de pensamento dentro da moda, que eu acho que é um lugar muito importante não pra moda, não é porque é importante pra moda que eles fizeram, eu acho que eles fizeram porque é uma questão que se coloca como sociedade, né? Onde que a gente vai encontrar um ponto de encontro nas diferenças que seja possível, a partir dele, criar uma coisa que não seja esse horror que a gente tá vivendo hoje.”

E agora a gente dá um giro pelos principais destaques das últimas duas semanas de moda, a de Londres e de Milão. Ao longo de 6 dias, a London Fashion Week, uma das semanas mais vanguardistas do calendário, mostrou a sua capacidade de sensibilizar com diferentes alternativas, em um momento delicado.

Dentre os mais jovens, os olhos ficaram atentos para Michael Halpern, da Halpern, que aproveitou que sua roupa é coloridona, tem clima Disco, e levanta qualquer um, para convidar oito mulheres da linha de frente do combate à pandemia a vestir sua nova coleção. A ideia era a que elas pudessem se divertir, depois de meses tão difíceis. O oitentismo caricato do estilista que é, no mínimo, gostoso de ver, faz o tipo de quem não se leva muito a sério. As imagens, então, renderam bons likes, coraçõezinhos nos comentários, para aquilo que parece realmente ter sido pensado com o coração.

Já entre os veteranos, o destaque ficou com Christopher Kane, na coleção que o estilista chamou de colaboração com ele mesmo. Ao longo do lockdown, Kane, que é um dos mestres em utilizar materiais inusitados nas roupas, pegou cola e glitter pra fazer arte em seu quintal. O prazer, que era pra ser um hobby, virou uma série com centenas de experimentações, de retratos a paisagens, e que, agora, viraram uma coleção. Ou seria uma exposição? Bem, na loja de Christopher Kane, na Mount Street, ele organizou algumas das pinturas em cavaletes, mas também apresentou roupas que foram feitas com tecidos que tiveram essas artes impressas digitalmente. O designer conta que ainda não sabe ao certo se colocará a coleção à venda, mas que todo o processo o ajudou e muito na manutenção de sua saúde mental durante esse tempo.

Já Milão, como a gente antecipou no Pivô, teve como destaque o maior número de apresentações físicas. Algo que parte da crítica tem dado o apelido azedo de a semana do “novo normal”, por não ter experimentado tanto assim outras soluções de apresentações, mesmo que os casos de Covid-19 tenham aumentado novamente em alguns países da Europa.

Mas além de Prada, o grande momento da semana foi feito pela Fendi, a marca que fez um desfile presencial na última quarta-feira, dia 23, atendendo as normas de segurança — o que significam, no geral, uma separação maior entre os presentes. A marca mandou pacotes de massa e receita de pesto de limão da avó da estilista Silvia Venturini Fendi para os convidados. E isso foi um spoiler do tema dessa estação: família. Esta foi a última apresentação solo assinada por Silvia Fendi, uma vez que a próxima já deve contar com a estreia de Kim Jones, o novo estilista contratado da casa. O frescor dessa temporada, no entanto, com o uso de silhuetas inusitadas para a casa fizeram muita gente pensar que o jovem designer já tinha colocado as mãos na coleção. Ainda não, mas aparentemente a marca já vai dando dicas de como deseja se atualizar.

Você encontra mais highlights dessas duas semanas de moda em nosso site! Assim que acabar este episódio, acesse em elle.com.br.

O mercado da moda abraçou de vez a causa eleitoral nos Estados Unidos. E as ações não se limitam a camisetas com frases engajadas. Diversas marcas e grandes varejistas estão tomando medidas concretas pra estimular os norte-americanos a irem às urnas no dia 3 de novembro.

Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório. Nas últimas eleições presidenciais, em 2016, cerca de 138 milhões de cidadãos votaram e, apesar deste ter sido um dos índices mais altos de adesão na história recente do país, ele não chega a representar 60% da população com idade suficiente pra votar. Um dos motivos frequentemente apontados para vitória de Donald Trump sobre Hillary Clinton naquele anos foi o baixo comparecimento de eleitores do Partido Democrata às urnas em algumas regiões.

Na semana passada, a loja de departamentos Saks, na Quinta Avenida, em Nova York, decorou as suas vitrines com a palavra Vote. Mas a ação principal acontece dentro do estabelecimento: até o dia 9 de outubro, a Saks vai manter um balcão de atendimento onde os clientes poderão fazer o seu registro eleitoral, imprimir formulários pra votar a distância, checar o andamento do seu registro e também tirar dúvidas sobre o processo eleitoral.

A Saks lançou ainda um portal na internet, em parceria com a organização Vote, onde é possível realizar todos esses procedimentos online.

Grifes como Bode e Steve Madden também reservaram um pedaço da loja pra registrar os eleitores e, outras, como H&M e COS estão com postos de orientação à população.

Além disso, várias marcas anunciaram que não vão abrir as lojas no dia da eleição pra garantir que os funcionários possam votar. E aqui vale uma explicação rápida: no Brasil, as eleições caem sempre num domingo, né? Pois nos Estados Unidos a eleição é sempre numa terça, mais especificamente, a terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro. Esse calendário vem de uma lei de 1845, quando os Estados Unidos eram uma sociedade majoritariamente rural. Por motivos religiosos, a eleição não poderia ser sábado nem domingo. E, se a eleição fosse marcada pra segunda, muita gente teria que começar a se deslocar ainda no domingo, o que atrapalharia as atividades na igreja. Por isso, decidiram que terça-feira era dia de eleição e assim ficou até hoje, apesar de muita gente reclamar que uma eleição num dia útil acaba desestimulando os eleitores.

Então, pra garantir que seus funcionários não deixem de votar, marcas como Birkenstok, Nordstrom e Patagonia, além de todas as outras que a gente mencionou anteriormente, anunciaram que não vão funcionar no dia 3 de novembro. E mais: a Tory Burch, Gap e Target, entre outras, vão dar um dia de folga remunerado pros funcionários que forem mesários voluntários nessa eleição.

Enquanto o mundo todo aperta os cintos, a boa notícia pro mercado vem da China. De acordo com um levantamento do Boston Consulting Group, a demanda dos chineses por produtos de luxo deve registrar um crescimento de aproximadamente 30% este ano. Na Europa e nos Estados Unidos, por sua vez, as previsões apontam uma retração de 45% nos gastos dos consumidores nesse setor em 2020.

Com as limitações de viagem impostas pela pandemia de Covid-19, os chineses abastados estão matando a vontade de gastar dentro da próprio país. Gigantes do luxo, como os grupos LVMH e Kering registraram crescimento na casa dos dois dígitos no segundo trimestre, no mercado chinês.

Neste semestre, a expectativa é de que o país registre pelo menos mais dois picos de consumo: na Golden Week, agora, no início de outubro, e no dia do Solteiro, em 11 de novembro.

E se você quiser saber mais sobre a China e como os estilistas locais estão mudando o cenário da moda no país, não deixe de ler a reportagem O novo Made in China, no nosso site. O texto é da artista e pesquisadora Caroline Ricca Lee, que é uma especialista no assunto.

E a dica do episódio de hoje vem da nossa produtora executiva Mariana Araújo, também conhecida como aquela que resolve todos os pepinos dos bastidores. A dica da Mari é o documentário Ayahuasca, Expansão da consciência. Fala, Mari!

“No documentário, o diretor nos apresenta o chá Ayahuasca, através de uma jornada de cura pessoal, onde ele se coloca no filme como fio condutor da história, transcendendo com autenticidade o formato de filme documental por um processo de cura documentada. Ele escolhe investigar a sua relação com o pai e segue viagem rumo à floresta amazônica, na aldeia indígena Yawanauá, onde a líder espiritual é uma mulher, Putani, a primeira mulher pajé. Só isso já seria assunto suficiente pra um documentário. Mas ele não para por aí. Ao longo da jornada, ele nos apresenta a história, o processo de feitio da Ayahuasca e nos leva a uma viagem de expansão da consciência, que começa na Floresta Amazônica e vai até o centro urbano. O filme faz um paralelo entre as visões científica e religiosa, filosófica e empírica da utilização do chá no Brasil, mostrando as diferentes formas de se beber o chá, que para uns é chamado de Ayahuasca, para outros, Santo Daime ou medicina da floresta. O documentário nos leva a refletir sobre nossos impasses pessoais, desentendimentos e resistência que sentimos pelos outros. É um grande exemplo de realinhamento pessoal. O filme Ayahuasca, Expansão da consciência, do diretor Fausto Noro, pode ser encontrado no GNT Now e também no YouTube. Ahô!”

E se você, assim como a Mariana Araújo, quiser sugerir, perguntar, conversar com a gente… Enfim, participar do nosso próximo episódio do Pivô, basta entrar em contato por uma das redes sociais da ELLE Brasil ou pelo nosso grupo do Facebook, o ELLE, O Grupo.

    Este episódio usou trechos da música Get up Stand up, de Bob Marley e trechos do vídeo do desfile de verão 2021 da Prada.

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