Lena Dunham e sua nova linha plus size
Lena Dunham, além de atriz, roteirista e diretora é agora também a dona de uma linha de roupas plus size. Neste episódio, a gente fala da colaboração de tamanhos grandes, entre a artista e o e-commerce de luxo 11 Honoré, e dá um giro nas principais notícias de moda e de beleza da semana.
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Lena Dunham é atriz, escritora, roteirista, produtora, diretora… E, agora, também, dona de uma linha de roupas plus size. Na última terça-feira, dia 6 de abril, a artista lançou uma parceria com o e-commerce de luxo 11 Honoré, entrando com tudo na indústria bilionária das roupas de tamanhos grandes.
Neste episódio, a gente fala um pouco mais dessa colaboração e aproveita para dar um giro nas principais notícias da semana: da nomeação de Teddy Santis, na New Balance, à entrada de Kim Kardashian no setor de skincare.
Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro. E você está ouvindo o ELLE NEWS, o podcast com as principais notícias de moda e de beleza da ELLE Brasil.
Lena Dunham ficou famosa principalmente por ter escrito e atuado na série Girls, da HBO. Desde então, ela já ganhou um Globo de Ouro, foi chamada de a voz da sua geração, foi cancelada por ser elitista, e descancelada por ser vulnerável.
Mas uma coisa ninguém pode negar: amada ou odiada, Lena Dunham sempre deu as caras, foi autêntica. E, na moda, inclusive, isso lhe custou muito. Usando o que lhe dava na telha, ela foi frequentemente ridicularizada nos tapetes vermelhos.
Quando usou um Giambattista Valli, de saia volumosa, cheia de tules, no Emmy Awards de 2014, parou direto na lista das piores vestidas dos tablóides. Na época, ela argumentou que todos estavam acostumados a ver aquele tipo de roupa só em corpo magro, e não entendia porque no corpo gordo a imagem assustava tanto. Ela própria, estava tendo um ótimo momento, se divertindo com aquele look.
E ela tinha exatamente um ponto. Quando queria ser fashion, ela não encontrava algo do seu tamanho ou, então, era ridicularizada por usar uma peça que estava associada apenas ao corpo magro. E, na última semana, ela deu uma boa resposta a quem sempre criticou o seu visual: lançou uma linha de roupas própria com a 11 Honoré, uma plataforma de comércio eletrônico, com roupas de alto padrão para mulheres de tamanhos grandes.
A linha é enxuta nas opções, mas procura atender o maior número possível de pessoas. São exatos cinco itens, entre blazer, vestidos e saias, mas com tamanhos que vão do 12 ao 26 estadunidense. Isso significa algo em torno do 44, aqui do Brasil, pra cima. É importante dizer que algumas pessoas se posicionaram nas redes sociais dizendo que esta grade ainda está aquém e a marca respondeu dizendo que está aberta a crescer a linha. E os preços variam entre 98 e 298 dólares.
A inspiração dos looks veio de mulheres que Lena Dunham curtia nos anos 1990, como Cindy Sherman, Kiki Smith, Winona Ryder, e o estilo da década de camiseta usada com saia longa, à la Yohji Yamamoto. Segundo Dunham, são peças perfeitas para se andar no Soho, em Nova York. Por isso, cada item foi nomeado com pequenas homenagens à região, como o vestido floral Madderlake, em referência a uma antiga florista do bairro.
Como a gente falou agora pouco, apesar de não ser celebrada pela maioria como um fashion icon, Lena Dunham sempre amou moda. Em 2020, pouco antes de ser decretada a pandemia, ela até desfilou para a 16Arlington, durante a semana de moda londrina. E, desde 2019, que ela vem mantendo contato com Patrick Herning, o dono da 11 Honoré. A ideia de uma colaboração foi amadurecendo aos poucos, até que Patrick Herning colocou Lena Dunham em contato direto com Danielle Williams Eke, a designer da 11 Honoré, para que a artista produzisse a sua linha própria.
Em março de 2020, no entanto, Lena Dunham foi infectada pelo novo coronavírus. Embora ela tenha se recuperado da doença, a Covid-19 afetou a sua glândula pituitária, que é mais conhecida como hipófise. A hipófise fica ali na base e na região central do cérebro, e tem como função principal regular glândulas produtoras de diversos hormônios. Em resumo, a atriz ficou com uma insuficiência adrenal parcial, que a levou a tomar muitos esteróides.
Em entrevista ao The New York Times, Lena brincou dizendo que não é o tipo de esteróide que te deixa forte, muito pelo contrário, é o tipo de esteróide que te deixa com o rosto ainda mais gordo. E, por isso, a linha com a 11 Honoré ganhou ainda mais sentido para ela. Principalmente, na ideia de produzir peças fashionistas para mulheres gordas.
De acordo com Lena Dunham: “É interessante como as pessoas ficam irritadas quando você se veste como quer. Ninguém diz ‘não gosto desse vestido’. Eles dizem: como você ousa usar ele?. E isso vem de uma doutrina que faz a mulher gorda pensar que só pode usar body modelador para se sentir bem”.
Na entrevista ela diz ainda que procura lidar com bom humor em relação a muita coisa, mas que não curte muito essa ideia de Body Positive, o conceito de positividade corporal. Para ela, faz muito mais sentido o conceito de body neutrality, o de neutralidade com o corpo que se tem. Segundo a escritora: “Há algo complicado do body positive porque ele só funciona para poucas pessoas privilegiadas, que tem um formato de corpo que se adequa ao desejável. Eles dizem que aceitam corpos curvilíneos, mas só se eles forem como o de uma Kim Kardashian aumentada. Eles adoram bundas grandes e maravilhosas e peitos enormes e lindos, mas desde que eles não tenham celulite. Eu, por exemplo, tenho um estômago grande. É nesta região, especificamente, que eu ganho peso há anos, principalmente depois de passar por essa menopausa precoce”.
E é por isso que Lena Dunham entende que a parceria com a 11 Honoré funcionou tão bem. A empresa foi fundada em 2017 e tem um conceito simples, mas bem pouco praticado. Ela atua como um e-commerce de luxo como qualquer outro, mas com uma oferta que atende só tamanhos maiores. Fora isso, a marca ajuda a aumentar a grade de outras grifes existentes.
Vários designers passaram a trabalhar com a 11 Honoré, como Carolina Herrera, Christopher Kane, Dolce & Gabbana e Diane von Furstenberg. Se para essas marcas atender uma grade maior é uma iniciativa custosa, a plataforma digital chega com esse tipo de serviço, que é o de ajudar a expandir as modelagens.
Você pode pensar que essa prática é simples, mas não é. Ela requer investimentos e técnicas específicas. Aumentar a grade de tamanho de uma peça não é só colocar centímetros a mais de tecido, não. Como a Lena Dunham explicou na entrevista ao The New York Times, existem corpos gordos, cheios de especificidades e que precisam de roupas que os atendam apropriadamente.
E, vale dizer, trata-se de um negócio bilionário! De acordo com a Coresight Research, as vendas de roupas femininas de tamanhos maiores totalizou, só no ano passado, cerca de 28 bilhões de dólares. Isso significa uma fatia de 21% do mercado total de moda feminina.
Dono da Aimé Leon Dore é o novo diretor criativo da New Balance
E mais uma parceria no mercado de streetwear já acendeu os desejos consumistas dos loucos por tênis. Na semana passada, Teddy Santis, fundador da marca Aimé Leon Dore, foi anunciado como novo diretor criativo da New Balance.
Santis vai ser o responsável pela linha Made in USA, da New Balance, que é fabricada nos Estados do Maine e Massachusetts e tem como uma das premissas privilegiar materiais e mão-de-obra estadunidenses.
E aqui cabe um parênteses: apesar de ter fundado uma grife com sotaque francês no nome, Teddy Santis é nova-iorquino de raiz. A Aimé Leon Dore nasceu no bairro do Queens, em 2014, e inaugurou sua flagship store na Mulberry Street, em Manhattan, em 2019.
Anteriormente, a marca de Santis já havia feito collabs com a New Balance, criando versões de modelos como o 550, o 990 e o 997. Elas, inclusive, foram bastante responsáveis pelo hype atual da New Balance. Agora, no entanto, a parceria vem com o intuito de ser mais duradoura, nos moldes da contratação de Kerby Jean Raymond pela Reebok no fim do ano passado, que a gente já comentou por aqui.
Ao anunciar seu vínculo com a empresa, Santis declarou: “Eu fui atraído pela New Balance pela forma como ela construiu um negócio baseado em valores como integridade e autenticidade, mais do que num hype passageiro”.
A primeira coleção de Teddy Santis para New Balance está programada para 2022.
Heron Preston assina parceria com a Calvin Klein
O resultado da collab entre a Calvin Klein e um nome de peso do streetwear está na boca do forno. A coleção Heron Preston for Calvin Klein será lançada nos Estados Unidos e em alguns mercados da Ásia e da Europa ainda este mês, mais precisamente, no dia 23 de abril. Tem até um cronômetro fazendo contagem regressiva no site da grife.
Segundo o post publicado por Heron Preston em seu perfil no Instagram, na quarta-feira passada, ele já estava trabalhando nesse projeto, em segredo, há um ano.
De acordo com as informações divulgadas até agora, a coleção vai trazer itens básicos, como camisetas, moletons com capuz, jeans e underwear, reinterpretados pelo designer. As peças são unissex e feitas com matérias-primas sustentáveis. Os preços devem variar entre 36 e 298 dólares, ou aproximadamente, entre 200 e 1700 reais.
Fundador da marca homônima, o artista, designer e também DJ Heron Preston já assinou várias outras colaborações de sucesso. Uma das mais comentadas foi a coleção cápsula que ele fez para Levi’s no ano passado, batizada de Mistakes are Ok, que trazia peças com cortes meio distorcidos e outros erros intencionais, como mangas assimétricas e botões desparceirados.
E, ao que tudo indica, a Calvin Klein deve apostar em mais parcerias nos próximos meses. Segundo Jacob Jordan, executivo do alto escalão da grife, declarou ao site WWD, a Calvin Klein quer trabalhar com mais pessoas visionárias e criativas, para contar a história da marca através de outras perspectivas. Segundo Jordan: “Trata-se de formar parcerias interconectadas que podem nos ajudar a contar nossa história de uma forma que talvez não conseguiríamos sozinhos”.
Heaven, de Marc Jacobs, ganha loja física em Los Angeles
Marc Jacobs pode parecer que está quietinho, sem desfilar com a sua marca principal na Semana de Moda Nova-Iorquina há duas temporadas, mas a verdade é que ele tá com tudo.
A Heaven, a sua marca mais jovem, abriu na semana passada uma loja na Fairfax Avenue, em Los Angeles. O liquidificador de referências adolescentes e pop que é essa grife agora tem um ponto físico para chamar de seu, com direito a poster do Sonic Youth, móveis do artista coreano Seungjin Yang e manifestos espalhados pelo espaço, para que qualquer um pegue e leve pra casa, defendendo a liberdade para ser o que se é.
Os preços, em geral, são mais acessíveis, vão de 35 a 395 dólares, com exceção de algumas peças muito especiais que são de coleções passadas de Marc Jacobs, como a plataforma do verão 2017, metalizada e com detalhes de arco-íris. Fora isso, no espaço você também encontra uma variedade de peças de novas marcas, como a Cactus Plant Flea Market, Online Ceramics e Stray Rats.
A Heaven tem Ava Nirui como diretora criativa, designer que já passou por marcas como Helmut Lang, Opening Ceremony e Vans. E, com essa etiqueta, o universo Marc Jacobs se posiciona com três poderosas frentes: a linha super jovem, que é a Heaven; a Runway, com as coleções fantasiosas de passarela; e a Marc Jacobs, mais comercial.
E são elas mais uma vez tomando espaço no mercado de beleza: as Kardashians. Dessa vez, ao que tudo indica, é Kim Kardashian que entrará com tudo no mercado de skincare. Quem conta a novidade é Pedro Camargo, editor de beleza da ELLE Brasil:
“Oi, gente! Estamos aqui mais uma vez pra falar delas, nem eu aguento mais. Mas a gente tem que falar das Kardashian. Toda semana elas registram uma coisa nova no cartório, menina, e não para essa palhaçada. Primeiro a gente falou da suposta marca de beleza da Kris Jenner e, agora, quem quer entrar no skincare é a Kim Kardashian, que já tem a sua própria marca de maquiagens e de mil coisas. Ela quer entrar no skincare, uma noviodade que surpreendeu muita gente, mas era uma coisa meio esperada. A KKW Beauty teve 20% de suas ações vendidas para o Grupo Coty, que é um grupo de perfumaria. Neste contrato, já estava escrito que ela deveria fazer uma linha de skincare por volta de 2022, daqui um tempo. Mas o interessante é saber que esse processo já está começando. Para quem está ansioso, se prepare porque vem aí. A Kim já falou bastante nas redes sobre o fato de que ela é alguém que sofre com psoríase e inclusive na KKW Beauty ela fez uma base corporal para cobrir as manchas, as vermelhidões da psoríase. Então o que todos especulam é que talvez venha um super hidratante corporal. Eu confesso que não sei muito bem o que esperar de uma marca de skincare da Kim Kardashian, que é conhecida por um approach com a pele que é super incisivo. Um monte de procedimentos. A gente sabe dos tratamentos e pouco dos cuidados. To ansioso o que elas fazem sempre gera repercussão no mercado de beleza. Sem dúvida rolará muita tendência sendo pautada pelas Kardashian. De todo modo, vale a pena dar uma olhada que fizemos para o site da ELLE Brasil sobre a ascensão e suposta queda do império Kardashian na beleza, porque tem toda uma teoria de que esta imagem está ficando desgastada, que as pessoas estão procurando outras coisas e a Geração Z não se conecta com esse estilo.”
E a nossa editora de cultura Bruna Bittencourt fala dos destaques do Festival de documentários É Tudo Verdade. Conta mais, Bruna!
“Rola até o próximo dia 18 de abril, a 26ª edição do É Tudo Verdade, principal festival de documentários do país, com curtas e longa-metragens. São 69 filmes, de 23 países, disponíveis de forma online e gratuita em diversas plataformas, com horários definidos. A edição conta com mostras temáticas, uma delas dedicada a Caetano Veloso, que exibirá documentários como Uma noite em 67, sobre o 3º Festival de Música Popular Brasileira do qual Caetano participou, e Coração vagabundo, que acompanhou o cantor na turnê do álbum A foreign Sound (2004). A programação do festival é bem diversa e traz documentário sobre como o governo Trump reagiu à Covid, sobre os 60 anos do Teatro Oficina ou sobre quatro enxadristas lendárias da Geórgia, entre vários outros títulos. No site da Elle, a gente destaca três documentários protagonizados por mulheres, um deles é Alvorada, de Anna Muylaert e Lô Politi, que acompanhou Dilma Rousseff durante o processo de impeachment no Palácio da Alvorada. Horários e detalhes no site do festival. Por aqui, a gente fica com Caetano Veloso interpretando Nirvana em A Foreign Sound.”
Este episódio usou trechos das músicas Dancing On My Own e Honey, versão demo, que tocou na série Girls, ambas de Robyn; Só não pisa no meu boot, de MC Caveirinha; Bound 2, de Kanye West, Bull in The Heather, de Sonic Youth
E nós ficamos por aqui. Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro.
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