O futuro do e-commerce de moda e o calendário de desfiles

O e-commerce brasileiro de moda cresceu 95,27% no último ano. Neste episódio, trazemos números e tendências sobre o futuro do comércio eletrônico de moda. E ainda: a volta dos desfiles presenciais na alta-costura e o projeto de revitalização da New York Fashion Week.


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Quando o assunto é varejo, durante a pandemia de Covid-19, o que se espera é uma série de quedas e de números negativos, certo? Bem… No setor de comércio eletrônico foi o completo oposto. Para se ter uma ideia, no ano de 2020, o e-commerce brasileiro de moda cresceu 95,27%.

Os dados são do estudo “O Futuro do e-commerce de moda”, feito pelo Dafiti Group, o maior grupo de e-commerce de moda e lifestyle da América Latina, em parceria com o bureau de tendências, WGSN.

Neste episódio, com conteúdo apresentado em parceria com a Dafiti, você vai ficar sabendo de mais detalhes sobre o estudo. E ainda: a volta dos desfiles presenciais na temporada de alta-costura, o projeto de revitalização da New York Fashion Week e muito mais!

Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro. E você está ouvindo o ELLE NEWS, o podcast com as principais notícias de moda e de beleza da ELLE Brasil.

A Dafiti, que começou há exatos dez anos como pioneira na venda de calçados pela internet no Brasil, aproveitou o aniversário de uma década para mapear o que podemos esperar do futuro da compra e venda de moda pela internet. E a gente te conta tudo.

Desde 2013, o segmento de moda e acessórios representa a principal categoria na venda on-line brasileira. Mas o caminho do e-commerce aqui não foi tão simples. Houve resistência nessa nova modalidade de compra, que precisou ser quebrada aos poucos com ativações, como a Black Friday, que conseguiu atrair em 2019, por exemplo, mais de 418 mil novos compradores online no país. E quem começou a comprar dessa forma não parou.

Se esse era um crescimento gradativo, as restrições impostas pela pandemia alteraram a velocidade. Na marra! Como a gente explicou, ela obrigou o Brasil — e, claro, o mundo — a se adaptar a esse tipo de compra. E o resultado tem sido positivo: 52% da nação afirma agora que pretende, sim, aumentar a compra de mantimentos online, incorporando esse tipo de consumo cada vez mais em sua rotina.

Mas se o varejo mudou, o consumidor também se aperfeiçoou com o tempo. As pessoas estão mais criteriosas sobre como e o quê vão comprar. Segmentado em três pilares, o estudo realizado entre Dafiti Group e WGSN Mindset, se desdobra em olhar as prioridades do consumidor, as mudanças no varejo de moda e as perspectivas para o varejo online de moda daqui em diante.

No varejo de moda, como um todo, uma coisa veio para ficar: a visita a uma loja precisará valer muito a pena. E, por isso, é esperado o crescimento da mecânica omnichannel. A integração das vendas física e online já é discutida há um bom tempo, mas agora essa estratégia conectará tudo em um único propósito: o de não apenas reunir vários pontos de venda, mas, sim, plataformas que oferecem diferentes experiências com a marca em questão. Dessa maneira, tudo pode funcionar como um ecossistema, no qual cada parte se beneficia separadamente e também beneficia uma a outra.

O GroupM prevê que o varejo eletrônico global tenha totalizado 3,9 trilhões de dólares em 2020, representando, assim, 17% das vendas globais de todo o varejo. Ou seja, no que diz respeito ao varejo de moda online, este é também um caminho sem volta, mas que igualmente vai se aperfeiçoar. Espera-se que tecnologias sejam cada vez mais empregadas para driblar qualquer sentimento de insegurança do consumidor na hora de comprar pela internet. Fora isso, ele precisa sempre se sentir dentro de algo humanizado. Não é porque se trata de uma experiência digital que ela precisa ser menos humana. Muito pelo contrário.

E, por isso, a grande chave está no pilar do consumidor. Maior inclusão e diversidade, além de uma preocupação mais latente com sustentabilidade serão premissas desse público, que cada vez mais é consciente sobre o que quer. E quem aponta esse tipo de exigência que só vem para aperfeiçoar todo o setor é Samantha Albuquerque, Diretora de Marketing do Dafiti Group:

“Alguns temas aparecem facilmente, são alguns destaques e algumas tendências. Diversidade, pluralidade de perfis, identidades, uma parte de ativismo comunitário… Esses temas mudam a maneira como as pessoas se relacionam com a roupa e com a sua imagem. Nós vemos esse consumidor evoluindo. E a gente quer abraçar essa transformação, estar junto desse consumidor inspirando, trazendo informações, conexões, provocações e ferramentas. Isso é o que nós chamamos internamente de tecnologia humanizada.”

Para as empresas de comércio eletrônico, as tecnologias devem ser empregadas na interpretação desse perfil do consumidor. E isso é possível não só com a reunião de dados, mas a qualificação dessas informações que o cliente te fornece. E é preciso ter sensibilidade, como avalia Samantha:

“É isso: o digital cada vez mais humano. Em nosso setor a gente já vê as aplicações da inteligência para dados de mídia, para operações, para logística. Inclusive, a gente da Dafiti já faz muito disso, mas a gente tem que ir além. Essa experiência de personalização, que une esse afeto com o lado de inteligência é o que encanta em toda a jornal, e que vira o diferencial daqui pra frente.”

Em resumo, o e-commerce de moda do futuro não só conhece as pegadas de seu consumidor, como também interpreta os caminhos que ele deseja percorrer. Alinhados ao propósito do negócio, fornece o percurso ideal para que a marca e o cliente caminhem em sintonia.

A volta dos desfiles presenciais na temporada de alta-costura

E agora as notícias da semana! A temporada de alta-costura parisiense está liberada para desfiles físicos. De acordo com um comunicado emitido na última terça-feira, no dia 11, pela Federação Francesa de Alta-Costura e Moda: “A depender da evolução da situação sanitária, os eventos físicos poderão receber convidados de acordo com um protocolo de saúde específico, obedecendo a medidas determinadas pelas autoridades públicas”. O evento está previsto para acontecer na capital francesa entre os dias 5 e 8 de julho.

O anúncio repercutiu também na Semana de Moda Parisiense para roupas masculinas, a ser realizada entre os dias 22 e 27 de junho. Ainda que esteja programada para antes da temporada de alta-costura, ela também está liberada para acolher eventos físicos, se as condições permitirem.

No entanto, apesar do pronunciamento da federação, apenas a Chanel já confirmou que seu próximo desfile contará com a presença de convidados. Ele deverá acontecer no museu Palais Galliera, uma vez que o Grand Palais, edifício famoso por abrigar as coleções da Chanel, vai ficar fechado até 2024 para reformas.

Uma reabertura gradual acontece na França, desde o mês passado, seguindo um calendário determinado pelo presidente Emmanuel Macron. A partir do dia 19 de maio, essa próxima quarta-feira, lojas, cinemas, teatros e museus poderão reabrir, bem como cafés, bares e restaurantes.

Como a gente já explicou no ELLE News, a temporada de alta-costura funciona de uma maneira muito específica. E se você não lembra, basta ouvir o nosso episódio de número oito. Mas, de maneira geral, apenas algumas casas, ou maisons, recebem o aval para desfilarem nesta semana, porque elas atendem a uma série de exigências impostas pela Federação de Alta Costura.

No entanto, em toda temporada, outras marcas são chamadas a participarem desse evento como convidadas especiais. E, dessa vez, serão nomes como Charles de Vilmorin e Balenciaga, com Demna Gvasalia responsável por trazer a grife mais uma vez à alta-costura, depois de 52 anos fora, além da Pyer Moss.

Isso mesmo, a Pyer Moss… E essa é a deixa para a nossa próxima notícia.

Pyer Moss estreia na temporada de alta-costura

É nessa temporada de alta-costura, em julho, que Kerby Jean-Raymond desfilará pela primeira vez em Paris com a sua Pyer Moss. E trata-se de uma notícia histórica. Apesar de ter mais de cem anos de existência, essa é a primeira vez que o órgão regulador de moda francesa convida um estilista negro americano para fazer parte do line-up deste, que é considerado o evento mais luxuoso do calendário de moda. Demorou, né?

A gente vira e mexe toca nesse nome por aqui no podcast, mas não é à toa. A Pyer Moss é uma das marcas mais celebradas hoje em dia nos Estados Unidos, por se destacar como uma voz de seu tempo ao abordar questões como a brutalidade policial com pessoas negras ou o apagamento da contribuição de pessoas negras na cultura estadunidense. A gente aguarda ansioso para ver o que o estilista vai levar a Paris!

O próximo desfile da Gucci será em LA!

Neste ano vai ser difícil não falar de… Gucci. Cada passo que a grife italiana tem dado em 2021, o ano que ela completa o seu centenário, é observado com atenção. E nós já temos uma novidade aí pra ficar de olho. O próximo desfile da casa já tem local e data: acontecerá em Los Angeles, no mês de novembro.

Esse desfile é o primeiro em seis anos da marca nos Estados Unidos, desde que Alessandro Michele apresentou a coleção de resort em Nova York, no ano de 2015. Espera-se que a apresentação ocorra no dia 3 de novembro, um período que coincidirá com a décima edição do Art + Film Gala, do LACMA, o Museu de arte do condado de Los Angeles. Este evento é patrocinado pela Gucci e celebra o cinema de arte.

Como a gente já disse aqui anteriormente, a Gucci foi uma das várias grifes que decidiram largar o calendário tradicional de moda e passaram a trabalhar com uma sazonalidade própria, desfilando em datas que são mais convenientes para as suas produções. No caso da Gucci, serão sempre duas apresentações anuais.

Estilistas criam aliança em prol da New York Fashion Week

Depois de algumas temporadas de vacas magras, a New York Fashion Week, um evento que costumava atrair todo ano cerca de 150 mil participantes nos meses de fevereiro e de setembro, tenta ganhar de volta o seu prestígio. 11 marcas de moda assinaram na última semana um compromisso de longo prazo com o evento para impulsioná-lo. Algo do tipo ninguém solta a mão de ninguém.

As marcas são Telfar, Rodarte, Proenza Schouler, Altuzarra, Brandon Maxwell, Prabal Gurung, Sergio Hudson, Monse, Jason Wu, LaQuan Smith e Markarian. Elas criam, assim, o Fashion Alliance, uma aliança, como o nome diz, na qual todos se comprometem em fazer parte do evento por, pelo menos, as próximas três temporadas. A aliança começa já na próxima edição, que rola em setembro, e vai até a segunda edição da NYFW em 2022, porque a semana de moda estadunidense é bianual.

De acordo com a IMG, empresa de gerenciamento de modelos, fotógrafos e stylists, que é a administradora da NYFW, o objetivo da aliança é o de “ajudar a revitalizar a NYFW, celebrar a união contínua e engenhosidade da comunidade de moda americana e defender as contribuições artísticas de Nova York globalmente. Nós queremos garantir um futuro ousado e brilhante para o evento”.

O anúncio de reforçar Nova York como um grande centro de moda vai um pouco contra as iniciativas do Conselho de Designers de Moda Americano, o CFDA, que há pouco tempo havia mudado o nome da NYFW para Calendário de Coleções Americanas, justamente com o objetivo de entender a semana de forma mais ampla, no que diz respeito à moda estadunidense.

Por outro lado, a empresa que detém a NYFW quer mais é unir forças nesse calendário unificado, para que ele volte com toda a pompa. E, comercialmente falando, isso faz sentido para ela. Apesar de ser composto principalmente por eventos fechados, os desfiles e festas da NYFW chegam a gerar cerca de 600 milhões de dólares em receita a cada ano. Isso é mais do que o Super Bowl gera.

A semana de moda nova iorquina está prevista para acontecer entre os dias 8 e 12 de setembro e logo será seguida pelo Met Gala, no dia 13 de setembro. O Met terá Timothée Chalamet, Billie Eilish, Amanda Gorman e Naomi Osaka como apresentadores. A maneira como estes eventos acontecerão dependerá das diretrizes do governo para reuniões presenciais, mas é esperado que eles sejam presenciais, uma vez que o país avança rapidamente na vacinação de sua população.

Além dos 11 estilistas, outros designers também anunciaram que voltarão a integrar o line-up da New York Fashion Week. São os casos de Jeremy Scott, com a Moschino, e de Thom Browne com sua marca homônima. Fora isso, a Pyer Moss, de Kerby Jean-Raymond também desfilará novamente no evento, depois de um hiato de dois anos. Como a gente falou agora há pouco, a marca participará do calendário de alta-costura e fará também este retorno na semana de moda nova-iorquina. Tudo, neste segundo semestre.

Vem aí? A24 pretende lançar marca de beleza inspirada em Euphoria

E na seara da beleza, o nosso editor Pedro Camargo conta uma novidade, no mínimo, surpreendente. Uma produtora audiovisual está com planos de lançar uma marca de beleza. E isso promete ser um sucesso. Conta mais essa história, Pedro!

“Oi, gente! Tudo bem? Estamos aqui mais uma vez para falar de especulações de marcas que devem chegar no mercado de beleza. O boato que corre na boca fina é o seguinte: parece que a A24, aquela produtora de cinema que fez alguns bafos tipo o Midsommar, Moonlight e Euphoria, da HBO, vai lançar uma marca de beleza. E essa marca de beleza deve se chamar Rules Beauty. Então todo mundo está imaginando que esse nome vem aí da junção de Rue com Jules, que são as duas personagens principais de Euphoria, interpretadas pela Zendaya e pela Hunter Schafer. Tem tudo para ser um bafo, porque em uma das ELLE Views a gente até entrevistou a Doniella Davy, que é a maquiadora que assina a beleza de Euphoria, que foi um case. Depois do lançamento da primeira temporada todo mundo ficou obcecado pela maquiagem da série, que de alguma forma representou essa nova maneira de entender beleza, que principalmente a Geração Z tem trazido. As expectativas são muito altas para esse lançamento. No mais, ainda tem uma matéria no site sobre a própria A24. Dá uma olhada lá, tira saber, porque se você ainda não assistiu os filmes ou viu a série, vale muito a pena porque eles arrasam e se arrasam no cinema, espero que eles arrasem na beleza também. Vamos ficar bem ligadinhas! Um beijinho.”

E, para finalizar o episódio de hoje: a nossa dica cultural da semana. Bruna Bittencourt, nossa editora de cultura, indica um novo filme da Netflix. Conta mais, Bruna!

“Estreou na última sexta-feira A Mulher na janela, um dos principais lançamentos da na Netflix neste semestre. No suspense, Amy Adams vive uma psicóloga que sofre de agorafobia, o que faz com que ela tenha medo de sair de casa. Da sua janela, ela testemunha um crime na vizinhança. Mas o que ela viu é colocado em dúvida. Baseado no livro homônimo de A.J. Finn (pseudônimo de Daniel Mallory), o filme tem no elenco Julianne Moore, Gary Oldman e direção Joe Wright, que é conhecido por adaptações literárias para o cinema como Orgulho & preconceito (2005), dm e Anna Karenina (2012). Conversei com Amy Adams e o diretor inglês sobre o filme. Ela contou como se preparou para este personagem intenso e da importância dos ensaios antes das filmagens com Joe. E ele falou sobre a relação do filme com Janela Indiscreta, clássico de Hitchcock, das influências do diretor inglês e do americano Alan J. Pakula. Filmado em 2018, o longa enfrentou alguns percalços para chegar às telas e não convenceu toda a crítica. Tem vídeo da entrevista no Instagram da ELLE e matéria sobre o filme no site. Clica lá!”

Este episódio usou partes de um trecho da apresentação Collection 2, da Pyer Moss; e das músicas L.A Woman, de The Doors; Back To Manhattan, de Norah Jones; e Still Don’t Know My Name, de Labrinth.

E nós ficamos por aqui. Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro.

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